Category: Pe. Luiz Mandelli

4° Domingo da Páscoa Jesus, o verdadeiro pastor

4° Domingo da Páscoa Jesus, o verdadeiro pastor

1. As minhas ovelhas escutam a minha voz, eu as conheço e elas me seguem.

Palavras compreensíveis para os ouvintes de Jesus, menos para nós.

Todo fim do dia, os pastores  reconduziam seus rebanhos para o redil, grande recinto fechado, onde as ovelhas passavam a noite protegidas. De manhã cedo, o pastor entrava no redil e chamava as próprias ovelhas. Elas ouviam a voz do pastor. Entre mil pastores, elas conheciam a voz do próprio pastor. Então levantavam e o seguiam.

2.  Ninguém vai arrancá-las de minha mão e da mão de meu Pai.

Mão: símbolo da força, defesa, proteção. Jesus luta contra quem nos quer separar dele.

” Quem nos separará do amor de Cristo? Nem a morte nem a vida nem criatura alguma…(Rom 8, 35).

3. Ninguém está sozinho, abandonado, perdido nesse mundo. Alguém nos conhece, toma conta, acompanha, protege, guia. É  o Senhor Jesus, o Ressuscitado.

Ele nos dá a vida eterna, a vida plena, a vida divina,  já nesta vida e na futura.

4. O Pastor invisível se faz visível em outros pastores:

Ministros na Igreja, pais e mães na família, catequistas nas comunidades, mestres e professores na escola, amigos verdadeiros na vida

de cada dia…

A sociedade precisa de “pastores”. Sem pastores as ovelhas se perdem.

5. O Senhor é o meu Pastor? Uma vez,  Madre Teresa de Calcutá participava de um encontro num estádio cheio de jovens em Milão. Um jovem lhe perguntou:  “Madre, que devo fazer para ser cristão?”.

Madre Teresa respondeu só com duas palavras (em inglês):  “Bilong to Crist”.

Pertencer a Cristo! Pe. Luiz Mandelli

2° Domingo da Páscoa

  1. Jesus se apresenta ao apóstolo João exilado na ilha de Patmos: “Eu sou o que vive. Estive morto, mas agora estou vivo pelos séculos dos séculos”.
  2. Domingo que fala da fé, mas também da misericórdia. Domingo da Divina Misericórdia.
    A revelação da Divina Misericórdia é biblica, é o centro do Evangelho.
  3. Os discípulos estavam ” com medo”…
    E nós, de que temos medo?
    Da morte, de um Deus que castiga, das doencas, da pandemia, da guerra, dos assaltos e roubos, da solidão…
    Os medos podem ser vencidos, junto com Cristo.
  4. Jesus foi misericordioso com os Onze.
    Não os repreende pelo abandono do Mestre.
  5. Primeira palavra: “Paz a vós”.
    Não é uma saudação, mas Jesus está lhes oferecendo
    um “dom”. Vos dó a minha paz.
  6. Jesus mostra as feridas.
    Não tanto para mostrar que não é um fantasma, mas para mostrar os sinais da sua paixão, do seu amor ao extremo, de sua entrega na cruz.
  7. “Recebei o Espírito Santo”
    É o maior presente que Jesus faz aos discípulos: o amor de Deus em pessoa. O amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo.
  8. “A quem perdoardes os pecados, serão perdoados”
    Os Onze devem levar o perdão de Deus a quem se arrepende. Com a absolvição, o sacerdote concede o perdão e a “paz”.
  9. “Eu vos envio ao mundo…”
    É a mesma missão confiada a Jesus pelo Pai: testemunhar o amor e a misericórdia do Pai a todos.
  10. Jesus foi misericordioso com Tomé
    ” olha as minhas mãos e o meu lado”…
  11. ” Felizes os que irão crer sem ter visto”
    “Felizes os misericordiosos porque encontrarão misericórdia no Pai”.

Pe. Luiz Mandelli

A VOLTA DO FILHO PERDIDO

Muitos filhos perdidos voltaram para a casa do Pai. Quero contar a história de um deles. O nome dele é RUDOLF HOSS.

Rudolf era o comandante do campo de concentração de Auschwitz. Por três anos foi responsável do campo onde foram exterminados dois milhões e meio de  hebreus e não hebreus, nas câmaras de gas. Outros 500 mil morreram de fome, doenças, trabalho escravo, maus tratos… Um ano após o fim do seu encargo, voltou para supervisionar a execução de 400 mil hebreus húngaros. Era apelidado de “o animal”.

Terminada a guerra se escondeu, mas a polícia militar britânica o encontrou.  Foi processado e condenado à pena de morte.

