24 Comum Segunda

Lc 7,1-10

Cura do servo do centurião: Senhor, eu não sou digno…

Oração invocando: Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fieis e acendei neles o fogo de vosso amor. Enviai o vosso Espírito e tudo será criado, e renovareis a face da terra. Oremos: Deus que instruístes os corações dos vossos fieis com a luz do Espírito Santo, fazei que apreciemos retamente todas as coisas segundo o mesmo Espírito, e gozemos sempre de sua consolação. Por Cristo Senhor Nosso. Amém.

Leitura: para entender o que o Espírito diz à Igreja.

¹ Tendo Jesus concluído todos os seus discursos ao povo que o escutava, entrou em Cafarnaum. ² Havia lá um centurião que tinha um servo a quem muito estimava e que estava à morte. ³ Tendo ouvido falar de Jesus, enviou-lhe alguns anciãos dos judeus, rogando-lhe que o viesse curar. ⁴ Aproximando-se eles de Jesus, rogavam-lhe encarecidamente: Ele bem merece que lhe faças este favor, ⁵ pois é amigo da nossa nação e foi ele mesmo quem nos edificou uma sinagoga. ⁶ Jesus então foi com eles. E já não estava longe da casa, quando o centurião lhe mandou dizer por amigos seus: Senhor, não te incomodes tanto assim, porque não sou digno de que entres em minha casa; ⁷ por isso nem me achei digno de chegar-me a ti, mas dize somente uma palavra e o meu servo será curado. ⁸ Pois também eu, simples subalterno, tenho soldados às minhas ordens; e digo a um: Vai ali! E ele vai; e a outro: Vem cá! E ele vem; e ao meu servo: Faze isto! E ele o faz. ⁹ Ouvindo estas palavras, Jesus ficou admirado. E, voltando-se para o povo que o ia seguindo, disse: Em verdade vos digo: nem mesmo em Israel encontrei tamanha fé. ¹⁰ Voltando para a casa do centurião os que haviam sido enviados, encontraram o servo curado.

Meditação:refletir sobre esta palavra para ter os mesmos sentimentos de Jesus Cristo.

O centurião é pagão, mas pessoa muito humana que sente seus empregados como membros da família e tem atenção também para os judeus. Os judeus apresentam a situação a Jesus e se apoiam sobre “as obras”, uma forma de merecimento: “O oficial merece que lhe faça este favor, porque ele estima o nosso povo. Ele até nos construiu uma sinagoga”.

Para Jesus o mais importante é a fé humilde. O oficial não se acha merecedor de receber visita de Jesus. Esta humildade é um terreno fértil em que pode nascer a fé em Jesus não só no poder de curar, mas também na sua missão salvadora. “Senhor, não sou digno de que entres em minha casa; mas dize somente uma palavra e o meu servo será curado”. Estas palavras de um pagão humilde permanecem como uma mensagem perene na Missa ao receber a comunhão eucarística.

Jesus não olha para os merecimentos, mas para o coração. Elogia a fé do centurião, dizendo que é maior do que a fé encontrada no meio do povo de Israel. Jesus fica admirado e reconhece que muitos pagãos, apesar de não ter recebido a revelação pelos profetas, tem um coração humilde e aberto para a fé.

Quando recebemos a Santa Comunhão, Jesus vem a nós na Eucaristia, porém não é por nossos merecimentos, mas é porque nós necessitamos, e Jesus fica muito admirado quando o acolhemos com um amor humilde e generoso.

ORAR: Dialogar com Deus para dar-lhe minha resposta: Deus escuta não as palavras, mas o desejo do coração.

Jesus, os judeus apresentaram a você motivos de merecimento, ao contrário o centurião pagão não se acha digno de sua presença, e confia em você ainda antes de ver o milagre. Eu também repito as palavras dele: Senhor, não sou digno de que entres em minha casa, peço as graças de que necessito, e confio na sua misericórdia: dize somente uma palavra e eu serei curado.

Contemplação:  perceber a ação do Espírito nos fatos, nas pessoas, nas criaturas, no mundo, e participar da construção do mundo segundo Deus.

Pe. Giovanni Pontarolo

Domingo 24º B

Mc 8,27-35

Pedro declara sua fé em Jesus. Seguir Jesus até a paixão

ORAÇÃO INICIAL para sentir-se à presença de Deus

1º LER: Escuta a Palavra de Deus!

²⁷ Jesus saiu com os seus discípulos para as aldeias de Cesaréia de Filipe, e pelo caminho perguntou-lhes: Quem dizem os homens que eu sou? ²⁸ Responderam-lhe os discípulos: João Batista; outros, Elias; outros, um dos profetas. ²⁹ Então perguntou-lhes Jesus: E vós, quem dizeis que eu sou? Respondeu Pedro: Tu és o Cristo.* ³⁰ E ordenou-lhes severamente que a ninguém dissessem nada a respeito dele.* ³¹ E começou a ensinar-lhes que era necessário que o Filho do homem padecesse muito, fosse rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e pelos escribas, e fosse morto, mas ressuscitasse depois de três dias. ³² E falava-lhes abertamente dessas coisas. Pedro, tomando-o à parte, começou a repreendê-lo. ³³ Mas, voltando-se ele, olhou para os seus discípulos e repreendeu a Pedro: Afasta-te de mim, Satanás, porque teus sentimentos não são os de Deus, mas os dos homens. ³⁴ Em seguida, convocando a multidão juntamente com os seus discípulos, disse-lhes: Se alguém me quer seguir, renuncie-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. ³⁵ Porque o que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas o que perder a sua vida por amor de mim e do Evangelho, salvá-la-á.

2º MEDITAR: Refletir sobre esta Palavra

Os judeus esperavam um Messias glorioso, rei poderoso. Mas Jesus é o Messias que deve ir até Jerusalém, sofrer para salvar. Deus é justo e encarrega Jesus de expiar o pecado da humanidade, depois vai ressuscitar.

