Category: Pe. Giovanni Pontarolo

Sagrado Coração

O coração é um dos modos para falar do infinito amor de Deus por nós. Este amor chega a seu ponto alto com a vinda de Jesus. Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, tem um coração humano que transborda de amor, compaixão e misericórdia. Em seu coração humano Jesus conhece a experiência da alegria imensa, mas também conhece a experiência do sofrimento. Jesus sabe como é se sentir acompanhado pelos seus amigos, mas também conhece a dor do abandono dos amigos mais próximos e a experiência da solidão tremenda.

No Evangelho várias passagens fazem alusão ao Coração de Jesus. Depois que os discípulos voltaram da missão pelas cidades da Galiléia Jesus exultou de alegria e exclamou: Mt 11,28 Vinde a mim, vós todos que estais aflitos sob o fardo, e eu vos aliviarei. 29 Tomai meu jugo sobre vós e recebei minha doutrina, porque eu sou manso e humilde de coração e achareis o repouso para as vossas almas. 30 Porque meu jugo é suave e meu peso é leve. Também podemos lembrar outros acontecimentos: A tristeza com que Jesus predisse a traição de Judas, o gesto de São João, discípulo amado, encostando a sua cabeça em Jesus durante a última ceia (cf. Jo 13,23); O evangelista João destaca como acontecimento significativo que na cruz o coração de Jesus foi aberto pela lança e dele saiu sangue e água (cf. Jo 19,34).

Na historia da Igreja a devoção ao Coração de Jesus se manifestou.

Na espiritualidade da Idade Média havia muita sensibilidade para a vida de intimidade com Jesus, para ter a nossa vida, o nosso coração mais semelhante ao Dele, servir a Cristo e cuidar das coisas de Cristo neste mundo.

A devoção ao Sagrado Coração de Jesus teve início com as Aparições a Santa Margarida, uma monja do Mosteiro da Visitação, na França, teve experiências místicas entre os anos de 1673 e 1675. Jesus lhe apareceu três vezes e, em uma das ocasiões disse: “Vede Margarida, o coração que tanto amou o mundo e que recebe tanto desprezo”. Jesus transmitiu sua mensagem de misericórdia e confiança, expressa no coração humano e divino do Verbo Encarnado: “Eis este coração que tanto tem amado os homens. Não recebo da maior parte senão ingratidões, desprezos, ultrajes, sacrilégios, indiferenças…Eis que te peço que a primeira sexta-feira depois da oitava do Santíssimo Sacramento (Corpo de Deus) seja dedicada a uma festa especial para honrar o Meu coração, comungando neste dia e dando-lhe a devida reparação por meio de um ato de desagravo, para reparar as indignidades que recebeu durante o tempo em que esteve exposto sobre os altares. E prometo-te que o Meu Coração se dilatará para derramar com abundância as influências de Seu divino Amor sobre os que tributem esta divina honra e que procurem que ela lhe seja prestada.” A monja Margarida Maria se encarregou de divulgar os desejos do Coração de Jesus, mas foi incompreendida e perseguida, até que a Providência colocou em seu caminho o jesuíta São Cláudio La Colombière, que lhe deu orientação segura e conseguiu fazer com que sua mensagem começasse a ser vista com outros olhos. E com a ajuda de seu diretor espiritual, pôde discernir melhor as aparições e divulgar as mensagens que recebeu de Jesus.

