Category: Pe. Gianfranco Vianello

Que retorne a paz

Que retorne a paz

No meio da guerra entre Israel e palestinos

Pizzaballa consagra a Terra Santa

ao Imaculado Coração de Maria:

“Que retorne a paz”

Solenidade da Virgem Maria Rainha da Palestina, durante a missa no Santuário de Deir Rafat, o cardeal patriarca latino de Jerusalém fez o ato de consagração ontem, 29 de outubro: “Que seu toque materno acalme aqueles que sofrem e fogem de mísseis e bombas.

Que seu abraço maternal conforte aqueles que estão feridos ou que são forçados a deixar suas casas.”

LEITURA ORANTE – 01/09/2021

22 Comum Quarta f.

Lc 4,38-44

Cura da sogra de Pedro; milagres ao pôr-do-sol.

Oração invocando: Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fieis e acendei neles o fogo de vosso amor. Enviai o vosso Espírito e tudo será criado, e renovareis a face da terra. Oremos: Deus que instruístes os corações dos vossos fieis com a luz do Espírito Santo, fazei que apreciemos retamente todas as coisas segundo o mesmo Espírito, e gozemos sempre de sua consolação. Por Cristo Senhor Nosso. Amém.

Leitura: para entender o que o Espírito diz à Igreja.

38 Saindo Jesus da sinagoga, entrou na casa de Simão. A sogra de Simão estava com febre alta; e pediram-lhe por ela. 39 Inclinando-se sobre ela, ordenou ele à febre, e a febre deixou-a. Ela levantou-se imediatamente e pôs-se a servi-los. 40 Depois do pôr-do-sol, todos os que tinham enfermos de diversas moléstias lhos traziam. Impondo-lhes a mão, os sarava. 41 De muitos saíam os demônios, aos gritos, dizendo: Tu és o Filho de Deus. Mas ele repreendia-os severamente, não lhes permitindo falar, porque sabiam que ele era o Cristo. 42 Ao amanhecer, ele saiu e retirou-se para um lugar afastado. As multidões o procuravam e foram até onde ele estava e queriam detê-lo, para que não as deixasse. 43 Mas ele disse-lhes: É necessário que eu anuncie a boa nova do Reino de Deus também às outras cidades, pois essa é a minha missão. 44 E andava pregando nas sinagogas da Galiléia.

Meditação: refletir sobre esta palavra para ter os mesmos sentimentos de Jesus Cristo.

Em Cafarnaum Jesus prega na sinagoga, liberta um possesso e depois vai para a casa de Simão Pedro. A sogra de Simão Pedro está com febre alta. Pediram-lhe por ela, e Jesus a cura. Agradecida, imediatamente se levanta e começa a servi-los. As curas são sinais do Reino do amor de Deus. A sogra de Pedro acolhe este sinal (a própria cura) e torna-se discípula, colocando-se a serviço dos outros. O povo procura Jesus porque quer receber as curas de Jesus, mas poucos se convertem e se tornam discípulos para junto com Jesus ir ao encontro das pessoas que necessitam.

Cafarnaum é a cidade que Jesus mais favorece com sua pregação e seus milagres, e eles querem segura-lo e não deixá-lo ir para outra cidade. Mas ele sabe que deve anunciar a todos a boa nova do Reino de Deus. Jesus não se deixa empolgar pelo sucesso: não para, vai onde estão as pessoas porque sente que a missão recebida do Pai é o anúncio do Reino de Deus. Na oração Jesus escuta a voz do Pai que o envia onde estão outras pessoas que necessitam do Reino de Deus, deixa Cafarnaum, vai para outras cidades e anuncia a Palavra de Deus na sinagoga e nas casas.

Orar: adorar, agradecer, pedir perdão e prometer a Jesus

Jesus, quantas pessoas estão doentes na alma e no corpo, quero interceder e pedir por elas. Você atendeu e curou alguns doentes, e os outros continuaram em seus sofrimentos. Por que não curou a todos? As curas que você realizava eram sinais que apontavam ao Reino de Deus que começa agora, mas será completo na ressurreição que nos introduz na glória de Deus. Jesus você também sofreu em sua vida aqui na terra, e quando foi desafiado para descer da cruz, continuou no sofrimento até a morte. Com isso nos ensina que todo sofrimento pertence a esta vida na terra, e a verdadeira cura será a ressurreição.

Contemplação:  perceber a ação do Espírito nos fatos, nas pessoas, nas criaturas, no mundo, e participar da construção do mundo segundo Deus.

Enrica Beltrame Quattrocchi, filha dos beatos Luigi e Maria

Uma família amada por Deus, uma família que viveu um caminho de santidade: Luigi Beltrame Quattrocchi e Maria Corsini. O papa João Paulo II em 2001 reconheceu suas virtudes cristãs e os declarou “Bem-aventurados. Então o papa disse que a santidade na família “é possível, é bonito, é extraordinariamente fecundo e é fundamental para o bem da família, da Igreja e da sociedade”. Três filhos consagraram-se a Deus: padre Tarcisio, irmã Cecilia e padre Paolino. Enrica foi última filha deste santo casal. Formou-se professora e dedicou-se ao ensino. Sua vocação foi acompanhar seus pais idosos. Na paróquia trabalhou na Ação Católica junto com sua mãe. Trabalhou com as Damas de São Vicente com as quais ia aos bairros mais difíceis da capital.