Pedro reconhece que Jesus é o Messias, mas não aceita a paixão, quer que Jesus fique longe de Jerusalém onde está correndo perigo de vida. Então, Jesus chama Pedro de satanás, o tentador, porque tenta afastá-lo de seu caminho Redentor. Pedro está pensando como os judeus, não como Deus que é misericordioso e quer salvar. Os homens só querem sucesso e felicidade sem renúncia pessoal.

O Senhor nos convida a tomarmos nossa cruz, que consiste em recomeçar cada dia a caminhada da existência, levando nos ombros as nossas fraquezas e estendendo a mão de bom samaritano àqueles que precisam de nossa ajuda fraterna.

Por causa do pecado, nossa natureza humana está corrompida, e não pode participar da glória de Deus. Jesus ensina a seus discípulos que é necessário renunciar a seus gostos, à suas vontades pessoais. É necessário corrigir os próprios defeitos, tomar a própria cruz. Quem quiser salvar sua vida neste mundo, perderá a vida eterna. Quem aceitar perder coisas neste mundo por causa de Cristo, salva a vida eterna. A cruz é suportar os sacrifícios da vida cristã.

3º ORAR: Deus escuta não as palavras, mas o desejo do coração.

Jesus, junto com Pedro proclamo que você é o nosso Salvador, e quero seguir você, mas tomar a cruz é uma renúncia sempre dolorosa. Você nos deu o exemplo através da sua renúncia nesta vida. Peço a força de seu Espírito Santo. Que possamos seguir você como discípulos, e renunciar a todas as nossas inclinações contrárias à vontade de Deus.

4º CONTEMPLAR: O que mais tocou meu coração?

As palavras e a reflexão deixam lugar ao silêncio para olhar com amor a Deus e ao próximo. Contemplar com amor o que senti no coração durante este encontro com Deus.

ORAÇÃO FINAL em agradecimento

Sexta feira 10 de setembro, às 19h, o Papa foi à Basílica de Santa Maria Maior para rezar: um ato de entrega que precede sempre a partida do Papa para suas viagens ao exterior.

Este momento de oração foi em preparação para a peregrinação que começa domingo, 12 de setembro, e termina na quarta-feira 15 de setembro.

Pe. Giovanni Pontarolo

23 Comum Sábado

Lc 6,43-49

O homem bom tira coisas boas do bom tesouro do seu coração.

Oração invocando: Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fieis e acendei neles o fogo de vosso amor. Enviai o vosso Espírito e tudo será criado, e renovareis a face da terra. Oremos: Deus que instruístes os corações dos vossos fieis com a luz do Espírito Santo, fazei que apreciemos retamente todas as coisas segundo o mesmo Espírito, e gozemos sempre de sua consolação. Por Cristo Senhor Nosso. Amém.

Leitura: para entender o que o Espírito diz à Igreja.

⁴³ Uma árvore boa não dá frutos maus, uma árvore má não dá bom fruto. ⁴⁴ Porquanto cada árvore se conhece pelo seu fruto. Não se colhem figos dos espinheiros, nem se apanham uvas dos abrolhos. ⁴⁵ O homem bom tira coisas boas do bom tesouro do seu coração, e o homem mau tira coisas más do seu mau tesouro, porque a boca fala daquilo de que o coração está cheio. ⁴⁶ Por que me chamais: Senhor, Senhor… e não fazeis o que digo? ⁴⁷ Todo aquele que vem a mim ouve as minhas palavras e as pratica, eu vos mostrarei a quem é semelhante. ⁴⁸ É semelhante ao homem que, edificando uma casa, cavou bem fundo e pôs os alicerces sobre a rocha. As águas transbordaram, precipitaram-se as torrentes contra aquela casa e não a puderam abalar, porque ela estava bem construída. ⁴⁹ Mas aquele que as ouve e não as observa é semelhante ao homem que construiu a sua casa sobre a terra movediça, sem alicerces. A torrente investiu contra ela, e ela logo ruiu; e grande foi a ruína daquela casa.

Meditação: refletir sobre esta palavra para ter os mesmos sentimentos de Jesus Cristo.

⁴⁵ O homem bom tira coisas boas do bom tesouro do seu coração Para a sociedade uma ação é boa quando executada em conformidade com a lei social. Para Jesus nossa ação é boa na medida em que procede de um coração puro, de uma intenção sincera que quer o bem. O discípulo de Jesus é reconhecido pelos seus frutos: quem está com a bondade no coração espalhará obras de bondade. Quem tiver um coração bom, sabe dizer e fazer coisas boas.

⁴⁶ Por que me chamais: Senhor, Senhor… e não fazeis o que digo? É na vida prática que se verifica a consistência da fé. Não basta dizer Senhor, Senhor, para dizer que estamos com Jesus, é necessário cumprir a palavra de Deus. Não é bom sinal pregar o evangelho sem compromisso. Não basta dizer algumas orações, o essencial é obedecer à vontade de Deus. Eu não posso tomar o lugar de Deus, mas é a vontade de Deus deve moldar a minha vontade.

A rocha é Jesus Cristo e sua palavra que nos orienta. O que vale é nosso esforço para cumprir a vontade de Deus como Jesus nos ensina. Ventos e tempestades são os problemas e dificuldades que encontramos. Assim quando vierem as enchentes, Deus nos ajudará a ficar em pé e não desmoronar por causa das dificuldades, e não desanimar frente aos problemas da vida. É importante todo dia ler a palavra de Deus. Durante a oração podemos espelhar nossa vida no comportamento de Jesus, no ensinamento dele, e assim orientamos a nossa vida à luz de Jesus.

Ao contrário a areia movediça são nossas vontades humanas passageiras, aquele que fica só na opinião do mundo, constrói sua casa sobre a areia movediça. Vem as dificuldades e desmorona. A cultura moderna dá mais valor à pessoa humana, à ciência e às leis do mercado capitalista, e a quer independente de toda autoridade divina. Assim a humanidade fica refém dos mais fortes, e os mais fracos pagam.