Jesus fez algumas promessas aos que lhe fossem devotos do Sagrado Coração:

  • 1ª Promessa: “A minha bênção permanecerá sobre as casas em que se achar exposta e venerada a imagem de meu Sagrado Coração”;
  • 2ª Promessa: “Eu darei aos devotos de meu Coração todas as graças necessárias a seu estado”;
  • 3ª Promessa: “Estabelecerei e conservarei a paz em suas famílias”;
  • 4ª Promessa: “Eu os consolarei em todas as suas aflições”;
  • 5ª Promessa: “Serei refúgio seguro na vida e principalmente na hora da morte”;
  • 6ª Promessa: “Lançarei bênçãos abundantes sobre os seus trabalhos e empreendimentos”;
  • 7ª Promessa: “Os pecadores encontrarão em meu Coração fonte inesgotável de misericórdias”;
  • 8ª Promessa: “As almas tíbias tornar-se-ão fervorosas pela prática dessa devoção”;
  • 9ª Promessa: “As almas fervorosas subirão em pouco tempo a uma alta perfeição”;
  • 10ª Promessa: “Darei aos sacerdotes que praticarem especialmente essa devoção o poder de tocar os corações mais endurecidos”;
  • 11ª Promessa: “As pessoas que propagarem esta devoção terão o seu nome inscrito para sempre no meu Coração”;
  • 12ª Promessa: “A todos os que comunguem nas primeiras sextas-feiras de nove meses consecutivos, darei a graça da perseverança final e da salvação eterna”.

Os fiéis devem ter a intenção de honrar o Sagrado Coração de Jesus e alcançar a perseverança final; e oferecer cada Comunhão como um ato de expiação pelas ofensas cometidas contra o Santíssimo Sacramento.

Em 1856, Duzentos anos após as aparições de Jesus à Santa Margarida Maria Alacoque, o Papa Pio IX Instituiu a Festa do Sagrado Coração de Jesus. A data da solenidade sempre acontece em junho, e junho ficou dedicado ao Sagrado Coração de Jesus.

A devoção ao Sagrado Coração de Jesus nos lembra que nenhuma experiência humana é alheia ou incompreendida por Cristo. Podemos ter a certeza de que Ele compreende muito bem todos os tipos de sentimentos e experiências que podemos ter na nossa vida. O Papa aprovou o Apostolado de Oração e pediu para sustentar a missão da Igreja com a oração, oferecendo a vida todo dia, rezando pelas intenções de oração que o Papa indica a cada mês.

É Na Igreja é tradição a primeira sexta-feira do mês, com a adoração e bênção do Santíssimo Sacramento, a confissão e comunhão reparadora na primeiras sextas-feiras de cada mês.

Jesus prometeu: “Eu mesmo abençoarei as casas onde se achar exposta e honrada a imagem do meu coração”: Em muitas paróquias o Apostolado da Oração promove a “entronização da imagem do Sagrado Coração de Jesus e do Imaculado Coração de Maria” nas casas, ou seja, a consagração das famílias ao Coração de Jesus.

Um jeito prático de viver bem esta devoção seria rezar várias vezes ao longo do dia a jaculatória: “Jesus, manso e humilde de coração, fazei o nosso coração semelhante ao Vosso”.

Pe. Giovanni Pontarolo

LEITURA ORANTE – 10/06/2021

10 Comum Quinta f.

Mt 5,20-26

Perdão e reconciliação valem mais que a oferta a Deus.

Vinde, Espírito Santo, oração espontânea

Leitura: Pela Palavra inspirada Deus se manifesta a seus filhos.

20 Digo-vos, pois, se vossa justiça não for maior que a dos escribas e fariseus, não entrareis no Reino dos céus. 21 Ouvistes o que foi dito aos antigos: Não matarás, mas quem matar será castigado pelo juízo do tribunal. 22 Mas eu vos digo: todo aquele que se irar contra seu irmão será castigado pelos juízes. Aquele que disser a seu irmão: Raca, será castigado pelo Grande Conselho. Aquele que lhe disser: Louco, será condenado ao fogo da geena.* 23 Se estás, portanto, para fazer a tua oferta diante do altar e te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, 24 deixa lá a tua oferta diante do altar e vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; só então vem fazer a tua oferta. 25 Entra em acordo sem demora com o teu adversário, enquanto estás em caminho com ele, para que não suceda que te entregue ao juiz, e o juiz te entregue ao seu ministro e sejas posto em prisão. 26 Em verdade te digo: dali não sairás antes de teres pago o último centavo.

