LEITURA ORANTE – “Cura do menino epilético” – Sábado 12/08/2023

18 Comum Sábado =
Mt 17,14-20 = Cura do menino epilético.

Invocar luz do Espírito de Deus e pedir sua ajuda para que nos guie na oração.

1- Leitura – A Palavra de Deus ilumina minha vida na situação em que me encontro hoje.

14 E, quando eles se reuniram ao povo, um homem aproximou-se deles e prostrou-se diante de Jesus,
15 dizendo: Senhor, tem piedade de meu filho, porque é lunático e sofre muito: ora cai no fogo, ora na água…
16 Já o apresentei a teus discípulos, mas eles não o puderam curar.
17 Respondeu Jesus: Raça incrédula e perversa, até quando estarei convosco? Até quando hei de aturar-vos? Trazei-mo.
18 Jesus ameaçou o demônio e este saiu do menino, que ficou curado na mesma hora.
19 Então os discípulos lhe perguntaram em particular: Por que não pudemos nós expulsar este demônio?
20 Jesus respondeu-lhes: Por causa de vossa falta de fé. Em verdade vos digo: se tiverdes fé, como um grão de mostarda, direis a esta montanha: Transporta-te daqui para lá, e ela irá; e nada vos será impossível.
21Quanto a esta espécie de demônio, só se pode expulsar à força de oração e de jejum.

  1. Meditação – Na leitura alguma palavra se tornou mais significativa para mim, portanto devo reler esta palavra sem pressa e refletir o que o Espírito quer me dizer .

Os discípulos receberam de Jesus a missão de evangelizar e o poder de expulsar os demônios. Voltaram contando as maravilhas operadas. Este breve estágio missionário foi bem sucedido: porém o poder não era deles, mas de Jesus.
Um pai pede a eles que curem o filho. Eles acham que tem poder para expulsar o demônio, mas não conseguem.
Naturalmente os inimigos de Jesus aproveitam para discutir e criar confusão, rebaixando os discípulos e Jesus na frente do povo.

Jesus está descendo do monte da Transfiguração, e sente-se incomodado por ver aquela confusão, e chama os que estão discutindo: “Raça sem fé e perversa”, gente que só quer ver milagres, mas não tem fé nem compromisso.

Por que os discípulos não curaram o menino?
É porque, apesar de seu amor a Jesus, não se entregam nas mãos de Deus como crianças, não oram como Jesus ora, não tem fé humilde. Os discípulos tem a mentalidade dos poderosos.

O pai tem fé em Jesus, e pede ajoelhado na frente dele. Mas sua fé está vacilando porque os discípulos não conseguem nada. Jesus confirma fé dele e liberta a criança.

Em particular os discípulos perguntam para Jesus: “Por que nós não pudemos expulsar o demônio?” E Jesus responde: “Esta espécie de demônio só se pode expulsar à força de oração e de jejum”.

Jesus pede que tenhamos fé para alcançar a graça de Deus. A fé verdadeira não é só pedir, mas é procurar em primeiro lugar o Reino de Deus, confiar sem vacilar. Fé é a nossa adesão pessoal a Cristo reforçada pela oração e o jejum que nos lembram nossa fraqueza e dependência de Deus.

  1. Oração – falar com Deus a respeito daquilo que entendi, e responder -lhe com amizade.

Jesus, às vezes queremos fazer o bem, pregamos o Evangelho, fazemos semanas missionárias, e ficamos satisfeitos com alguns resultados provisórios, que aos poucos vão desaparecendo. Por que? Reconhecemos que nos apoiamos em nossas forças humanas e não na graça de Deus. Você pede a fé, e se queixa quando ficamos duvidando.
Perdoa nossa falta de fé como perdoou aos discípulos. Somente o Espírito Santo toca e converte os corações.

  1. Contemplação – Oração silenciosa, sem palavras, porque estou sentindo que Deus me ama. Eu quero realizar a sua vontade.

Inteligências Artificiais e Paz
O Papa Francisco escolheu este tema para o Dia Mundial da Paz de 2024, celebrado em 1º de janeiro, e pede “um diálogo aberto sobre o significado dessas novas tecnologias, dotadas de efeitos ambivalentes”.
“Injustiça e desigualdades alimentam conflitos e antagonismos. Há urgência de orientar a concepção e o uso das inteligências artificiais de forma responsável, para que estejam a serviço da humanidade e da proteção da nossa casa comum, isto exige que a reflexão ética seja estendida no âmbito da educação e do direito.”
É importante se “proteger a dignidade da pessoa e o cuidado de uma fraternidade verdadeiramente aberta a toda a família humana” como condições indispensáveis para que o desenvolvimento tecnológico contribua para a promoção da justiça e da paz no mundo.