Orar: adorar, agradecer, pedir perdão e prometer a Jesus

Jesus, você se queixou: “Por que me chamais: Senhor, Senhor… e não fazeis o que digo?” É verdade que estamos sempre falando seu nome, mas nosso coração não consegue se libertar de maus costumes. Porém sempre confiaremos na infinita misericórdia do seu Coração. E vamos repetindo o refrão do canto: “Jesus de Nazaré o teu semblante eu quero ter, tal qual és tu eu quero ser, Jesus de Nazaré”.

Contemplação:  perceber a ação do Espírito nos fatos, nas pessoas, nas criaturas, no mundo, e participar da construção do mundo segundo Deus.

Oração final

Pe. Giovanni Pontarolo

23 Comum Sexta f.

Lc 6,39-42

Todo discípulo perfeito será como o seu mestre: tira primeiro a trave do teu olho.

Oração

Leitura: para entender o que o Espírito diz à Igreja.

³⁹ Propôs-lhes também esta comparação: Pode acaso um cego guiar outro cego? Não cairão ambos na cova? ⁴⁰ O discípulo não é superior ao mestre; mas todo discípulo perfeito será como o seu mestre. ⁴¹ Por que vês tu o cisco no olho de teu irmão e não reparas na trave que está no teu olho? ⁴² Ou como podes dizer a teu irmão: Deixa-me, irmão, tirar de teu olho o cisco, quando tu não vês a trave no teu olho? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho e depois enxergarás para tirar o cisco do olho de teu irmão.

Meditação: refletir sobre esta palavra para ter os mesmos sentimentos de Jesus Cristo.

³⁹ Pode acaso um cego guiar outro cego. Jesus se dirige aos discípulos que pretendem ser guia dos outros. Todo mundo tem defeitos. É fácil criticar os outros pelos seus defeitos. É difícil corrigir os seus próprios defeitos. Às vezes chegamos ao ponto de discutir para fazer prevalecer nossa opinião. Nossa cabeça é limitada, portanto é melhor sermos humildes quando dizemos nossa opinião.

⁴⁰ mas todo discípulo perfeito será como o seu mestre. Jesus está ensinando aos discípulos e pede para não querer dar conselho a todos, não se sentir mestre de todos pensando que a própria opinião é a melhor. O único mestre é Jesus, e o discípulo deve imitar o Mestre: Jesus nos pede para sermos discípulos dele, o Mestre. Ele realmente é manso e humilde de coração, e não fica se queixando ou gritando, mas busca só o nosso bem. Muitas vezes Jesus tem paciência com seus discípulos e espera chamar a atenção deles na hora que seus corações estiverem mais disponíveis, mais abertos.

⁴² Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho e depois enxergarás para tirar o cisco do olho de teu irmão. Nós queremos ensinar aos outros e na realidade Jesus nos chama de hipócritas, cego. Por que? Hipócrita é aquele que só vê os defeitos dos outros, quer corrigir os outros mas não corrige a si mesmo. O nosso vizinho nos incomoda, nós ficamos nervosos e tentamos corrigir: “você está errado, porque você não muda, porque você não se emenda?”. “Hipócrita. Vê somente o que lhe incomoda não se preocupa com o verdadeiro bem do próximo, em lugar de ajudar o outro a se emendar, você chama a atenção dele de modo grosseiro, com modos brutos, você faz com que ele se revolte ainda mais. Assim ele, em lugar de se corrigir, ficará pior do que antes. Você é um cego que quer guiar outro cego, e os dois vão cair num buraco”.

⁴³ Uma árvore boa não dá frutos maus, uma árvore má não dá bom fruto. Jesus ensina que nossa ação é boa na medida em que procede de um coração puro, de uma intenção sincera que quer o bem. O discípulo de Jesus é reconhecido pelos seus frutos: quem está com a bondade no coração espalhará obras de bondade. Às vezes ficamos ressentidos porque alguém nos dirige palavras ofensivas, de baixo calão. Então devemos pensar que essas palavras pesadas têm o cheiro da boca que fala, e não de quem escuta. Se uma pessoa ofende, a ofensa sai da violência do coração de quem ofende. Ao contrário, quem escuta pode ser paciente e não ligar. Quem tiver um coração bom, sabe dizer e fazer coisas boas. Mas quem tiver o coração mau pode fingir, mas seu coração e sua boca estão cheios do que está dentro.

Oração: é a minha resposta a Deus é louvor e adoração, é intercessão e ação de graças.

Jesus você é o Mestre, nos ensina a verdade, queremos aprender de você, seguir seu Espírito Santo. Jesus, você é manso e humilde de coração, e não fica nos acusando quando erramos, mas busca só o nosso bem. Jesus, que eu seja honesto e me corrija a mim mesmo, não seja intolerante contra os outros, mas paciente vendo os defeitos deles, inclusive quando prejudicam meus interesses. Jesus, que eu me converta para produzir os frutos de salvação, purifica meu coração, que eu seja árvore boa que produz bons frutos.

Contemplação:  perceber a ação do Espírito nos fatos, nas pessoas, nas criaturas, no mundo, e participar da construção do mundo segundo Deus.

Oração final:

Alma de Cristo, santificai-me. Corpo de Cristo, salvai-me. Sangue de Cristo, inebriai-me. Água do lado de Cristo, purificai-me. Paixão de Cristo, confortai-me. Ó bom Jesus, ouvi-me. Dentro de vossas chagas, escondei-me. Não permitais que eu me separe de vós. Do espírito maligno defendei-me. Na hora da morte, chamai-me, e mandai-me ir para Vós, para que com todos os santos vos louve. Por todos os séculos dos séculos. Amém.

Pe. Giovanni Pontarolo

23 Comum Quinta f.

Lc 6,27-38

Amor aos inimigos. Sejam misericordiosos como o Pai do céu

Oração invocando: Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fieis e acendei neles o fogo de vosso amor. Enviai o vosso Espírito e tudo será criado, e renovareis a face da terra. Oremos: Deus que instruístes os corações dos vossos fieis com a luz do Espírito Santo, fazei que apreciemos retamente todas as coisas segundo o mesmo Espírito, e gozemos sempre de sua consolação. Por Cristo Senhor Nosso. Amém.