A partir de 1976, foi Superintendente do Ministério do Patrimônio Cultural e Ambiental. Nos últimos anos, passou seu tempo ajudando casais em crise. A sua vida foi marcada por várias doenças, por dificuldades econômicas, mas sobretudo pela oração, pela participação cotidiana na missa. O amor de Deus foi sua razão de vida. Faleceu em 2012 aos 98 anos. Nove anos após sua morte em Roma, a Igreja reconhece as virtudes heroicas desta mulher: Enrica Beltrame Quattrocchi.

Pe. Giovanni Pontarolo

Reflexão sobre a Transfiguração do Senhor

Jesus levou consigo tres discipulos e os conduziu sobre uma montanha. A montanha é a terra que se levanta rumo ao céu. Ela recebe o primeiro raio do sol que se pousa sobre ela. Se levanta na luz, a mais proxima do céu.

Na Biblia, e também em outras religiões, a montanha é o lugar onde mora Deus. Delá Deus fala ao seu povo, encontra o seus profetas, conduz os seus amigos. Agora Jesus escolhe Pedro, Tiago e João para se revelar. Perto dele, aparecem Moises e Elias, os unicos que viram Deus. E Jesus se transfigurou.

O Evangelho não destaca nenhum detalhe da transfiguração, exceto o de roupas que se tornaram resplandecentes e a voz que convidava a escutar Jesus. Mas se as roupas que cobrem o corpo são tão luminosas, qual será o esplendor do corpo? E se assim é o corpo, o que será do coração?

É costume enfeitar o corpo quando participamos a uma Festa e isso porque o coração vive a beleza deste momento festivo e o comunica ao rosto também.

Pedro, seduzido por isso, toma a palavra: Rabi, belo é para nós estarmos aqui. Façamos tres tendas ! O entusiasmo de Pedro, sua exclamação maravilhada, nos fazem entender que a fé para ser vigórosa deve jorrar de uma sensação de espanto, de uma emoção amorosa, de um grito ” que lindo!” jogado de um coração cheio.

O que seduz a Pedro não é a onipresença de Deus, não o brilho do milagre, ou o fascínio do infinito, mas a beleza do rosto de Jesus. Esse rosto é o lugar onde o coração fala, cheio de luz; onde o homem finalmente se sente em casa: aqui é bom ficar! Em outros lugares, estamos sempre longe, viajando.

O Evangelho da Transfiguração trasmite energia, dá asas ao nosso espírito: o mal e a escuridão não ganharão, este não é o destino do homem. Sua vocação é libertar a luz. Ter fé é descobrir, juntamente como Pedro, a beleza do viver, de dar o gosto por tudo o que faço, ao meu despertar de manhã, aos meus abraços, ao meu trabalho. Toda a vida faz sentido e ilumina.

Mas este Evangelho traz-nos uma notícia ainda mais bonita: a trasfiguração não é um evento que diz respeito apenas a Jesus, ao qual assistir como espectatores, é um evento que interessa a todos, ao qual podemos e devemos participar.

O rosto de Jesus na montanha é o rosto último do homem, é o presente do futuro. É, por um momento, o olhar para o Reino, percebido como uma força poderosa que pressiona a nossa vida, nos transforma, abre janelas do céu. O evangelho nos convida sempre à conversão, isto é a nos voltar para a luz, como faz um girasol. Neste movimento de encontrar o sol, eu estou irradiado, me ilumino, me imbebo e gozo da luz, pois a luz é o primeiro símbolo de Deus.

Pela primeira vez, os apóstolos vêem Jesus em sua beleza, vão além, descobrem, fascinados, o esplendor de Deus. Também nós se não conhecermos a beleza de Deus, nunca poderemos nos entregar a ele, definitivamente. Sem beleza, não podemos viver: a beleza da natureza, da arte, a beleza de gestos e carinho de amigos. É esta que nos leva, de alguma forma a Deus. Marcos, em seu evangelho, escreve que de repente, olhando ao redor, os tres Apostolos não viram ninguém além de Jesus, sozinho, com eles. E a Transfiguração é celebrar a beleza de Deus, tão essencial para se tornar crente, tanto como a conversão para a beleza é repentina.

É um chamado que tem o sabor de uma graça olhar ao redor e ver somente Jesus que ilumina e enche a nossa vida, com a sua beleza. Será a beleza que converterá o mundo, e nós, frágeis discípulos do Senhor, somos convidados a viver na beleza do relacionamento e da verdade, a companhia dos homens, para dizer-lhes e para dar-lhes a esperança de uma Presença que ainda precisa ser revelada em sua totalidade.

Chamados a testemunhar com simplicidade e verdade que somente Jesus preenche nossos corações, enche nossa alma, de sua beleza para nos tornar um palido reflexo.