LEITURA ORANTE – “Renunciar a tudo o que impede seguir Jesus” – Sexta-feira 11/08/2023

18 Comum Sexta f. =
Mt 16,24-28 = Renunciar a tudo o que impede seguir Jesus.

ORAÇÃO INICIAL para sentir-se à presença de Deus

1º LER Escuta a Palavra de Deus!

24 Em seguida, Jesus disse a seus discípulos: Se alguém quiser vir comigo, renuncie-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me.
25 Porque aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas aquele que tiver sacrificado a sua vida por minha causa, recobrá-la-á.
26 Que servirá a um homem ganhar o mundo inteiro, se vem a prejudicar a sua vida? Ou que dará um homem em troca de sua vida?…*
27 Porque o Filho do Homem há de vir na glória de seu Pai com seus anjos, e então recompensará a cada um segundo suas obras.
28 Em verdade vos declaro: muitos destes que aqui estão não verão a morte, sem que tenham visto o Filho do Homem voltar na majestade de seu Reino.

2º MEDITAR. Refletir sobre esta Palavra

24 Se alguém quiser vir comigo, renuncie-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me. Jesus está andando pela Palestina, espalhando a palavra do Reino de Deus: está totalmente entregue nas mãos do Pai para o que der e vier. Alguns querem acompanhá-lo como discípulos, mas ele mesmo indica quem pode ficar com ele. Não força ninguém e afirma bem claramente: “Quem quiser me seguir deve ter o mesmo modo de viver e se doar totalmente”. Deve renunciar a si mesmo até perder a própria vida nesta terra para realizar o projeto do Pai. Quem estiver assim confiando no Pai, será instrumento dócil para realizar o seu Reino e produzirá muito fruto.

25 Mas aquele que tiver sacrificado a sua vida por minha causa, recobrá-la-á. Estas palavras de Jesus colocam medo em quem ficar focalizando o sofrimento. Devemos pedir luz e amor para não centralizar nossa atenção no sofrimento da renúncia, e sim na beleza do amor de Jesus e na alegria simples da vida e de estar fazendo o bem.
Para seguir a Jesus muitos renunciaram a uma vida de conforto para entregar-se ao serviço dos irmãos nas Obras de caridade, na Evangelização, ou dedicando-se à Oração de intercessão pela conversão da humanidade.
Temos o testemunho de Santa Clara que renunciou a tudo e viveu em oração e pobreza na clausura junto com sua mãe, suas irmãs e outras monjas apoiando frades de São Francisco no trabalho de evangelização.

26 Que servirá a um homem ganhar o mundo inteiro, se vem a prejudicar a sua vida. Jesus não pede para renunciar às alegrias que Deus coloca em nossa vida, mas pede a coragem de enfrentar as dificuldades da vida de discípulo para realizar o Reino de Deus. Há uma coisa engraçada: quem se dedica a conquistar muitas satisfações para ganhar o mundo inteiro acaba se preocupando e sofrendo muito e até buscando alivio com a droga: a Palavra de Deus diz: “Tudo é vaidade”. (Eclesiastes 1,2)

28 Em verdade vos declaro: muitos destes que aqui estão não verão a morte, sem que tenham visto o Filho do Homem voltar na majestade de seu Reino. Jesus pediu aos discípulos para acompanha-lo até a doação da própria vida, mas também prometeu fazê-los participar de sua glória. Até prometeu que alguns discípulos verão a glória antes e morrer: quando Jesus fez esta afirmação se referia à sua glorificação na Transfiguração e na Ressurreição. De fato, logo após estas Palavras está a narração da Transfiguração na presença de Pedro, João e Tiago.

Hoje o que é ser cristão? O que é seguir a Jesus? Não é ser cristão de tradição e muito menos é buscar vantagens sem compromisso pessoal. De que adianta ganhar agora uma vida de conforto nesta terra e perde-la pela a eternidade.

3º ORAR. Dialogar com Deus

Jesus, queremos seguir você como nosso Mestre e modelo. Nós devemos ficar cuidando da família e dos nossos afazeres, porém não queremos procurar o nosso conforto egoísta, mas dedicar-nos totalmente à família e ao bem comum da comunidade, especialmente dos que estão mais necessitados. Sabemos que a recompensa virá de você nesta vida junto com o sofrimento, e na eternidade participando de sua glória.

4º CONTEMPLAR. Qual é a Palavra que mais tocou meu coração?
Silêncio para olhar com amor a Deus e ao próximo.

ORAÇÃO FINAL em agradecimento

LEITURA ORANTE – “Quem ama sua vida, perdê-la-á.” – Quinta-feira – 10/08/2023

Jo 12, 24-26 Quem ama sua vida, perdê-la-á

São Lourenço era diácono da Igreja de Roma. O Papa Sisto II tinha encarregado este diácono de administrar o dinheiro da Igreja para o serviço de caridade aos pobres. 