Leitura: para entender o que o Espírito diz à Igreja.

²⁷ Digo-vos a vós que me ouvis: amai os vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, ²⁸ abençoai os que vos maldizem e orai pelos que vos injuriam. ²⁹ Ao que te ferir numa face, oferece-lhe também a outra. E ao que te tirar a capa, não impeças de levar também a túnica. ³⁰ Dá a todo o que te pedir; e ao que tomar o que é teu, não lho reclames. ³¹ O que quereis que os homens vos façam, fazei-o também a eles.* ³² Se amais os que vos amam, que recompensa mereceis? Também os pecadores amam aqueles que os amam. ³³ E se fazeis bem aos que vos fazem bem, que recompensa mereceis? Pois o mesmo fazem também os pecadores. ³⁴ Se emprestais àqueles de quem esperais receber, que recompensa mereceis? Também os pecadores emprestam aos pecadores, para receberem outro tanto. ³⁵ Pelo contrário, amai os vossos inimigos, fazei bem e emprestai, sem daí esperar nada. E grande será a vossa recompensa e sereis filhos do Altíssimo, porque ele é bom para com os ingratos e maus. ³⁶ Sede misericordiosos, como também vosso Pai é misericordioso. ³⁷ Não julgueis, e não sereis julgados; não condeneis, e não sereis condenados; perdoai, e sereis perdoados; ³⁸ dai, e dar-se-vos-á. Colocar-vos-ão no regaço medida boa, cheia, recalcada e transbordante, porque, com a mesma medida com que medirdes, sereis medidos vós também.

Meditação: refletir sobre esta palavra para ter os mesmos sentimentos de Jesus Cristo.

²⁷ “A vós que me ouvis, eu digo:” Jesus ensina diretamente a seus discípulos que estão escutando com disposição de obedecer.

Amai os vossos inimigos e fazei o bem aos que vos odeiam, ²⁸ bendizei os que vos amaldiçoam e rezai por aqueles que vos caluniam. O nosso instinto é de odiar os inimigos, porque nos prejudicam. Porém os discípulos devem fazer como seu Mestre, que ensina a ter o mesmo comportamento de Deus, que é bondoso com os ingratos e os maus. Não basta ter paciência e suportar as ofensas, mas fazer o bem, abençoar, rezar. O Pai condena o mal, mas não quer condenar e destruir as pessoas. Ele quer salvar as pessoas. Seu perdão reconstrói a vida. Também nós quando amamos e perdoamos ajudamos as pessoas a reconstruir sua vida.

Jesus dá exemplos concretos, expressando-se segundo a mentalidade dos judeus a quem falava: ²⁹ Se alguém te der uma bofetada numa face, oferece também a outra. O sentido destas palavras é quando recebemos violência, não devemos responder com a violência, mas com a mansidão. Jesus sempre evitou de ser preso pelos seus inimigos, mas quando foi preso respondeu com mansidão e firmeza, e também desmontou a defesa violenta de Pedro.

³⁰ Dá a quem te pedir, e se alguém tirar o que é teu, não peças que o devolva. Não se trata de favorecer a injustiça, mas de tratar com amor também aqueles que nos prejudicam.

Por isso Jesus sintetizou tudo isso em dois princípios:

Humano: ³¹ faça aos outros o que você gosta que os outros façam a você. Tratar os outros como nós gostaríamos ser tratados: Fazer o bem sem esperar nenhuma vantagem para nós, até quando sabemos que teremos prejuízos materiais.

Divino: ³⁶ Sede misericordiosos como o vosso Pai é misericordioso Deus, Pai de todos, é o modelo e a medida do nosso ser misericordioso com todos, porque são nossos irmãos, filhos do mesmo Pai do céu. Devemos somente olhar para Deus: Ele será nossa recompensa. Deus quer que nosso coração esteja cheio de sua misericórdia, para colocá-la neste mundo oprimido pelo egoísmo e a violência dos orgulhosos.

³⁷ Não julgueis, não condeneis. Perdoai, e sereis perdoados. Somos propensos a julgar o próximo, muitas vezes sem fundamento. E a julgar com demasiada severidade. Enquanto julgamos com benevolência nossos atos, mas quando julgamos o próximo, nossa severidade é sem limites: amargamos nossa vida e a de nosso semelhante, sem necessidade. Quem ama não acusa, mas compreende e perdoa.

³⁸ Dai, e vos será dado. Com a mesma medida com que medirdes os outros, vós também sereis medidos. Tudo é dom do Pai, não é nossa propriedade exclusiva, mas é para repartir, doar aos outros. Doai misericórdia e vos será dado misericórdia. Na hora da morte devemos deixar tudo, porque nada é nosso. A única coisa que nos acompanhará na vida eterna será nossa generosidade, “as obras de misericórdia”, como disse Jesus. Ele nos ensina a sermos generosos ao máximo, porque com a mesma medida com que nós medimos os outros, nós seremos medidos. Quando somos generosos com os outros, com certeza alcançamos a misericórdia e perdão de Deus pelas nossas fraquezas. Deus é o modelo e a medida do nosso ser misericordioso. No final Deus justo deixará na sua maldade quem não quis ser misericordioso.

Algumas nações que tiveram guerra internas entre os próprios cidadãos. Sentiram a necessidade de colocar o perdão recíproco como lei de estado, porque só o perdão reconstrói a nação. As relações numa sociedade nova não devem ser de julgamento e condenação, mas de doação e perdão. Deus quer que nosso coração esteja cheio de sua misericórdia, para colocá-la neste mundo oprimido pelo egoísmo e a violência dos orgulhosos. Isso não se faz de uma hora para a outra, mas é resultado de uma contínua conversão da nossa vida.

