Category: Pe. Luiz Mandelli

23° Domingo do Tempo Comum

23° Domingo do Tempo Comum

23° Domingo do Tempo Comum

Evangelho: muita gente acompanhava Jesus, pensando que estava próximo o dia do seu triunfo. Jesus desfaz os sonhos dessa gente. E apresenta três condições para ser realmente seu discípulo.

Primeiro: colocar em primeiro lugar Jesus e, em segundo lugar, tudo o resto:
a família e até a própria vida. Muitos tem admiração por Jesus, mas ficam só nisso. Depois vivem como querem. “Jesus em primeiro lugar” é viver conforme manda o Evangelho.

Segundo: carregar a própria cruz, isto é se sacrificar e oferecer a própria vida aos irmãos.

Terceiro: renunciar a tudo o que se possui. O que temos não é só para nós, mas para ser compartilhado com os outros.

Depois Jesus faz o exemplo do construtor de uma torre e de um rei que quer fazer uma guerra. É preciso pensar bem, antes de iniciar uma obra. Podemos usar o exemplo também do casamento. Quem casa despreparado e não está disposto a renunciar a tantas coisas, corre o risco de fracassar. Assim é para o seguimento de Jesus.
Quem é então o discípulo de Jesus? Quem é capaz de renunciar a tantas coisas, boas e más, e é capaz de amar e se doar aos irmãos.

2a leitura: a história de um escravo

Paulo tinha batizado Onésimo, um escravo fugitivo. O manda de volta ao seu patrão, levando consigo uma cartinha em que pede a Filêmon que o receba de volta, não como era antes, mas como um irmão em Cristo. Essa cartinha entrou a fazer parte da Bíblia.
Paulo sabe que, para a lei dos homens, a escravidão vai continuar. Ele não tem condição de mudá-la. Mas dentro da Comunidade cristã, o patrão e o escravo devem viver doravante como dois irmãos e ambos tem um só Senhor, Jesus Cristo, a quem devem servir.

O Pastor americano Martin Luther King, lider do movimento negro norte americano, que morreu assassinado, afirmou:
“Aprendemos a voar como os pássaros, aprendemos a nadar como os peixes, mas não aprendemos a conviver
como irmãos!”.
Até quando?

Pe. Luiz Mandelli

19° Domingo do Tempo Comum

As três leituras oferecem muitas pistas de reflexão. Escolho como tema o convite a sermos “vigilantes”.

1a leitura: Israel lembrava sempre o passado para enfrentar as adversidades do presente. De maneira especial lembrava a noite da libertação, em que Deus passou e os tirou da terra da escravidão. Como os Israelitas, sejamos vigilantes, esperando a passagem do Senhor.

2a leitura: Abraão e Sara, modelos de fé. Ficaram atentos aos apelos do Senhor. Não viram a realização das promessas de Deus, mas acreditaram naquilo que Deus lhes tinha prometido. Como eles, sejamos atentos aos apelos do Senhor.

Evangelho
A parábola do patrão e dos servos.
Um patrão volta para casa nas altas horas da noite. É preciso estar preparados para recebê- lo. A parábola é rica de imagens.

  • “Estejam com os rins cingidos”, hoje diriamos “em traje de trabalho”. O Senhor quer encontrar os seus discípulos numa atitude permanente de trabalho, ocupados dia e noite em servir
  • “Com as lâmpadas acesas”: com uma fé viva no coração. Uma luz que ilumina nossos passos e faz de nós “luz do mundo”.
  • “Felizes os servos que o senhor encontrar acordados”: de prontidão, vigiando como as sentinelas, os guardas noturnos. Não dormindo. Dorme quem vive esquecido
    de Deus de seu destino eterno, fazendo o mal.
  • “Prontos a abrir a porta, quando o senhor bater”.
    É uma porta que só abre por dentro.
    Um pintor inglês, Holman Hunt (1800), pintou um quadro famoso…Mostra Jesus em frente de uma porta, segurando com a mão esquerda uma lâmpada acesa e, com a mao direita batendo, esperando uma resposta. O pintor cuidava, em suas obras , dos mínimos detalhes. Alguém, olhando o quadro, notou que havia um erro. “O senhor esqueceu de colocar fechadura e maçaneta”. O pintor: “Foi feito de propósito. Esta porta tem tranca por dentro”.
    Aquela porta era, na intenção do pintor, um símbolo do nosso “coração”. E o coração se pode abrir só por dentro. Deus não força a porta, só entra se a gente abrir. Só nós podemos abrir o coração a Deus e aos irmãos, ou deixá-lo trancado.