No ano 258 o imperador Valeriano decretou perseguição contra os cristãos e a polícia do imperador prendeu o Papa com seus diáconos e foram condenados à decapitação.

Os policiais do imperador prometeram a liberdade ao diácono Lourenço se ele lhes entregasse o dinheiro da Igreja. Mas ele distribuiu tudo aos pobres. Quando os policiais chegaram para receber o dinheiro, Lourenço lhes mostrou o grupo dos pobres, por ele qualificados como verdadeiros tesouros da Igreja. Por isso foi torturado e suportou intrepidamente atroz martírio assado vivo numa grelha.

São Lourenço soube entregar a vida para poder estar com Jesus e confirmou sua fé com o martírio. Foi sepultado no Campo Verano na Via Tiburtina, onde Constantino edificou a basílica que tem o seu nome.

ORAÇÃO INICIAL para sentir-se à presença de Deus

1º Ler a Palavra de Deus, consciente que Deus se manifesta a seu povo. Ler duas ou três vezes a passagem bíblica. Ler a explicação para entender melhor.

24 Em verdade, em verdade vos digo: se o grão de trigo, caído na terra, não morrer, fica só; se morrer, produz muito fruto.

25 Quem ama a sua vida, perdê-la-á; mas quem odeia a sua vida neste mundo, conservá-la-á para a vida eterna.

26 Se alguém me quer servir, siga-me; e, onde eu estiver, estará ali também o meu servo. Se alguém me serve, meu Pai o honrará.

2º Meditação: Que Palavra de Deus chamou minha atenção? Não devo ter pressa, mas me deter com docilidade, para refletir e perceber onde Deus quer me levar. Repetir esta palavra algumas vezes com calma para que inflame meu coração.

Na última semana antes da Paixão e Ressurreição, Jesus entra em Jerusalém aclamado como “o Messias”, está no Templo de Jerusalém anunciando o Reino de Deus.

Havia alguns gregos entre os que subiram para adorar durante a festa e pedem aos discípulos André e Felipe para conhecer o Mestre.

Então Jesus se apresenta comparando-se à semente de trigo: Chegou a hora em que o Filho do homem vai ser glorificado. Se o grão de trigo, caído na terra, não morrer, fica só; se morrer, produz muito fruto.

Chegou a hora em que o Filho do homem vai ser glorificado. Quando Jesus foi glorificado? É glorificado na hora de entregar sua vida ao Pai na cruz. Jesus sente-se perturbado em enfrentar a sua hora suprema, mas aceita tudo para glorificar o Pai salvando a humanidade.

Porque sua morte é para Ele uma glória? O Pai é glorificado pela vida de Jesus, e será glorificado ainda mais pela sua doação total até a cruz. Também Jesus é glorificado pelo Pai na ressurreição porque pode levar todos os homens no seu caminho de glorificação do Pai.

A vida é um dom de Deus, é preciosa, mas o amor de Deus é o dom maior. Jesus fala de “perder a própria vida para salvá-la“, morrer para dar fruto, entregar a própria vida para que ela possa florescer em vida eterna.

O Messias só é encontrado pela fé de quem consegue entender os seus sinais. Entre estes sinais está a cruz.

O cristão glorifica o Pai quando ama e obedece também no sofrimento. Por isso deve pedir o mesmo Espírito que levou Jesus a cumprir sua missão e sua entrega.

3º Oração:

Conversar com Deus. Diálogo de amigos: conversar e especialmente escutar com o coração aberto à moção do Espírito Santo.

Jesus, o Diácono Lourenço servia aos pobres da Igreja de Roma e preferiu a morte para não trair os pobres. Agradecemos o exemplo deste humilde e grande discípulo ao serviço do povo, e pedimos por todos os diáconos que servem o povo na Igreja.

Também pedimos por nossos funcionários públicos, especialmente por aqueles que se esforçam de serem honestos no serviço ao povo. E que nas eleições sejamos mais prudentes escolhendo políticos que já demonstraram honestidade e serviço generoso para o bem comum.

4º Contemplação: Deixar-me envolver pelas coisas de Deus, olhar os acontecimentos com os olhos de Deus, assumir minha missão. sentir-me amado, perdoado. Reconhecer que tudo está envolvido pela ação de Deus. ORAÇÃO FINAL em agradecimento

LEITURA ORANTE – “Mãe cananeia implora a cura da filha: exemplo de fé!” – Quarta-feira – 09/08/2023

Mt 15,21-28 = Mãe cananeia implora a cura da filha: exemplo de fé!

Invocar luz do Espírito de Deus e pedir sua ajuda para que nos guie na oração.