ORAR: Conversar com Deus para dar-lhe minha resposta: Deus escuta não as palavras, mas o desejo do coração.

Senhor Jesus, você nos ensinou a não condenar os outros pelos seus limites e defeitos, mas tentar corrigir os nossos em primeiro lugar. Você nos trouxe a misericórdia de Deus, e perdoou até aqueles que o pregaram na cruz. Ajuda-nos a sermos misericordiosos já a partir de nossos pensamentos, nos esforçando para ver o lado bom das pessoas.

Contemplação:  é útil contemplar os outros, vendo neles nossos irmãos, amados com o mesmo amor do Pai do céu, para participar da construção do mundo segundo Deus.

Oração final

Pe. Giovanni Pontarolo

NATIVIDADE DE NOSSA SENHORA

Mt 1,1-16.18-23

Genealogia e nascimento de Jesus

Oração invocando: Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fieis e acendei neles o fogo de vosso amor. Enviai o vosso Espírito e tudo será criado, e renovareis a face da terra. Oremos: Deus que instruístes os corações dos vossos fieis com a luz do Espírito Santo, fazei que apreciemos retamente todas as coisas segundo o mesmo Espírito, e gozemos sempre de sua consolação. Por Cristo Senhor Nosso. Amém.

Leitura: para entender o que o Espírito diz à Igreja.

¹ Genealogia de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão. ² Abraão gerou Isaac. Isaac gerou Jacó. Jacó gerou Judá e seus irmãos. ³ Judá gerou, de Tamar, Farés e Zara. Farés gerou Esron. Esron gerou Arão. ⁴ Arão gerou Aminadab. Aminadab gerou Naasson. Naasson gerou Salmon. ⁵ Salmon gerou Booz, de Raab. Booz gerou Obed, de Rute. Obed gerou Jessé. Jessé gerou o rei Davi. ⁶ O rei Davi gerou Salomão, daquela que fora mulher de Urias. ⁷ Salomão gerou Roboão. Roboão gerou Abias. Abias gerou Asa. ¹⁶ Jacó gerou José, esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, que é chamado Cristo.* ¹⁸ Eis como nasceu Jesus Cristo: Maria, sua mãe, estava desposada com José. Antes de coabitarem, aconteceu que ela concebeu por virtude do Espírito Santo. ¹⁹ José, seu esposo, que era homem de bem, não querendo difamá-la, resolveu rejeitá-la secretamente. ²⁰ Enquanto assim pensava, eis que um anjo do Senhor lhe apareceu em sonhos e lhe disse: José, filho de Davi, não temas receber Maria por esposa, pois o que nela foi concebido vem do Espírito Santo. ²¹ Ela dará à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo de seus pecados.* ²² Tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que o Senhor falou pelo profeta: ²³ Eis que a Virgem conceberá e dará à luz um filho, que se chamará Emanuel (Is 7, 14), que significa: Deus conosco.

Meditação: refletir sobre esta palavra para ter os mesmos sentimentos de Jesus Cristo.

A celebração da natividade da Virgem liga-se estreitamente à vinda do Messias, como promessa, preparação e fruto da salvação. O nascimento de Maria preanuncia ao mundo toda a alegria do Salvador.

O evangelista Mateus relata uma série de nomes desde Abraão até Davi, e depois até José, para provar que Jesus é descendente de Abraão e de Davi. Jesus é o Messias que foi prometido a Abraão, homem de fé, e ao rei Davi, homem da promessa.

Para nós esta lista de nomes é um aspecto essencial da encarnação e da humanidade de Cristo. Jesus, é homem, é parte de uma raça, de uma família, de uma cultura, com todas as suas implicações. Na história da humanidade, no meio de tantos acontecimentos bons e maus, alegres e tristes, está sempre presente a ação de Deus que realiza seu plano de salvação. Os antepassados de Jesus foram pecadores como todas as outras pessoas. A promessa de Deus se cumpre apesar de seus limites e pecados humanos. Jesus não cometeu pecado, mas se ofereceu para expiar nossos pecados. O nascimento de Jesus nos mostra com Deus é solidário conosco, suas criaturas.

ORAR: Deus escuta não as palavras, mas o desejo do coração.

Jesus, hoje nós celebramos o nascimento de sua mãe, a Virgem Maria, que se conservou sempre humilde serva do Senhor, e foi escolhida para ser a Mãe do Messias. Ela é a Mãe do novo Povo de Deus e o amor dos cristãos para a mãe de Jesus e nossa nos anima a celebrar o aniversário de seu nascimento porque a existência de Maria significou o início de nossa redenção. E ela colaborou como humilde serva em todas as maravilhas que o Todo-poderoso quis operar.

Contemplação:  perceber a ação do Espírito nos fatos, nas pessoas, nas criaturas, no mundo, e participar da construção do mundo segundo Deus.

Um documento dos primeiros cristãos, o Protoevangelho de Tiago narra que Maria nasceu em Jerusalém na casa de Joaquim e Ana situada perto do Templo. Aqui no século IV os cristãos construíram a basílica de Santa Ana que foi inaugurada no dia 8 de setembro, portanto neste dia era celebrada a natividade da Mãe de Deus. A festa, celebrada em Jerusalém, se espalhou nas igrejas do Oriente. O Papa Sérgio I (sec VII) a introduziu também nas igrejas do Ocidente.

Em 8 de setembro, portanto, as igrejas do Oriente e do Ocidente celebram o nascimento da Virgem, mãe do Senhor. Isso tem um significado de fé, porque a natividade da Virgem está intimamente ligada à vinda do Messias, como uma promessa, preparação e fruto da salvação. Aurora diante do sol da justiça, Maria anuncia a alegria do Salvador para o mundo inteiro.

Portanto como dia 25 de março celebramos a Encarnação do Verbo, e 25 de dezembro o nascimento, também para a mãe do Salvador celebramos: 8 de dezembro é festa religiosa da Conceição Imaculada de Maria. 9 meses depois, 8 de setembro é festa da Natividade de Maria.