Meditação: Na leitura da Palavra o que chama minha atenção? Que sentimentos, apelos desperta em mim?

Os escribas e fariseus afirmam que estão quites perante a lei porque não matam ninguém, mas sua justiça é uma obediência somente exterior, enquanto que no interior estão cheios de enganos e violência, são hipócritas e soberbos, apontam as falhas dos outros e encobrem as próprias.

Jesus ensina que para cumprir o quinto mandamento não basta dizer: não matei, não roubei, estou quites com a lei. O discípulo deve sentir o desejo de fazer tudo o que pode para promover o respeito à vida humana, o bem comum e a paz. A justiça de Jesus é o amor ao próximo, a humildade no trato mútuo, evitando até as pequenas ofensas, favorecendo o perdão para formar uma comunidade fraterna que agrada ao Pai.

Jesus oferece exemplos práticos: devem ser evitados não só as ações criminosas, mas também o sentimento de cólera e as palavras ofensivas. È necessário vigiar sobre os sentimentos e ressentimentos de nosso coração. Muitas vezes não nos damos conta de alguns gestos ou palavras que ofendem o irmão, por isso devemos prestar mais atenção. Não importa de quem é a culpa, quem ama mais é o primeiro a ir ao encontro do outro.

Deixa lá a tua oferta diante do altar e vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; só então vem fazer a tua oferta. Deus não aceita o ato de culto, a oração de quem não ama os irmãos. O ato de culto é exterior, mas seu valor está na sinceridade do coração. O abraço antes da comunhão significa paz com todos e não só com alguns. Tenho dificuldade a me reconciliar com quem? A reconciliação é obra de amor, porque é um dom gratuito que devemos oferecer, sem esperar que o outro comece primeiro: perdão e reconciliação devem acontecer antes da celebração de louvor. Deus aprecia tanto a união fraterna que a prefere ao cumprimento dos atos de culto. Todo esforço que agora fazemos para conviver bem com os irmãos abre nosso coração à misericórdia de Deus. Quem agora não quiser se reconciliar por sua espontânea vontade, depois vai pagar tudo até o último centavo.

Oração: Eis-me aqui ao serviço do Senhor……. Louvar, amar, pedir, agradecer, pedir perdão, sorrir, chorar, prometer.

Jesus, você vê que no nosso coração há sentimentos de intolerância contra os outros e os condenamos pelos seus defeitos. Que o Espírito Santo nos ajude a prestar mais atenção: reconhecer nossa realidade para que sejamos honestos em reconhecer nossas falhas e perdoar as falhas dos irmãos. Agradecemos ao Pai porque nos amou primeiro, gratuitamente, e também nós devemos dar compreensão e perdão gratuitamente.

Contemplação: Deixar-me envolver pelas coisas de Deus. Em cada pessoa que encontro, em cada acontecimento é Jesus que vive, se alegra, sofre e necessita de mim.

Pe. Giovanni Pontarolo

Padre José de Anchieta

Padre José de Anchieta nasceu em 1534 na Ilha de Tenerife, no arquipélago das Canárias, na Espanha. Chegou ao Brasil em julho de 1553, com outros seis jesuítas. Ao descer na Capitania de São Vicente, Anchieta teve seu primeiro contato com os índios. A ação dos jesuítas na catequese dos índios se estendia de São Vicente até os campos de Piratininga.

José de Anchieta, junto com outros religiosos, tinha como objetivo catequizar os índios carijós, sobe a Serra do Mar, rumo ao Planalto, onde ele instala e funda o Colégio São Paulo.