1- Leitura – A Palavra de Deus ilumina minha vida na situação em que me encontro hoje.

21 Jesus partiu dali e retirou-se para os arredores de Tiro e Sidônia.

22 E eis que uma cananéia, originária daquela terra, gritava: Senhor, filho de Davi, tem piedade de mim! Minha filha está cruelmente atormentada por um demônio.

23 Jesus não lhe respondeu palavra alguma. Seus discípulos vieram a ele e lhe disseram com insistência: Despede-a, ela nos persegue com seus gritos.

24 Jesus respondeu-lhes: Não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel.*

25 Mas aquela mulher veio prostrar-se diante dele, dizendo: Senhor, ajuda-me!

26 Jesus respondeu-lhe: Não convém jogar aos cachorrinhos o pão dos filhos.* _

27 Certamente, Senhor, replicou-lhe ela; mas os cachorrinhos ao menos comem as migalhas que caem da mesa de seus donos…

28 Disse-lhe, então, Jesus: Ó mulher, grande é tua fé! Seja-te feito como desejas. E na mesma hora sua filha ficou curada.

2. Meditação – Na leitura alguma palavra se tornou mais significativa para mim, portanto devo reler esta palavra sem pressa e refletir o que o Espírito quer me dizer .

Jesus recebeu do Pai a missão de pregar o Evangelho somente aos Judeus, que já tinham sido preparados pela pregação dos profetas.  Somente após a ressurreição enviará seus discípulos a todas as nações. Ele se dirige ao norte da Galileia para Tiro e Sidônia, uma região pagã onde é pouco conhecido, lá quer ficar a sós com seus discípulos para descansar e dar-lhes formação em particular.

22 Uma cananeia. Os cananeus são pagãos. Os judeus se consideram um povo escolhido, e para não se contaminar, não se misturam com os pagãos que chamam com o apelido de cachorros.

A mulher cananeia é pagã, porém dá a Jesus os títulos: Filho de Davi (= Messias) e Senhor. Equivalem a uma profissão de fé em Jesus Messias.

A mulher pede: “Minha filha está cruelmente atormentada por um demônio”.

Jesus sempre atende o nosso chamado humilde, atende as pessoas segundo a vontade do Pai. Mas neste caso ele não atende e até usa o apelido costumeiro dos judeus em relação aos pagãos. Por que?

O silêncio de Jesus e a comparação com os cachorrinhos põem à prova a fé da mulher e ela aceita humildemente a comparação, mas responde que se contenta com umas migalhas da mesa dos filhos.

A mulher reconhece que é pagã, e não merece os privilégios dos filhos do povo de Israel, porém o amor de mãe a leva a superar todas estas dificuldades, e continuar fazendo seu pedido em favor da filha.

A súplica humilde desta mulher faz Jesus ir além dos limites de sua missão. Pela fé humilde da mulher Jesus atende o pedido.

Esta fé confiante e humilde é o começo do amor que leva a uma doação total, a salvação.

Também quando não recebemos logo as graças pedidas, devemos continuar no amor a nossos irmãos necessitados, e na fé que pede com humildade.

Em sua santidade, Deus não é inflexível, mas é capaz de se adaptar aos nossos limites humanos, porque para ele o mais importante é a salvação do ser humano.

3. Oração – falar com Deus a respeito daquilo que entendi, e responder -lhe com amizade.

Jesus, ensina-nos que para Deus o ser humano está em primeiro lugar: quero misericórdia e não sacrifício. Você ganhou o perdão até entregando a própria vida humana.

Hoje a cultura humana é pagã, materialista, e nós não podemos desprezar quem está errado, mas devemos ser missionários da sua misericórdia para levar a salvação.4. Contemplação – Oração silenciosa, sem palavras, porque estou sentindo que Deus me ama. Eu quero realizar a sua vontade.

LEITURA ORANTE – “Jesus caminha sobre a água; Pedro vacila.” – Terça-feira – 08/08/2023

Mt 14,22-36 = Jesus caminha sobre a água; Pedro vacila.

Oração invocando: Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fieis e acendei neles o fogo de vosso amor. Enviai o vosso Espírito e tudo será criado, e renovareis a face da terra.

Oremos: Deus que instruístes os corações dos vossos fieis com a luz do Espírito Santo, fazei que apreciemos retamente todas as coisas segundo o mesmo Espírito, e gozemos sempre de sua consolação. Por Cristo Senhor Nosso. Amém.

Leitura: para entender o que o Espírito diz à Igreja.

22 Logo depois, Jesus obrigou seus discípulos a entrar na barca e a passar antes dele para a outra margem, enquanto ele despedia a multidão.