Pe. Gianfranco Vianello

JOÃO BATISTA: O nascimento

João é um homem que só Deus poderia dar a Israel. Na origem de sua história há uma mulher estéril e idosa, Isabel, e há um pai no templo, também nos anos: eles são os pobres do Senhor, “os justos diante de Deus”. Nada pode condicionar a escolha de Deus, nem isso pode ser impedido por limitações humanas como a velhice e a esterilidade: Deus requer apenas que haja predisposição, expectativa, fé.

Quando João nasce, recebe um nome que fixa para ele a vocação e a missão, o nome dado por Deus através do anjo: João, dom de Deus, será chamado de profeta do Altíssimo, que irá “diante do Senhor a preparar os seus caminhos”

Toda a atividade e existência de João são expressas e – poderíamos dizer – esgotadas, por ser testemunhas de Cristo. João é todo atraído, magnetizado por Àquele que está por vir. Ele sente que entre ele e o Cristo há uma distância abismal, não é digno de oferecer o serviço humilde de um escravo: “desatar as sandálias de seu mestre”.

Sua pessoa, sua existência e sua atividade encontram a sua dobradiça em Jesus, nele encontra sua explicação. Para Isabel o tempo foi cumprido e o filho nasceu. As crianças veem a luz como cumprimento de um projeto, veem de Deus, trazem com elas faíscas de infinito, alegria e palavras de Deus, não nascem por acaso, mas por profecia.

“No oitavo dia foram circuncidar o menino e a mãe pronunciou o nome a dar-lhe : se chamará João “, que significa em hebraico: Dom de Deus. Se manifesta aqui um derrubamento revolucionário das partes: o sacerdote, Zacarias, cala e a mulher pega a palavra!

Isabel compreendeu que a vida, o amor que sente bramir, dentro de si, são um pedaço de Deus; que a identidade de seu filho é para ser um presente para todos. E esta é também a profunda identidade de todos nós: o nome profundo de cada criança é: “dom perfeito”, dom de Deus.

A palavra ficava encerrada dentro dela , até que a mulher fosse mãe e casa de profeta, enquanto Zacarias permaneceu em silêncio porque ele não havia acreditado no anúncio do anjo. Ele fechou o ouvido do coração e desde então, perdeu sua palavra. Ele não ouviu, e agora ele não tem mais nada a dizer.

Indicações que fazem pensar! Quando nós crentes, nós sacerdotes, perdemos a referência à Palavra de Deus e da vida, nos tornarmos áfonos (sem palavra), insignificantes, nós não enviamos mais mensagem para ninguém.

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Os profetas ainda existem, eles estão presentes entre nós. Eles são homens e mulheres que vivem o Evangelho com simplicidade e convicção: o casal que amplia suas casas para levar em custódia uma criança ferida na alma, o jovem que dedica algum tempo para manter as crianças e educá-las para a vida, a consagrada que consome dias e saúde para dar esperança ao desesperado.

Estamos cercados por testemunhas silenciosas, por milhares de profetas que testemunham Jesus, como João Batista. Estamos nos acostumando ao pessimismo, mesmo na Igreja, uma pequena e briguenta lógica mundana prevalece. Não deve ser assim entre nós: a profecia nos ajuda a captar os sinais luminosos que nos alcançam na vida cotidiana

Novos tempos exigem novas formas de viver e anunciar o Evangelho. Portanto, devem ser as nossas comunidades cristãs chamadas a ler o presente à luz do Evangelho para dar esperança ao nosso mundo inquieto.

Como João, somos chamados a viver e propor a conversão dos corações, a acolher a Deus que vem, a denunciar o abuso e a injustiça, com mansidão, mas com decisão, dentro e fora da Igreja, para ser pelo menos um pouco de transparência de Deus.

Pe Gianfranco Vianello

NB. Sobre o texto do Benedictus, o Hino de louvor de Zacarias, ao nascimento do filho João, é disponível uma reflexão bíblica, recolhida num pequeno livro “O sol que vem do Alto” Editora Mundo e Missão, proposto por padre Gianfranco Vianello, Pime.

A festa do Sagrado Coração de Jesus

A festa do Sagrado Coração de Jesus revela uma grande verdade: no centro da nossa vida, da fé, da nossa caminhada interior está o amor de Deus.

No centro do mistério do mundo está Jesus Cristo. No centro do mistério da sua morte e ressurreição está o seu amor, o seu coração. É por isso que podemos dizer que a celebração da festa do Coração de Cristo leva à essência do cristianismo: a pessoa de Jesus Filho de Deus e Salvador do mundo, revelada no mistério mais íntimo do seu ser, às profundezas de onde todos suas palavras e ações: o amor filial e fraterno até a morte.

O coração ,esta parte íntima do homem, é símbolo de todos os sentimentos que permanecem, afinal, um segredo para nós. O coração de Deus se manifesta para nós: Deus ama a humanidade, não a deixa à mercê da morte e da tirania do diabo, um amor que vai até a loucura da cruz. Precisamos sentir o amor de Deus para ter um coração capaz de amar de uma maneira limpa, livre, que evite críticas, difamações, respeitosa dos outros.

Pe. Gianfranco Vianello