Tem mais um detalhe na parábola: “o senhor, passando, os servirá”.
A reação do patrão é inesperada: ele também se cinge, convida os criados a sentar na mesa e começa a serví-los. É uma referência ao banquete no Reino dos Céus e ao banquete da Eucaristia, em que Jesus oferece o seu corpo e sangue, como alimento espiritual, aos seus.

O padre Zezinho compôs uma música: “Quando Jesus passar, eu quero estar no meu lugar”. Quando Jesus passar, nos encontre, em qualquer momento, “vigilantes”, na espera dele, prontos a acolhê-lo.

Pe. Luiz Mandelli

18° Domingo do Tempo Comum

1a leitura: um trecho de um livro estranho do A.T., autor Coélet (Eclesiastes: aquele que fala na Assembléia).
É a amarga reflexão de Coélet sobre a vida. Ele não tinha uma idéia clara de uma vida após a morte. Afirma: ” A sorte de homens e animais é uma só” (Ecl 3,19). Então se pergunta: que adianta trabalhar, fatigar, sofrer, se temos, no final, deixar tudo a outro que nada fez?
“Tudo é vaidade, ilusão. É um correr atrás do vento”. Esforço inutil, não serve pra nada. O homem é incapaz de encontrar, por si só, um sentido para a vida.
Só o Evangelho dará uma resposta a essas questões:
o bem que a gente faz não é perdido, mas nos acompanha na vida eterna.

Evangelho:
Jesus não quer se meter na
briga de dois irmãos para a divisão da herança.
E conta a história de um fazendeiro que fica cada vez mais rico com sua lavoura, pensando que seus bens irão lhe proporcionar uma vida segura e feliz.
Mas Deus chama esse trabalhador honesto, previdente, como há muitos por aí, de “insensato”, louco infeliz. Onde ele está errado? No raciocínio que tem consigo mesmo.

a) “Tu estás com os celeiros cheios. Podes descansar, por muitos anos, sem te preocupar com nada”. É o que muitos pensam: “Tenho uma boa conta no banco. Posso viver tranqüilo”.
Os bens deste mundo ajudam, mas não vão nos proteger das adversidades, das doenças, da morte.
Quantas famílias ricas estão cheias de problemas.
Os fabricantes de armas, os que espalham toneladas de drogas, tem lucros fabulosos, mas são realmente felizes?.
Nossa segurança está em Deus. “Só há um bem: estar com Deus!” (Sl 73, 28).

b) “Tu tens muitos bens. Aproveita. Diverte-te”.
Onde está o erro? O rico quer desfrutar seus bens sozinho. Não se importa com os outros. Não pensa:
a quem posso ajudar?
Será que não tem empregados, suas famílias, esposas, filhos?.
Quanta gente trabalha a vida tóda para enriquecer os outros e enfrenta cada dia mil dificuldades?
Para que servem os bens produzidos? Para serem repartidos, para ajudar os pobres.

c) Por que o rico é censurado? Não porque produziu muitos bens, mas porque acumulou exclusivamente ” para si” e não enriqueceu aos olhos de Deus. Nos tornamos ricos diante de Deus, quando repartimos com os outros o muito ou o pouco que temos.
Vamos pensar nos outros, vamos nos preocupar com os outros, vamos nos doar aos outros. Pobres de bens materiais, mas ricos de amor.
“Feliz o homem que reparte com os pobres os seus bens! Permanece para sempre o bem que fez”
(Sl 112, 9).

Pe. Luiz Mandelli

Senhor, ensina-nos a rezar.

Senhor, ensina-nos a rezar.