23 Feito isso, subiu à montanha para orar na solidão. E, chegando a noite, estava lá sozinho.

24 Entretanto, já a boa distância da margem, a barca era agitada pelas ondas, pois o vento era contrário.

25 Pela quarta vigília da noite, Jesus veio a eles, caminhando sobre o mar.*

26 Quando os discípulos o perceberam caminhando sobre as águas, ficaram com medo: É um fantasma! disseram eles, soltando gritos de terror.

27 Mas Jesus logo lhes disse: Tranquilizai-vos, sou eu. Não tenhais medo!

28 Pedro tomou a palavra e falou: Senhor, se és tu, manda-me ir sobre as águas até junto de ti!

29 Ele disse-lhe: Vem! Pedro saiu da barca e caminhava sobre as águas ao encontro de Jesus.

30 Mas, redobrando a violência do vento, teve medo e, começando a afundar, gritou: Senhor, salva-me!

31 No mesmo instante, Jesus estendeu-lhe a mão, segurou-o e lhe disse: Homem de pouca fé, por que duvidaste?

32 Apenas tinham subido para a barca, o vento cessou.

33 Então aqueles que estavam na barca prostraram-se diante dele e disseram: Tu és verdadeiramente o Filho de Deus.

34 E, tendo atravessado, chegaram a Genesaré.

35 As pessoas do lugar o reconheceram e mandaram anunciar por todos os arredores. Apresentaram-lhe, então, todos os doentes,

36 rogando-lhe que ao menos deixasse tocar na orla de sua veste. E, todos aqueles que nele tocaram, foram curados.

Meditação: refletir sobre esta palavra para ter os mesmos sentimentos de Jesus Cristo.

Depois da multiplicação dos pães, Jesus obrigou seus discípulos a entrar na barca e a passar antes dele para a outra margem, depois subiu à montanha para orar na solidão.

 A barca era agitada pelas ondas. Os discípulos estão com medo de afundar, Temos medo porque nos sentimos sozinhos numa situação em que não temos forças para superar. A fé prova-se nas dificuldades, quando falta todo apoio material e humano, só Deus é nosso apoio, Jesus está perto, não nos abandona nunca: Ele nos fortifica. Jesus vai ao encontro deles caminhando sobre as águas, porque ele é o Senhor da natureza.

Pedro ama Jesus e neste amor quer imitar o Mestre andando sobre as águas.

29 Jesus disse-lhe: Vem! E Pedro sai do barco e começa a caminhar sobre as águas ao encontro de Jesus. mas quando o vento sopra, Pedro começa a afundar porque ele acredita mais na força da água e na sua fragilidade do que na Palavra de Jesus.

Há momentos em que a gente tem que fechar os olhos e saltar no vazio apoiados apenas na fé, confiando que o Cristo estará preparado para nos segurar.

31 No mesmo instante, Jesus estendeu-lhe a mão, segurou-o e lhe disse: Homem de pouca fé, por que duvidaste?“. Ter fé é confiar no poder de Cristo, saber que ele nos ama e é poderoso.

Como fortificar nossa fé? A oração é importante: lembrar tudo o que Deus já fez e está fazendo em nossa vida. Assim nos preparamos a reconhecer que Ele está perto também nos momentos de tempestade. Ele é Amor que nos ampara e fortifica, ao mesmo tempo que acreditamos em Jesus, vamos também experimentando o seu poder.

33 Então aqueles que estavam na barca prostraram-se diante dele. Costumamos esquecer facilmente as graças recebidas. A fé é lembrar a ação de Deus em nossa vida e na vida dos outros e agradecer.

35 As pessoas do lugar o reconheceram e mandaram anunciar por todos os arredores. Apresentaram-lhe, então, todos os doentes, É importante reconhecer a presença de Deus que nos salva. Muitos salmos pedem a ajuda de Deus no perigo, e já prometem o agradecimento público “na grande Assembleia”, ou “na praça que está nas portas da cidade”. Este testemunho é uma evangelização muito concreta e eficaz na evangelização.

Quem é Jesus? Na multiplicação dos pães e na salvação dos discípulos no mar agitado ele mostra que é:

Ele é o Messias Salvador, convida a multidão que está com fome lhe oferece com fartura o pão.

Ele está sobre o monte em íntima comunhão com o Pai.

Ele é o Filho de Deus, Senhor da natureza, e salva os discípulos nas tempestades da vida.

Ele nos ensina a ter fé e confiar em Deus que nos salva nas tempestades da vida e nos cura de nossas doenças.

A vida é um mar agitado pelas tempestades e cada um de nós fica vacilando, grita pedindo que Deus tire logo do sufoco. Devemos confiar que ele nunca permitirá sejamos provados acima de nossas forças. O importante é que nos altos e baixos da vida não esqueçamos que Jesus está sempre ao nosso lado, sempre pronto a nos acolher quando, depois de termos fraquejado, voltamos a ele. Cristo não se espanta com isso, ele nos conhece muito bem.  Também na fé iremos crescendo aos poucos.