Na prisão, que durou quase um ano, os guardas poloneses o trataram bem, com misericórdia.  Ele achava que não merecia o perdão e a bondade deles. Quatro dias antes de ser enforcado deixou escrito em suas memórias:  “Na solidão do meu quarto cheguei ao amargo reconhecimento de ter pecado gravemente contra a humanidade. Como responsável de Auschwitz foi responsável para executar os planos cruéis do “Terceiro Reich”, para a destruição humana. Ao fazê-lo, infligi feridas terríveis à humanidade. Causei sofrimento indescritível ao povo polonês em particular. Eu pagarei por isso com a minha vida. Que o Senhor Deus me perdoe um dia pelo que fiz”.

Rudolf era de família católica. Parece que o pai dele desejava que se tornasse padre. Casou-se e teve cinco filhos. Antes de ser enforcado,  pediu parar se confessar. Os inglese não queriam permitir, mas os guardas poloneses procuraram um sacerdote disponível a ouvir a confissão. Mas nenhum padre católico aceitou o pedido.  Até que o próprio Rudolf lembrou o nome de um padre jesuíta, a quem ele tinha concedido a graça de sair vivo do campo de Auschwitz,  após ter exterminado a sua comunidade.

Era o padre Wladislaw Lonh  que se encontrava em Cracóvia, no santuário do Divina Misericórdia, capelão de um convento de freiras. Ele aceitou.  A confissão durou horas e horas. No fim o padre lhe deu a absolvição. O dia seguinte lhe trouxe a comunhão. Rudolf caiu em pranto e  continuou a chorar até o momento que o enforcaram, justamente no pátio do campo de concentração de Auschwitz, no dia 16 de abril de 1947. Tinha 47 anos.

Para os hebreus não pode haver perdão para os crimes da Shoáh (Holocausto). Mas nós não podemos proibir a Deus de perdoar a quem se arrepende de seus pecados…Seriamos como o filho mais velho da “parábola” que não queria que o Pai perdoasse ao filho mais novo.

Se foi absolvido o comandante de Auschwitz, não há ninguém entre nós que não possa se arrepender e ser absolvido de seus pecados.  A misericórdia de Deus não tem limites…

LIÇÕES DA EPIFANIA

A narração de Mateus parece um conto para crianças. Mas não é. É uma grande catequese, rica de ensinamentos. Há nos Evangelhos duas narrações paralelas. Uma de Lucas:  numa noite escura, uns pastores foram envolvidos numa grande luz e foram convidados a ver um menino recém-nascido. Os pastores não eram santos. Eram pessoas afastadas de Deus, com fama de ladrões. Viviam dia e noite com os animais, indivíduos então impuros, que não conheciam nem praticavam a Lei. Faziam parte da categoria dos “pecadores”, excluídos da vida religiosa, excluídos da salvação. Mas são os primeiros e os únicos a ver o Salvador, que nasceu para eles.

A outra narração é de Mateus:  ele não fala de pastores, mas de Magos. Numa noite escura viram uma estrela, uma grande luz. Quem eram esses magos? Pagãos, afastados da fé no verdadeiro Deus. Adoradores dos ídolos, desprezados pelos Hebreus porque idólatras, não dignos da salvação. Mas são esses Magos que são chamados a homenagear o recém-nascido Rei dos Judeus.

Qual é então o significado dessa festa? O amor de Deus é universal, para todos. Não há ninguém no mundo que deve se sentir excluído do amor de Deus. Nem você, meu irmão. Nem você, minha irmã. (Pe. Luiz)

LEITURA ORANTE – 24/09/2021

25 Comum Sexta f.

Lc 9,18-22

Pedro declara sua fé em Jesus; Jesus anuncia sua Paixão.

ORAÇÃO INICIAL para sentir-se à presença de Deus

1º LER: Escuta a Palavra de Deus!

18 Num dia em que ele estava a orar a sós com os discípulos, perguntou-lhes: Quem dizem que eu sou? 19 Responderam-lhe: Uns dizem que és João Batista; outros, Elias; outros pensam que ressuscitou algum dos antigos profetas. 20 Perguntou-lhes, então: E vós, quem dizeis que eu sou? Pedro respondeu: O Cristo de Deus. 21 Ordenou-lhes energicamente que não o dissessem a ninguém. 22 Ele acrescentou: É necessário que o Filho do Homem padeça muitas coisas, seja rejeitado pelos anciãos, pelos príncipes dos sacerdotes e pelos escribas. É necessário que seja levado à morte e que ressuscite ao terceiro dia.