17° Domingo do Tempo Comum

  1. “Senhor, ensina-nos a rezar”.
    Um dos problemas do homem de hoje é a sua incapacidade de rezar. Jesus se faz mestre, com o exemplo e a palavra.
    “Quando rezardes, dizei: “Pai”. Como Ele mesmo fazia, que chamava a Deus de “Abbá” (em aramaico: pai querido). O que significa? Que a oração é un encontro, um dialogo amoroso de um filho (a) com o próprio pai. Rezar é amar, é pensar em Deus amando-o.
    E também um momento em que todos se reconhecem irmãos uns dos outros. Quando visitava os doentes num hospital de Manaus, era a única oração possível com católicos, evangélicos, membros de outras crenças, praticantes e não praticantes, bons e maus…
    Uma proposta: na nossa família, ao menos aos domingos, antes do almoço, rezarmos juntos o Pai nosso.
  2. A parábola dos dois amigos. Um, precisando de
    ajuda, recorre a um amigo. Mas é noite e o outro não quer atendê-lo, até que, diante de tanta insistência, levanta e dá os pães que o amigo lhe pede.
    A parábola parece afirmar que a oração deve ser insistente. Na realidade o personagem principal não é quem pede, mas o amigo que satisfaz o pedido e que representa Deus. O que Jesus pretende dizer é: se os homens são capazes de escutar o apelo de um amigo importuno, ainda mais Deus atenderá aqueles que lhe pedem…
  3. “Quem pede, recebe”.
    A experiência diz que os nossos pedidos não são sempre atendidos. Então Jesus conta outra brevíssima parábola:
    se um filho está com fome e pede um peixe, o pai não lhe dá uma cobra, se lhe pede um ovo, não lhe dá um escorpião. Assim é Deus. Ele sempre nos atende, mas à maneira dele. Ele sempre nos dá coisas boas, úteis à nossa salvação.
    E o dom melhor é o seu Espírito, isto é si mesmo, o seu Amor. Deus doa si mesmo a cada um de nós, para que cada um não fique sozinho a enfrentar as dificuldades da vida.
    Peçamos coisas boas, mas acima de tudo o dom que Deus não recusa a ninguém: o seu Espírito.

Pe. Luiz Mandelli

16° Domingo do Tempo Comum – Marta e Maria

16° Domingo do Tempo Comum – Marta e Maria

As duas irmãs oferecem hospitalidade a Jesus. Marta, a dona da casa, é toda ocupada e preocupada em servir. Maria, sentada aos pés de Jesus, fica escutando as sua palavras.
As duas irmãs acolhem de maneiras diferentes o hóspede: uma com o serviço, a outra com a escuta. Maria não está conversando com o Mestre, mas ” escutando a sua palavra”: era a atitude do discípulo.

  1. O episódio mostra o valor da hospitalidade e do acolhimento. “Era forasteiro e me acolhestes”. No encontro das famílias, o Papa tem elogiado as famílias acolhedoras, como aquela de Roma, pai e mãe e seis filhos, que acolheram em sua casa uma mulher e a filha que fugiram da Ucrânia.
  2. “Uma só coisa é necessária”.
    Jesus não reprova Marta, mas a exorta a imitar Maria.
    Entre as muitas coisas, a mais necessária é a nossa relação com Deus, buscar o Reino de Deus, termo substituido no evangelho de João por “vida eterna”. É pensar não só nesta vida, mas também na vida eterna.
    Um tempo se dizia “salvar a alma”, hoje se prefere dizer: colocar Deus em primeiro lugar. Quantos hoje pensam ainda nisso?
  3. “Maria escolheu a melhor parte”, isto é, o caminho melhor para conseguir a coisa necessária: a escuta da palavra de Jesus.
    Por que é importante participar da missa? Porque aí Jesus nos fala, ensina e nutre com suas palavras o nosso espírito e o nosso coração.
    É bom também, todos os dias, encontrar um tempo para ler uma passagem do Evangelho, ouvir nos canais católicos una boa pregação…
  4. “Eis que estou à porta e bato”, fala Jesus (em Ap 3,20). Vamos acolher Jesus, na escuta da Palavra , como Maria, e no serviço de quem precisa, como Marta.

Pe. Luiz Mandelli

Parábola do bom samaritano

Parábola do bom samaritano

15° Domingo do Tempo Comum
Parábola do bom samaritano

  1. O doutor da lei sabe que se deve amar o próximo. Mas há tantas opiniões divergentes. Pergunta: quem, afinal, tenho a obrigação de amar?

Jesus, então, conta uma história: um homem é assaltado, deixado ferido, quase morto, à beira do caminho. Passam três pessoas.

  1. Um sacerdote e um levita:
    tinham ficado uma semana no Templo de Jerusalém, servindo ao Senhor. Eram as pessoas mais aptas a socorrer aquele infeliz.
    Mas…, vêem o homem caido e passam para o outro lado da estrada.
    Pra que serve o culto a Deus, sem a prática da caridade?
  2. Passa um samaritano: um homem desprezado pelos judeus, um herege, um pecador, que não pertence ao Povo de Deus. Ele vê e para.
    Lucas descreve com dez verbos a cena mais importante da parábola. São dez gestos do samaritano:
    viu o homem caido, se encheu de compaixão, aproximou-se dele, tratou suas feridas, derramou nelas óleo e vinho, colocou-o em seu próprio animal, levou-o a uma pensão, passou a noite
    cuidando , entregou dois denários ao dono da pensão, prometeu voltar e pagar o que tiver gasto a mais.
    A caridade se faz com ações concretas, não com palavras.
  3. “Qual dos três foi o próximo do homem vítima dos assaltantes?”.
    “É aquele que se aproximou e lhe prestou socorro”.
    “Também tu faze o mesmo”.
    Todos são chamados a se tornarem samaritanos, próximos de quem precisa.
  4. Quem é afinal esse samaritano? É o próprio Jesus, que teve compaixão da humanidade ferida. Passou, parou e a curou de todos os tipos de males.