Oração: é a minha resposta a Deus é louvor e adoração, é intercessão e ação de graças.

Deus está perto, é amor todo-poderoso. Mas estamos sujeitos a esses altos e baixos como os seus discípulos. Há momentos em que nossa vida parece um mar agitado pelas tempestades, tudo parece duvidoso. E quando não conseguimos superar, toda a nossa fé parece desaparecer. As demoras de Deus fazem vacilar nossa fé.

Jesus, pedimos que você diga também para nós: “Coragem, sou eu, não tenhais medo”, e se continuar a perturbação, estende a sua mão poderosa para nos segurar.

Contemplação perceber a ação do Espírito nos fatos, nas pessoas, nas criaturas, no mundo, e participar da construção do mundo segundo Deus.Oração final:

LEITURA ORANTE – “Primeira multiplicação dos pães.” – Segunda-feira – 07/08/2023

Mt 14,13-21 Primeira multiplicação dos pães.

Invocar luz do Espírito de Deus e pedir sua ajuda.

Leitura – Lendo este evangelho eu estou presente perto de Jesus, o que ele está me falando?… a Palavra de Deus é sempre nova e atual.

13 A essa notícia, Jesus partiu dali numa barca para se retirar a um lugar deserto, mas o povo soube e a multidão das cidades o seguiu a pé.

14 Quando desembarcou, vendo Jesus essa numerosa multidão, moveu-se de compaixão para ela e curou seus doentes.

15 Caía a tarde. Agrupados em volta dele, os discípulos disseram-lhe: Este lugar é deserto e a hora é avançada. Despede esta gente para que vá comprar víveres na aldeia.

16 Jesus, porém, respondeu: Não é necessário: dai-lhe vós mesmos de comer.

17 Mas, disseram eles, nós não temos aqui mais que cinco pães e dois peixes. _

18 Trazei-mos, disse-lhes ele.

19 Mandou, então, a multidão assentar-se na relva, tomou os cinco pães e os dois peixes e, elevando os olhos ao céu, abençoou-os. Partindo em seguida os pães, deu-os aos seus discípulos, que os distribuíram ao povo.

20 Todos comeram e ficaram fartos, e, dos pedaços que sobraram, recolheram doze cestos cheios.

21 Ora, os convivas foram aproximadamente cinco mil homens, sem contar as mulheres e crianças.

Meditação – Esta Palavra ilumina minha vida. O que mais toca no meu coração? O que Deus está iluminando na minha vida?

Jesus com tristeza escuta a notícia da execução do profeta João Batista, e se retira em lugar deserto. O povo vai a ele chegando de longe, carregando seus doentes, trazendo suas necessidades. Jesus tem compaixão do povo que são como ovelhas sem pastor, necessitam de salvação espiritual e material. Na tarde o povo está cansado e com fome.

Os discípulos veem a situação do lado humano, e não tem possibilidade de atender a todo aquele povo. Aconselham Jesus: “Despede as multidões para que possam ir aos povoados comprar comida”.

Mas Jesus pede para dar o pouco que tem: “Só temos aqui cinco pães e dois peixes” Jesus pede: “Trazei-os aqui”.

Jesus é o Salvador esperado, mostra o amor poderoso de Deus. Mas pede a colaboração dos discípulos: dar o que tem e para distribuir o pão multiplicado.

Os discípulos sozinhos não podem nada, mas com Jesus saciam o povo.

Jesus quer colaboradores na obra de seu Reino.

Todo dia Deus dá de graça o sol, a chuva, a fertilidade da terra, nos dá a capacidade para trabalhar e prover ao nosso sustento, mas pede que façamos nossa parte de trabalho para repartir com os outros.

A fome existe não por falta de alimentos, mas pelo egoísmo de quem quer tudo para si e não quer repartir: os grandes financistas compram os cereais quando o preço está baixo e revendem quando falta e o preço dos cereais aumenta. Seu ideal é ganhar dinheiro, e não o bem do povo.

Oração – Esta Palavra me leva a dar uma resposta a Deus, um louvor, um agradecimento, um pedido perdão, uma adoração, uma promessa.

Senhor, a multiplicação dos pães, as curas, todas as graças que já temos recebido são sinal de sua bondade e de seu poder. Deus está perto daquele que o invoca sinceramente.

Senhor, somos seus ministros para fazer o bem ao nosso próximo, que possamos contemplar sua generosa bondade. E fazei que também nosso coração seja generoso e atencioso. Que nunca nos sintamos sozinhos, desamparados, mas sempre confiemos que Deus está presente querendo nos ajudar.