Pe. Giovanni Pontarolo

23 Comum Terça f.

Lc 6,12-19

Escolha dos doze apóstolos. Evangelização e curas.

Oração invocando: Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fieis e acendei neles o fogo de vosso amor. Enviai o vosso Espírito e tudo será criado, e renovareis a face da terra. Oremos: Deus que instruístes os corações dos vossos fieis com a luz do Espírito Santo, fazei que apreciemos retamente todas as coisas segundo o mesmo Espírito, e gozemos sempre de sua consolação. Por Cristo Senhor Nosso. Amém.

Leitura: para entender o que o Espírito diz à Igreja.

¹² Naqueles dias, Jesus retirou-se a uma montanha para rezar, e passou aí toda a noite orando a Deus. ¹³ Ao amanhecer, chamou os seus discípulos e escolheu doze dentre eles que chamou de apóstolos: ¹⁴ Simão, a quem deu o sobrenome de Pedro; André, seu irmão; Tiago, João, Filipe, Bartolomeu, ¹⁵ Mateus, Tomé, Tiago, filho de Alfeu; Simão, chamado Zelador; ¹⁶ Judas, irmão de Tiago; e Judas Iscariotes, aquele que foi o traidor. ¹⁷ Descendo com eles, parou numa planície. Aí se achava um grande número de seus discípulos e uma grande multidão de pessoas vindas da Judéia, de Jerusalém, da região marítima, de Tiro e Sidônia, que tinham vindo para ouvi-lo e ser curadas das suas enfermidades. ¹⁸ E os que eram atormentados dos espíritos imundos ficavam livres. ¹⁹ Todo o povo procurava tocá-lo, pois saía dele uma força que os curava a todos.

Meditação: refletir sobre esta palavra para ter os mesmos sentimentos de Jesus Cristo.

Jesus costuma passar horas em oração, especialmente quando deve tomar decisões importantes. A oração é o encontro com o Pai, oração é raiz da ação. O Mestre sente que deve formar uma comunidade de discípulos especialmente comprometidos com ele, e que seriam a garantia da missão da Igreja, então vai à montanha sozinho e passa a noite toda em diálogo com o Pai.

Ao amanhecer chama os discípulos e no meio deles escolhe doze: Eram doze os patriarcas das tribos do povo de Israel. Então escolhe doze porque deve começar o novo povo de Deus, e os chama com o título de “apóstolos” que significa “enviados”, e a Simão dá o nome de Pedro para indicar a importante missão de pedra fundamental no meio dos doze. Não escolhe os melhores, mas aqueles que mostram amor a ele e decisão para o Reino de Deus. Jesus escolhe para que fiquem com ele sempre, dia e noite para testemunhar tudo o que ele faz, aprendendo a viver com ele o Evangelho e para mais tarde continuar a ação dele no anúncio do Reino de Deus. Conhecemos os defeitos destes homens, mas Jesus os ensina e corrige com amor. Os doze apóstolos são testemunhas de como Jesus vivia e anunciava o Reino do amor de Deus.

É importante a observação do evangelista sobre “Judas Iscariotes, aquele que foi o traidor”. Também Judas no começo amava Jesus, mas por que traiu? É que o amor ao dinheiro foi mais forte do que o amor a Jesus. Depois de escolher os doze apóstolos desce com eles a montanha e continua anunciando o amor e o perdão ao povo sofredor.

A fé é transmitida pela vida da Comunidade. Igreja é chamada “apostólica” porque continua ligada a Jesus através do grupo dos doze Apóstolos. Seguindo o exemplo de Jesus, nós discípulos missionários evangelizamos quando as pessoas perto de nós se sentem acolhidas, amadas, socorridas.

De Jesus aprendemos que devemos consagrar tempo a Deus por dois motivos: para receber a luz do Espírito Santo sobre o que devemos fazer, e para interceder em favor das pessoas que necessitam.

Orar: adorar, agradecer, pedir perdão e prometer a Jesus

Jesus, você nos escolheu e nós queremos ser seus discípulos missionários. Você conhece nossos defeitos, e pedimos que o amor a você continue sempre firme no meio das dificuldades da vida. E que nunca deixemos de fazer o bem por medo, ou por desejo de bem-estar, que nunca criemos divisões na comunidade.

Contemplação:  perceber a ação do Espírito nos fatos, nas pessoas, nas criaturas, no mundo, e participar da construção do mundo segundo Deus.

Oração final:

Budapeste, missa de abertura do 52º Congresso Eucarístico Internacional.

O cardeal Péter Erdő, primaz da Hungria, no início da, disse: “Que o Senhor Deus nos conceda poder sentir, nestes dias, que Cristo está conosco na Eucaristia. Ele não deixa a Igreja, os povos e a humanidade sozinhos.”

Papa Francisco domingo próximo celebrará a Missa de encerramento deste Congresso.

Pe. Giovanni Pontarolo

Domingo 23º B

Mc 7,31-37

Cura do surdo-mudo

Oração invocando: Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fieis e acendei neles o fogo de vosso amor. Enviai o vosso Espírito e tudo será criado, e renovareis a face da terra. Oremos: Deus que instruístes os corações dos vossos fieis com a luz do Espírito Santo, fazei que apreciemos retamente todas as coisas segundo o mesmo Espírito, e gozemos sempre de sua consolação. Por Cristo Senhor Nosso. Amém.

Leitura: para entender o que o Espírito diz à Igreja.

³¹ Ele deixou de novo as fronteiras de Tiro e foi por Sidônia ao mar da Galiléia, no meio do território da Decápole. ³² Ora, apresentaram-lhe um surdo-mudo, rogando-lhe que lhe impusesse a mão. ³³ Jesus tomou-o à parte dentre o povo, pôs-lhe os dedos nos ouvidos e tocou-lhe a língua com saliva. ³⁴ E levantou os olhos ao céu, deu um suspiro e disse-lhe: Éfeta!, que quer dizer abre-te! ³⁵ No mesmo instante os ouvidos se lhe abriram, a prisão da língua se lhe desfez e ele falava perfeitamente. ³⁶ Proibiu-lhes que o dissessem a alguém. Mas quanto mais lhes proibia, tanto mais o publicavam. ³⁷ E tanto mais se admiravam, dizendo: Ele fez bem todas as coisas. Fez ouvir os surdos e falar os mudos!