Existia, na Idade Media, na estrada de Jericó, uma assim chamada “Hospedaria do Bom Samaritano”. Um anônimo peregrino tinha gravado sobre uma parede essas palavras: ” Se até sacerdotes e levitas passam e não vêem a tua angústia, saiba que Cristo é o bom samaritano que terá sempre compaixão de ti e, na hora de tua morte, te levará à pensão eterna”.

Pe. Luiz Mandelli

SÃO PEDRO E SÃO PAULO

SÃO PEDRO E SÃO PAULO

  1. Pedro apóstolo
    Pedro era pescador de peixes. Jesus o chama a ser pescador de homens. Lhe muda o nome:
    “Tu te chamarás Cefas”
    (Rocha, Pedra). Lhe confia uma nova missão: Toma conta do meu rebanho.
    Pedro se colocou totalmente a serviço do Evangelho e da Igreja, até sofrer o martírio em Roma, no circo de Nero, no ano 64 d.C.
  2. Paulo apóstolo
    Fariseu, perseguidor dos cristãos, após a conversão se torna grande pregador do Evangelho. Sofreu o martírio em Roma no ano 67 d.C.

Diante da morte iminente, lembra a sua vida com quatro imagens.

1a. “Quanto a mim, estou sendo oferecido em libação”. A libação era a oferta que se fazia às divindades, derramando sobre um braseiro aceso, vinho, azeite ou outros líquidos. Paulo está derramando, em libação, o seu sangue.

2a. Chegou a hora de soltar as velas para a última viagem, ao encontro de Cristo.

3a. “Combati o bom combate”. Na segunda carta aos Corintios (Cor 11, 23-28), Paulo faz uma descrição impressionante de tudo o que passou:

  • fadigas e duros trabalhos, prisões, maus tratos, naufrágios, inúmeras viagens
  • perigos de vida nos rios, na cidade, em regiões desertas, no mar
  • perigos por parte dos ladrões, dos judeus, dos pagãos, dos falsos irmãos
  • muitas noites sem dormir, fome e sede, jejuns, frio, desprovido de agasalho.

4a. “Terminei a minha corrida, guardei a fé”
Paulo é um atleta que, no estádio, chegou ao fim da corrida. Agora ele tem a certeza que Deus lhe entregará a coroa do vencedor (prometida a todos…).

DIA DO PAPA
Papa Francisco está bem idoso: 85 anos. Atualmente sofre dores num joelho que continuam a atormetá-lo e o obrigam a usar uma cadeira de rodas e se apoiar num bastão. Mas continua firme:
em julho irá visitar o Canadá. Rezemos por ele.

Que possamos amar e sermos fiéis a Cristo e à Igreja como o foram os apóstolos Pedro e Paulo.

Pe. Luiz Mandelli

13° Domingo do Tempo Comum

1. Na segunda leitura o apóstolo Paulo escreve aos Gálatas, tentados de voltar à prática da Lei antiga:

“É para que sejamos livres, que Cristo nos libertou”.

Livres de que? Do poder do mal, do Demônio, das paixões pecaminosas, e também da Lei.

Não somos mais obrigados a observar as prescrições da Lei antiga. Toda a Lei se resume no único mandamento: “Amarás o teu próximo”. Por isso, Paulo faz uma exortação:

“Fazei-vos escravos uns dos outros pela caridade”.

Sou livre, mas no mesmo tempo devo me fazer escravo de todos, servindo-os por amor.

Os cristãos da Galácia

Sabiam, por experiência, o que significava “ser escravo”. A vida cristã é uma vida de escravo, mas escravo por amor.

2. Evangelho: condições para seguir Jesus

Três indivíduos anónimos querem seguir Jesus. Ele responde:

– Ao primeiro: Tu deves estar   disposto a passar por renúncias e sacrifícios.

– Ao segundo: Nada e ninguém é mais importante de Jesus Cristo e do anúncio do Reino de Deus.

– Ao terceiro: Seguir o Cristo é tomar a firme decisão de partir e não voltar atrás.