No dia 24 de janeiro de 1554, dia da conversão do Apóstolo São Paulo, José de Anchieta participou da missa de inauguração do Colégio de São Paulo de Piratininga, hoje Pateo do Collegio. Era o início da fundação da cidade de São Paulo. Logo se formou um pequeno povoado. José de Anchieta em menos de um ano aprendeu a língua tupi, o que ajudou em todas as missões dos jesuítas. Entre as características marcantes da atuação de Anchieta estão a evangelização dos índios utilizando particularidades locais e, assim como os demais jesuítas, a oposição ferrenha aos abusos cometidos pelos colonizadores portugueses contra os indígenas.

Os franceses em 1555 haviam invadido o Rio de Janeiro e conquistado os índios tamoios. Em 1563, com o apoio dos franceses, a tribo dos Tamoios rebelou-se contra a colonização portuguesa. Anchieta e Pe. Manuel da Nóbrega, chefe da primeira missão jesuíta no Brasil, viajaram à aldeia de Iperoig (atual cidade de Ubatuba, litoral norte de São Paulo) em missão de paz. Anchieta ofereceu-se como refém, enquanto Manuel da Nóbrega partiu para negociar a paz entre os Tamoios e os portugueses. Durante o cativeiro, o jesuíta sofreu a tentação da quebra da castidade, uma vez que era costume entre os índios oferecer mulheres aos prisioneiros antes de sua morte. Anchieta fez, então, uma promessa a Nossa Senhora: dedicaria o mais belo poema em sua homenagem se conseguisse sair casto do cativeiro, que durou cinco meses. Com versos escritos na areia, ele deu vida ao Poema à Virgem. Na longa missão que durou sete meses a paz foi restaurada. Nessa época, criou o hospital da Misericórdia.

Em 1566, Anchieta foi ordenado sacerdote. Três anos depois, fundou o povoado de Reritiba, atual Anchieta, no Espírito Santo. Ao longo dos 43 anos em que viveu no Brasil, participou da fundação de escolas, cidades e igrejas, ficou conhecido como o “apóstolo do Brasil” por sua atuação no País.

Em 1577, com 43 anos e 24 passados no Brasil, Anchieta é designado Provincial da ordem, função que exerceu até 1585. Com a função de administrar os Colégios Jesuítas do país, viaja para várias cidades, entre elas, Olinda, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Santos e São Paulo. Foram 10 anos de visitas.

Produção Literária de José de Anchieta

Além de homem de ação, José de Anchieta foi também escritor religioso, tendo produzido poesias líricas e épicas em latim, textos para dramatização (autos), além de cartas, sermões e a primeira gramática da língua tupi. Usando a literatura como meio de infundir o ensinamento cristão nos índios, realizava representações para tornar viva a mensagem católica.

Em modo particular foi com o teatro que Anchieta cumpriu sua missão de catequizar os índios. Para comemorações de datas religiosas, escrevia e levava ao público, autos que levavam a fé e os mandamentos religiosos, diferente dos cansativos sermões. Entre eles, o da “Assunção”, “Festas de São Lourenço”, “Festa de Natal” e o da “Vila da Vitória, reunidos em um volume de poesias.

Em 1595, Anchieta retirou-se para Reritiba, aldeia que fundou no Espírito Santo, onde permaneceu até seu falecimento, aos 63 anos de idade, em 9 de junho de 1597.

Foi beatificado pelo Papa João Paulo II e canonizado pelo Papa Francisco, em 3 de abril de 2014. A assinatura do decreto de canonização do Apóstolo do Brasil ocorreu 417 anos depois de sua morte, no dia 24 de abril de 2014, pelo Papa Francisco, em Roma. No relatório final dos postuladores sobre a vida do jesuíta, um documento de 488 páginas, há o registro de 5.350 histórias de pessoas que alcançaram graças rezando a José de Anchieta.

Pe. Giovanni Pontarolo

LEITURA ORANTE – 09/06/2021

10 Comum Quarta f.

Mt 5,17-19

Jesus realiza e completa a Lei e os profetas.