2º MEDITAR: Refletir sobre esta Palavra

Deus prometeu formar uma Nova Aliança através do Messias, mas o povo esperava um rei poderoso da descendência real de Davi para restaurar o reino de Israel. Porém através do profeta Isaías, Deus prometeu enviar o Messias não como um rei poderoso, mas como um servo que carrega os pecados do povo até a morte para libertar quem nele crê.

Jesus retira-se a sós com seus discípulos e ora para que eles abram o coração para o que irá revelar sobre sua pessoa e missão. Pedro professa sua fé em Cristo, mas Jesus completa e ensina a seus discípulos que ele não é Messias segundo a opinião do povo que quer um rei da prosperidade, mas é Messias segundo a profecia de Isaías, sofredor e vencedor pelo poder de Deus. Os discípulos demoraram para aceitar estas palavras de Jesus.

Esta revelação de Jesus aos discípulos acontece somente em clima de oração e muita intimidade com o Pai. Seus discípulos foram reconhecendo aos poucos nele o Messias de Deus. E a todos os que querem ser discípulos Jesus pede para acompanha-lo carregando a própria cruz.

Quem é Jesus para mim? Seguir Jesus, ser discípulo que ama e gosta de ouvir e meditar sua palavra, este é o nosso desejo e nosso compromisso. Podemos sentir dificuldade, podemos às vezes falhar, mas o importante é amar Jesus, que é Deus nascido de Maria para ser nosso irmão salvador. Em toda hora e situação lembremos que Jesus sofreu e ressuscitou. Ele está vivo junto conosco. Falamos com ele agradecendo seus dons e sua misericórdia.

3º ORAR: Dialogar com Deus

Senhor Jesus, você veio para libertar o mundo da escravidão do pecado colocando nele o amor de Deus. Por isso foi alertando os discípulos para não esperar glórias humanas, mas preparar-se para vê-lo perseguido e morto, e confiar na vitória da ressurreição. Isso eles compreenderam somente depois da ressurreição. Peço que o dom do Espírito Santo me ajude a acolher e confiar no seu caminho.

4º CONTEMPLAR: O que mais tocou meu coração?

As palavras e a reflexão deixam lugar ao silêncio para olhar com amor a Deus e ao próximo. Contemplar com amor o que senti no coração durante este encontro com Deus.

ORAÇÃO FINAL em agradecimento

Pe. Giovanni Pontarolo

São João Maria Vianney

Três anos após ser ordenado padre, Dom Vianney foi nomeado pároco de Ars, pequeno vilarejo no sul da França, de 230 habitantes. Uma paróquia onde não havia muito amor ao Bom Deus: todos os homens trabalhavam aos domingos e quase nunca comungavam e, à noite, ficavam nos botecos da aldeia, se entregando às bebedeiras; os jovens se divertiam em bailes licenciosos.

No dia que foi para Ars, já perto do povoado, Dom Vianney pediu a um pequeno pastor o caminho certo. Obtida a resposta, o novo pároco disse ao menino: “Tu me mostraste o caminho de Ars, eu te mostrarei o caminho do céu”.

A principal preocupação do Cura d’Ars foi a conversão de seu pequeno rebanho. Começou a levar uma vida de muitas orações, penitências, jejuns. Toda manhã ficava por três horas ajoelhado diante do sacrário. À noite, ficava na igreja rezando por longo tempo antes de deitar. Não dormia mais que quatro ou cinco horas. O exemplo do pároco, junto com suas homilias e catecismos, levaram, em poucos anos, os paroquianos de Ars a mudar de vida. Naquela paróquia onde havia pouco amor a Deus, o santo Cura conseguiu despertá-lo em todas as almas.

A fama de santidade de Dom Vianney se propagou por toda a França e um fluxo contínuo de peregrinos começou a chegar, todo dia, neste pequeno vilarejo. Milhares e milhares de pessoas vindas de regiões mais distantes. Muitos acorriam só pra ver o Cura e, acima de tudo, confessar-se com ele, mesmo que para isto tivessem que esperar horas ou dias inteiros. O Padre chegava a ficar 15 ou mais horas por dia dentro do confessionário que para ele foi, por mais de trinta anos, como um longo martírio.

Uma vez, um peregrino também foi para Ars. Lhe perguntaram: “O que você viu em Ars?”. Respondeu: “Vi Deus em um homen”. Jesus falou: “Vós sois a luz do mundo”. O santo Cura d’Ars foi realmente uma luz de Deus para o mundo em que viveu.

Pe. Luiz Mandelli, pime