Diante do chamado a servir na comunidade:

Alguns aceitam por motivos mesquinhos (auto-promoção),

Outros não aceitam, porque não querem se empenhar (“não sou capaz, não tenho condições, não tenho tempo”…). Se o Senhor chamar, respondamos com humildade, espírito de serviço e dedicação.

Pe. Luís Mandelli,

6° Domingo da Páscoa

6° Domingo da Páscoa

” Vou, mas voltarei a vós”

Na hora de voltar para o Pai, Jesus revela aos discípulos como continuará presente na vida deles.

1. Primeira presença

“Se alguém guardar minhas palavras, eu e meu Pai viremos e faremos nele a nossa morada”.

Onde Deus está?

• Para os povos antigos:

   está no céu,

• Para os judeus: no Templo,

   a mansão do grande Rei,

•  Para Jesus: no coração de

    quem guarda sua Palavra.

Deus não está longe da gente. Para chegar a Deus, não é preciso atravessar um Oceano desconhecido ou fazer viagens no Espaço. Deus está no íntimo de nós.

“Quando já ninguém mais me escuta, Deus ainda me ouve. Quando já não posso falar com ninguém, a Deus sempre posso falar” (Bento XVI).

2. Segunda presença

“O Pai enviará o Espírito Santo, que vos ensinará e recordará tudo o que falei”

Ele é o Defensor, o Consolador. Papa Francisco prefere chamá-lo “o Companheiro de todos os dias”.

Ele vos recordará:   Jesus não  escreveu nada, mas suas palavras não foram esquecidas. O Espirito Santo  ajudou a lembrá-las quando eram transmitidas oralmente e quando, depois, foram colocadas por escrito.

Ele vos ensinará:   Jesus tinha dito “Tenho ainda muita coisa a vos dizer, mas não sois capazes de compreender agora”. Virá o Espírito e vos ajudará a entender as minhas palavras e vos ensinará como vivê-las.

3.  Terceira presença

Enfim, vendo os discípulos tristes e com medo, Jesus fala: Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou.

Há muita falta de paz no mundo:

– onde os pobres são explorados pelos ricos,

– onde os fracos são explorados pelos fortes,

– onde os sem cultura são explorados pelos donos do saber,

– onde os de cor são discriminados pelos de outra cor,

– onde as mulheres são dominadas pelos homens.

Sejamos promotores da paz de Jesus.

Pe. Luis Mandelli

5° Domingo da Páscoa

5° Domingo da Páscoa

O novo mandamento

1. A preocupação de Jesus nesse tempo é formar a sua Comunidade, lembrar o que é fundamental na vida comunitária: o amor mútuo.

“Mandamento”: porque é algo importante como o Decálogo.

“Novo”: a Lei antiga dizia: Ama a teu próximo como a ti mesmo. Agora: como Eu vos amei. Amar a maneira de Jesus.

2.  Surpreende que Jesus, nesta despedida, não apresente como seu mandamento: Amai a Deus! Por que será?

Porque se pode pensar de amar a Deus e não amar o próximo. Rezo e não amo. Comungo e não amo.

O apóstolo Paulo escrevia aos Coríntios: “Receio que quando chegar  (em Corinto),  encontre entre vós: discórdia, inveja, rivalidade, maledicências, falsas acusações…” (2Cor 13, 20).

Parece à foto de certas nossas comunidades.

Podemos ser muito religiosos e não olhar para o irmão que precisa não se interessar por ele.  “Eu e Deus só”.

Prevendo isso o apóstolo João escreveu: “Se alguém disser: Amo a Deus, mas odeia o seu irmão, está mentindo (1 Jo 4, 20).

3.  Nisto todos conhecerão…

Outra surpresa. O que identifica o verdadeiro discípulo de Jesus no mundo não é tanto a doutrina, a oração, mas o amor fraterno, o amor-serviço. Todos, também os fiéis de outras religiões (Islâmicos, Hinduístas…) rezam, às vezes mais do que os cristãos.

Se tivermos amor uns aos outros, iremos revelar aos homens o amor do nosso Deus, a nossa fé em Jesus. É a nossa missão no mundo.

4.  O amor que Jesus ensinou não é um vago sentimento de amor à humanidade em geral. É algo de concreto, é amar as pessoas concretas, com gestos concretos. Jesus amou assim: acolhendo, curando, fazendo felizes as pessoas que encontrava no dia a dia. Devemos amar as pessoas concretas que vivem conosco: os familiares, os vizinhos, os colegas de estudo, de trabalho. Fazer tudo para que os outros sejam felizes.