Vinde, Espírito Santo, oração espontânea

Leitura: Pela Palavra inspirada Deus se manifesta a seus filhos.

17 Não julgueis que vim abolir a lei ou os profetas. Não vim para os abolir, mas sim para levá-los à perfeição. 18 Pois em verdade vos digo: passará o céu e a terra, antes que desapareça um jota, um traço da lei.* 19 Aquele que violar um destes mandamentos, por menor que seja, e ensinar assim aos homens, será declarado o menor no Reino dos céus. Mas aquele que os guardar e os ensinar será declarado grande no Reino dos céus.

Meditação: Na leitura da Palavra o que chama minha atenção? Que sentimentos, apelos desperta em mim?

A lei e os profetas são a Revelação de Deus no Antigo Testamento. Porém Jesus completa e leva esta Revelação até a perfeição da Paixão, Ressurreição e Dom do Espírito Santo.

A lei e os profetas eram interpretados pelos escribas, pelos sacerdotes do templo, como uma série de preceitos subdivididos em observâncias minuciosas: a tradição dos antigos. Jesus já desde a adolescência, com doze anos, estranhava algumas explicações dos doutores da lei, fazia perguntas, e dava respostas que deixavam maravilhados os ouvintes.

Jesus sempre cumpre a Palavra de Deus manifestada pelos mandamentos e pelos Profetas, mas não cumpre do jeito que os escribas explicam, porque no diálogo noturno com o Pai compreende a direção em que o Pai o chama. Jesus cumpre lei e profetas em seu sentido verdadeiro e explica a Sagrada Escritura indicando o que é vontade de Deus.

Também nós quando lemos o Antigo testamento estranhamos muitos fatos que não combinam com nossa mentalidade cristã. De fato, Jesus levou a Lei de Deus à perfeição do amor que é possível somente com o dom do Espírito Santo. Jesus não quer mudar o que Deus revelou através de Moisés e dos Profetas, mas quer aperfeiçoar e cumprir plenamente os desígnios de Deus sobre a humanidade. A Palavra de Deus sempre se cumprirá. Quem ama a Deus sempre quer fazer o que agrada a Deus: o amor não dá pouco ou muito, mas dá tudo. Jesus não cumpre só o que está escrito porque é o Cordeiro de Deus que leva sua obediência até o máximo de aceitar a paixão e a cruz para fazer a Nova Aliança com o Pai. Pregado na cruz reconhece: “Tudo está cumprido”.

É bonito quando nós também podemos dizer: eu cumpri a vontade de Deus.

Hoje na televisão e no celular todo mundo quer dizer sua opinião, e nesta confusão acha que está livre para fazer o que gostar. Deus nos criou para fazer o bem, amar e servir os irmãos com toda generosidade.

Oração: Eis-me aqui ao serviço do Senhor……. Louvar, amar, pedir, agradecer, pedir perdão, sorrir, chorar, prometer.

Jesus, você cumpriu a vontade do Pai e nos ensinou: “Sede misericordiosos como o Pai é misericordioso”. Você realmente cumpriu toda a vontade do Pai e foi misericordioso até no meio das dores da crucifixão. Eu desejo fazer a vontade do Pai, mas reconheço minhas falhas. Confio na sua misericórdia e também peço seu Espírito de fortaleza e generosidade, para nunca ser mesquinho com Deus. Que meu desejo seja fazer tudo com amor, para a maior glória de Deus.

Contemplação: Deixar-me envolver pelas coisas de Deus. Em cada pessoa que encontro, em cada acontecimento é Jesus que vive, se alegra, sofre e necessita de mim.

Hoje, dia 9 de junho, A Igreja celebra São José de Anchieta, apóstolo do Brasil.

Pe. Giovanni Pontarolo

LEITURA ORANTE – 08/06/2021

10 Comum Terça f.

Mt 5,13-16

O discípulo, sal da terra e luz do mundo.