Meditação: refletir sobre esta palavra para ter os mesmos sentimentos de Jesus Cristo.

Jesus está numa região de pagãos. A religiosidade deste povo não é como a de Israel, que recebeu uma fé purificada através da ação dos profetas. Jesus quer mostrar o amor de Deus, mas quer evitar ser considerado um curandeiro.

Jesus acolhe o pedido em favor do surdo mudo, mas o leva em lugar apartado a sós para poder evangeliza-lo através de gestos. O surdo mudo não sabe nada de Jesus. Por isso Jesus dramatiza com gestos para que o homem possa compreender e participar: Deus está agindo e curando. Fazendo uma série de gestos significativos, Jesus prepara o doente para a cura: põe os dedos nos ouvidos que devem ser abertos; com a saliva toca a língua que deve falar; olha para o céu em oração para mostrar que a cura é pelo poder de Deus; suspira para suplicar.

Assim também o homem pode compreender e olhar para o céu invocando a Deus e alcançando a graça. Jesus manda: “abre-te” e o doente se abre para a vida. E todos louvam a Deus por Jesus: “Fez os surdos ouvir e os mudos falar”.

É bom lembrar que também nós desde criança recebemos a fé através de gestos, e precisamos de gestos para transmitir a fé, especialmente às pessoas mais simples, às crianças. Abraçar, mandar um beijo, se benzer, elevar a mão, ajoelhar. Os pais transmitem a fé através de gestos feitos de carinho e de respeito, porque o gesto é manifestação exterior do sentimento interior. E o resultado será bonito, agradável, quando os filhos chegarem a participar da fé dos pais.

Oração: é a minha resposta a Deus é louvor e adoração, é intercessão e ação de graças.

Jesus, você restaura o ser humano, na evangelização compreende nossos limites e se adapta, usa palavras e gestos que todo mundo compreende. Abre meus ouvidos às necessidades de meus irmãos, abre minha boca para confortá-los. Que eu saiba transmitir minha fé e meu amor por você com coração simples e humilde. Jesus, você sabe quantas vezes nós permanecemos surdos e mudos frente ao Mistério do Reino de Deus. Pedimos para abrir nosso coração para reconhecer com humildade as mais simples manifestações do amor de Deus em nossa vida.

Contemplação:  perceber a ação do Espírito nos fatos, nas pessoas, nas criaturas, no mundo, e participar da construção do mundo segundo Deus.

Oração final

Pe. Giovanni Pontarolo

22 Comum Sábado

Lc 6,1-5

Espigas colhidas no sábado: Jesus, Senhor do sábado.

Oração invocando: Vinde, Espírito Santo

Leitura: para entender o que o Espírito diz à Igreja.

¹ Em dia de sábado, Jesus atravessava umas plantações; seus discípulos iam colhendo espigas (de trigo), as debulhavam na mão e comiam. 2 Alguns dos fariseus lhes diziam: Por que fazeis o que não é permitido no sábado? ³ Jesus respondeu: Acaso não tendes lido o que fez Davi, quando teve fome, ele e os seus companheiros; ⁴ como entrou na casa de Deus e tomou os pães da proposição e deles comeu e deu de comer aos seus companheiros, se bem que só aos sacerdotes era permitido comê-los?* ⁵ E ajuntou: O Filho do Homem é senhor também do sábado.

Meditação: refletir sobre esta palavra para ter os mesmos sentimentos de Jesus Cristo.

Os discípulos são pobres, tem fome e colhem algumas espigas de trigo para comer os grãos. Jesus não faz milagre para dar de comer a eles, deixa que se virem colhendo as sementes de trigo e comendo-as cruas. É Sábado, dia do descanso. A lei do sábado era descansar para favorecer a recuperação das forças humanas, para favorecer o culto a Deus, a reunião na sinagoga. Mas os fariseus proibiam qualquer trabalho em dia de sábado, isso para os pobres era um grande vexame. Os fariseus condenam os discípulos, e Jesus os defende.

Jesus é humilde e pobre, ensina que a lei de Deus está a favor do ser humano, não está contra. Como prova lembra o que fez o rei Davi quando teve fome, ele e os seus companheiros; como entrou na casa de Deus e tomou os pães da proposição e deles comeu e deu de comer aos seus companheiros, se bem que só aos sacerdotes era permitido comê-los.

O que significa hoje em dia dizer que Jesus é Senhor também do Sábado? Significa que a vida humana é mais importante que a lei do sábado. Significa que ele obedece ao Espírito, não é atado pelas leis e estruturas humanas, porque o Espírito Santo “sopra onde quer para renovar a face da terra” e nenhuma instituição, nem mesmo a Igreja, pode planejar a ação do Espírito. A missão da Igreja é ajudar-nos a ser fiéis ao Espírito de Deus, que sopra onde quer, com quem quer e da maneira que quer.

A partir da ressurreição de Cristo, os discípulos de Jesus começaram a deixar de lado o dia de sábado para celebrar o domingo, dia da ressurreição do Senhor. Qualquer patrão, qualquer pessoa não pode pensar que só o trabalho é importante. Nós devemos cultivar dentro de nós a fé que favorece a convivência humana, o encontro com a família, com Deus.

Orar: adorar, agradecer, pedir perdão e prometer a Jesus

Senhor Jesus, hoje a cultura materialista considera o domingo não como festa da ressurreição e do mundo novo, mas como tempo de lazer e até festa de prazer. Que nós cristãos sejamos luz que indica o mundo novo, pelas nossas escolhas em dia de domingo: em primeiro lugar celebrar a Liturgia, vestindo uma roupa digna do encontro da família com Deus. E também que consagremos o tempo para a família e as obras de misericórdia.