Queremos confiar que quando alguns dos nossos pedidos não são atendidos, você sempre olha para o nosso bem maior, que é nossa convivência com você no Reino de Deus.

Contemplação – Esta Palavra me leva a ver a mim e aos outros com o olhar de Jesus. Esta contemplação me leva a um compromisso, uma ação, um gesto concreto.

Oração final

Alma de Cristo, santificai-me. Corpo de Cristo, salvai-me.

Sangue de Cristo, inebriai-me. Água do lado de Cristo, purificai-me.

Paixão de Cristo, confortai-me. Ó bom Jesus, ouvi-me.

Dentro de vossas chagas, escondei-me. Não permitais que eu me separe de vós.

Do espírito maligno defendei-me. Na hora da morte, chamai-me,

e mandai-me ir para Vós, para que com todos os santos vos louve.

Por todos os séculos dos séculos. Amém.

Em Lisboa encerrou a Jornada Mundial da Juventude. Participaram um milhão e meio de jovens. A fé e a alegria eram visíveis.

O Papa Francisco deu a mensagem aos jovens:

 Amigos, queridos jovens, também hoje nós precisamos de  um raio de luz que seja esperança para enfrentar tantas trevas que nos assaltam na vida, tantas derrotas cotidianas para enfrentá-las com a luz da ressurreição de Jesus, porque Ele é a luz que não se apaga, é a luz que brilha também à noite.

Escutar Jesus, todo segredo está aí. Escute o que Jesus te diz. Pegue o Evangelho e leia o que Jesus diz e o que diz em teu coração. Porque Ele tem palavras de vida eterna para nós; Ele revela que Deus é Pai, é amor.Queridos jovens, gostaria de olhar cada um de vocês nos olhos e dizer: não tenham medo. E mais, digo-lhes uma coisa muito bonita, já não sou eu, é o próprio Jesus que vos olha, neste momento. Ele está nos observando. Ele vos conhece, conhece o coração de cada um de vocês, conhece a vida de cada um de vocês, conhece as alegrias, conhece as tristezas, os sucessos e os fracassos, conhece o seu coração. Ele lê os vossos corações e hoje diz-vos, aqui em Lisboa, nesta Jornada Mundial da Juventude: “Coragem, não tenham medo.”

LEITURA ORANTE – “Festa da Transfiguração do Senhor: Viram a glória de Jesus.” – Domingo – 06/08/2023

Mt 17,1-9 Festa da Transfiguração do Senhor: Viram a glória de Jesus

Invocar luz do Espírito de Deus e pedir sua ajuda para que nos guie na oração.

1- Leitura – A Palavra de Deus ilumina minha vida na situação em que me encontro hoje.

1 Seis dias depois, Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João, seu irmão, e conduziu-os à parte a uma alta montanha.

2 Lá se transfigurou na presença deles: seu rosto brilhou como o sol, suas vestes tornaram-se resplandecentes de brancura.

3 E eis que apareceram Moisés e Elias conversando com ele.*

4 Pedro tomou então a palavra e disse-lhe: Senhor, é bom estarmos aqui. Se queres, farei aqui três tendas: uma para ti, uma para Moisés e outra para Elias. Falava ele ainda, quando veio uma nuvem luminosa e os envolveu. E daquela nuvem fez-se ouvir uma voz que dizia: Eis o meu Filho muito amado, em quem pus toda minha afeição; ouvi-o.

6 Ouvindo esta voz, os discípulos caíram com a face por terra e tiveram medo.

7 Mas Jesus aproximou-se deles e tocou-os, dizendo: Levantai-vos e não temais.

8 Eles levantaram os olhos e não viram mais ninguém, senão unicamente Jesus.

9 E, quando desciam, Jesus lhes fez esta proibição: Não conteis a ninguém o que vistes, até que o Filho do Homem ressuscite dos mortos.

2. Meditação – Na leitura alguma palavra se tornou mais significativa para mim, portanto devo reler esta palavra sem pressa e refletir o que o Espírito quer me dizer .

Jesus está se preparando para ir a Jerusalém, onde completará a salvação através da paixão, morte e ressurreição, mas os discípulos não compreendem e acham difícil acompanhar Jesus em sua caminhada até Jerusalém.

Então ele leva os três discípulos mais íntimos, Pedro, João e Tiago, sobre um monte alto para tomar parte do seu encontro com o Pai. Só que quando chegam lá em cima, os três discípulos, cansados, adormecem, e não acompanham Jesus na oração.

Enquanto Jesus fala com o Pai é transfigurado.

No meio de tamanha luz sobrenatural aparecem os profetas do Antigo Testamento – Moisés e Elias – conversando com Jesus, justamente sobre o final de sua vida passando pela morte e ressurreição, para ir à glória do Pai: é necessário passar pela justiça divina para poder chegar à glória.