Vinde, Espírito Santo, oração espontânea

Leitura: Pela Palavra inspirada Deus se manifesta a seus filhos.

13 Vós sois o sal da terra. Se o sal perde o sabor, com que lhe será restituído o sabor? Para nada mais serve senão para ser lançado fora e calcado pelos homens. 14 Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre uma montanha 15 nem se acende uma luz para colocá-la debaixo do alqueire, mas sim para colocá-la sobre o candeeiro, a fim de que brilhe a todos os que estão em casa. 16 Assim, brilhe vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai que está nos céus.

Meditação: Na leitura da Palavra o que chama minha atenção? Que sentimentos, apelos desperta em mim?

O sal serve para dar sabor: Os discípulos, com a sabedoria do Evangelho, devem ser elemento positivo no meio da humanidade. Porém pode acontecer que alguns discípulos perdem a vontade de seguir Jesus, são como sal sem sabor, que é jogado na rua e pisado pelos que passam.

Jesus trouxe a luz de Deus para a humanidade: enquanto estava neste mundo era a luz do mundo. Agora ele continua sendo luz através de seus discípulos. O cristão é sal e luz porque tem em si a alegre experiência que o Pai nos ama, que Jesus nos salva do mal e que o Espírito Santo nos faz participar do Reino de Deus. Esta vida interior dá sabor à existência e cria um ambiente de doação e de otimismo em torno de si.

Estamos rodeados de irmãos desanimados, ameaçados, oprimidos, com fome, doentes, sem agasalho, sem abrigo, fracos, desamparados. Nós também somos fracos, limitados, tímidos. Mas confiamos em Deus, damos tudo de nós com desapego e coragem cristã, e contamos com a graça e a ajuda de Deus. Colaboramos com nosso exemplo de vida, também com calor humano, alimento, agasalho, abrigo, amparo e ação pela justiça em favor dos oprimidos (as obras de misericórdia). Os discípulos não devem agir para serem vistos e admirados, ou para ganhar honra ou favores humanos. Fazemos cada pequena ação por amor e solidariedade com o nosso semelhante, que conosco é filho do mesmo Pai, e o Pai abrirá o coração de muitas pessoas honestas. Fazemos por fé e agradecemos ao Pai por todos os benefícios que nos concedeu.

Nós cristãos, vivendo as bem-aventuranças, seremos sal, luz, fermento, testemunhando com nossas ações, que Deus ama a humanidade, que Deus sempre está fazendo o bem, apesar do egoísmo humano. Nossas ações feitas neste amor de Deus mostrarão que a bondade de Deus está sempre presente e quem receber estes benefícios sempre poderá agradecer e louvar o Pai.

O encontro pessoal com Jesus aquece o coração e faz experimentar a vida iluminada e fortificada pelo Espírito. Hoje quando dedicamos todos os dias uma meia hora à oração, certamente Jesus nos mostrará o seu caminho, nos fará ouvir sua voz.

Oração: Eis-me aqui ao serviço do Senhor……. Louvar, amar, pedir, agradecer, pedir perdão, sorrir, chorar, prometer.

Senhor Jesus, você foi luz porque iluminado pelo Espírito do Pai, sempre procurava fazer as obras do Pai. Sua presença foi o sal que deu sabor à humanidade. Agora você envia seu Espírito para nós para que continuemos sua ação benfazeja no meio de nossos irmãos. Nós cristãos formamos uma Igreja que é pequena, mas pelas boas obras dos cristãos santos é visível por todos. Que seu Espírito no ilumine e nos dê a criatividade para que vivamos as bem-aventurança nas situações tão diferentes deste mundo em contínua mudança.

Contemplação: Deixar-me envolver pelas coisas de Deus. Em cada pessoa que encontro, em cada acontecimento é Jesus que vive, se alegra, sofre e necessita de mim.

Pe. Giovanni Pontarolo