Contemplação:  perceber a ação do Espírito nos fatos, nas pessoas, nas criaturas, no mundo, e participar da construção do mundo segundo Deus.

Oração final:

Alma de Cristo, santificai-me. Corpo de Cristo, salvai-me. Sangue de Cristo, inebriai-me. Água do lado de Cristo, purificai-me. Paixão de Cristo, confortai-me. Ó bom Jesus, ouvi-me. Dentro de vossas chagas, escondei-me. Não permitais que eu me separe de vós. Do espírito maligno defendei-me. Na hora da morte, chamai-me, e mandai-me ir para Vós, para que com todos os santos vos louve. Por todos os séculos dos séculos. Amém.

Pe. Gionanni Pontarolo

22 Comum Sexta f.

Lc 5,33-39

Jejum na ausência do Esposo; remendo novo, recipiente novo.

Oração invocando: Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fieis e acendei neles o fogo de vosso amor. Enviai o vosso Espírito e tudo será criado, e renovareis a face da terra. Oremos: Deus que instruístes os corações dos vossos fieis com a luz do Espírito Santo, fazei que apreciemos retamente todas as coisas segundo o mesmo Espírito, e gozemos sempre de sua consolação. Por Cristo Senhor Nosso. Amém.

Leitura: para entender o que o Espírito diz à Igreja.

³³ Eles então lhe disseram: Os discípulos de João e os discípulos dos fariseus jejuam com freqüência e fazem longas orações, mas os teus comem e bebem… ³⁴ Jesus respondeu-lhes: Porventura podeis vós obrigar a jejuar os amigos do esposo, enquanto o esposo está com eles? ³⁵ Virão dias em que o esposo lhes será tirado; então jejuarão. ³⁶ Propôs-lhes também esta comparação: Ninguém rasga um pedaço de roupa nova para remendar uma roupa velha, porque assim estragaria uma roupa nova. Além disso, o remendo novo não assentaria bem na roupa velha. ³⁷ Também ninguém põe vinho novo em odres velhos; do contrário, o vinho novo arrebentará os odres e entornar-se-á, e perder-se-ão os odres; ³⁸ mas o vinho novo deve-se pôr em odres novos, e assim ambos se conservam. ³⁹ Demais, ninguém que bebeu do vinho velho quer já do novo, porque diz: O vinho velho é melhor.*

Meditação: refletir sobre esta palavra para ter os mesmos sentimentos de Jesus Cristo.

Jesus está trazendo o Reino de Deus. A presença de Jesus, Salvador da humanidade, é tempo de alegria, é tempo de festa como um casamento, Jesus é como o noivo. Não é necessário fazer o jejum durante o tempo da festa. Os discípulos podem se alegrar com Jesus. Mais tarde, quando o noivo for tirado do meio deles, na sexta-feira santa da Paixão, eles jejuarão. Os discípulos, a partir da sexta-feira Santa, costumam celebrar este sofrimento da Paixão de Jesus através de alguma forma de jejum.

Todas as religiões tem o costume de fazer alguma forma de jejum como rito religioso. Os fariseus observam as prescrições da religião dos judeus, e fazem jejum nos dias marcados pela lei de Moisés. Jesus ensina que o Reino de Deus, a vida cristã é viver no amor, é uma novidade que renova a humanidade. E como não se pode colocar um pano novo para remendar uma roupa velha, assim também não se pode colocar a fé cristã dentro de uma cabeça que só pensa no sistema da lei e dos ritos do povo judeu. Também hoje há muitos tradicionalistas que condenam os outros que não seguem a lei como está na cabeça deles, Jesus não veio dar uma lei, ele veio transmitir o amor de Deus para nós, e devemos acostumar a estarmos unidos a Jesus, nos tempos de alegria nos alegramos com ele; no tempo de sofrimento, participar de sua paixão salvadora. Jesus coloca em nosso coração o vinho novo: o seu Espírito.

Oração: é a minha resposta a Deus é louvor e adoração, é intercessão e ação de graças.

Jesus, você nos trouxe a experiência do amor de Deus por nós, ensina-nos a fazer o nosso jejum com amor: é necessário ter alguma forma de renúncia, de jejum, para nos unirmos à sua Paixão e para expiar nossos pecados. É verdade que na vida há muito sofrimento, mas para nós podermos acolher o sofrimento da vida que vem espontaneamente, sem querer, nós devemos treinar fazendo alguma renúncia voluntária, para estarmos prontos quando vier o sofrimento, e nos unirmos à sua Paixão.

Contemplação:  perceber a ação do Espírito nos fatos, nas pessoas, nas criaturas, no mundo, e participar da construção do mundo segundo Deus.

Oração final:

Setembro, MÊS DA BÍBLIA, está completando 50 anos buscando aprofundar e vivenciar a Palavra de Deus.

Dom Walmor, presidente da CNBB, destacou a importância da Palavra de Deus no dia a dia da Igreja, nas circunstâncias da vida, e nas famílias, como “instrumento para produzir em nós o amor que nosso coração precisa nutrir e ter em abundância para nos permitirmos viver um testemunho bonito e amoroso”.

É necessário “fazer ecoar em toda a Igreja do Brasil a centralidade da Palavra de Deus”, e assim “oferecer à nação brasileira um cristianismo autêntico, bonito, solidário, fraterno, que transforma mentes e corações e que nos faz irmanados como membros dessa nação”.

A Carta de São Paulo aos Gálatas, é o livro proposto pela Igreja do Brasil para ser estudado neste Mês da Bíblia, com o lema “Pois todos vós sois um só em Cristo Jesus”, que cresçamos no sentido de respeito mútuo e de diálogo, cresçamos no conhecimento da doutrina bonita da nossa fé, não com rigidez, mas como experiência que faz brotar em nossos corações a sabedoria do amor”.

Pe. Giovanni Pontarolo