A transfiguração é um acontecimento sobrenatural que se manifesta na humanidade de Jesus, e os discípulos podem ver o Reino de Deus realizar-se com poder, como prenúncio da ressurreição. Mas os discípulos se preparam mal para esta revelação: dormem, não oram e não compreendem a mensagem sobre a paixão.

Pedro, Tiago e João acordam e veem Jesus na grande luz da glória de Deus. Pedro quer ficar na luz da glória, e propõe fazer três tendas para ficar ali para sempre.

A voz misteriosa vinda o céu confirma que Jesus é o Messias, o Filho que ama o Pai e os homens com toda a sua vida, com todas suas forças. O Pai manda obedecer e seguir o caminho de seu Filho também quando passa pela cruz, porque este é o verdadeiro caminho da glória. Esta visão deve ser meditada no coração, e não podem contar para ninguém.

Depois da transfiguração Jesus desce à planície e continua sua vida normal de pregação, fazendo o bem, apesar da perseguição.

É nosso desejo ficar sempre na alegria na felicidade, e somente na oração podemos compreender que Jesus está falando do modo pelo qual é necessário passar pela justiça para poder chegar à glória. Primeiro vem a expiação do pecado e depois a glória será o grande presente de Deus Pai ao Filho sempre obediente.

3. Oração – falar com Deus a respeito daquilo que entendi, e responder -lhe com amizade.

Senhor Jesus, é bonito seguir você quando tudo vai bem, mas quando chegam as dificuldades não compreendemos, e até reclamamos. Somos como os discípulos que não oram junto com você e não compreendem.

Ajuda-nos em nosso encontro com o Pai, especialmente na leitura orante, para superar o sono e as outras preocupações normais do dia a dia, compreender a vontade do Pai, e ficar sempre disponíveis a realizar o bem quando é fácil e também quando é difícil.4. Contemplação – Oração silenciosa, sem palavras, porque estou sentindo que Deus me ama. Eu quero realizar a sua vontade.

Prezados irmãos bispos, amados sacerdotes e diáconos, consagradas, consagrados e seminaristas, queridos agentes pastorais, irmãos e irmãs, boa tarde!

Estou feliz por me encontrar no meio de vós não só para viver, juntamente com muitos jovens, a Jornada Mundial da Juventude, mas também para partilhar o vosso caminho eclesial com as suas canseiras e esperanças.

Agradeço a dom José Ornelas Carvalho as palavras que me dirigiu; desejo rezar convosco, para – como disse – nos tornarmos, junto com os jovens, ousados em abraçar «o sonho de Deus e encontrar caminhos para uma participação alegre, generosa e transformadora a bem da Igreja e da humanidade». Isso é um programa.

Mergulhei na beleza do vosso país, terra de passagem entre o passado e o futuro, local de antigas tradições e de grandes mudanças, embelezado por vales viçosos e praias douradas debruçadas sobre o imenso e fascinante oceano, que banha Portugal. Tudo isto me sugere o ambiente da vocação dos primeiros discípulos, que Jesus chamou nas margens do Mar da Galileia. Quero deter-me sobre esta chamada, que põe em evidência o que acabamos de ouvir na Lectio brevis das Vésperas: “o Senhor salvou-nos e chamou- nos não em atenção às nossas obras, mas segundo a sua graça” (cf.’ 2 Tm 1, 9). O mesmo aconteceu na vida dos primeiros discípulos, quando Jesus, ao passar, viu dois barcos que se encontravam junto do lago. Os pescadores tinham descido deles e lavavam as redes» (Lc 5, 2).

Então Jesus subiu para o barco de Simão e, depois de ter falado às multidões, mudou a vida daqueles pescadores, convidando-os a fazerem-se ao largo e lançarem as redes. Salta aos olhos o contraste: por um lado, os pescadores descem do barco para lavar as redes, ou seja, limpá-las, guardá-las e voltar para casa e, por outro, Jesus sobe para o barco e convida a lançar novamente as redes para a pesca. Sobressaem as diferenças: os discípulos descem, Jesus sobe; os primeiros querem guardar as redes, o Mestre quer que saiam de novo para o mar a fim de pescar.

Em primeiro lugar, temos os pescadores que descem do barco para lavar as redes. Esta é a cena que se apresenta aos olhos de Jesus, e Ele para ali mesmo. Pouco antes quisera começar a sua pregação na sinagoga de Nazaré, mas os seus conterrâneos expulsaram-No da cidade e tentaram até matá-Lo (cf. Lc 4, 28-30). Então Jesus sai do lugar sagrado e começa a pregar a Palavra no meio da gente, pelas ruas onde labutam dia a dia as mulheres e os homens do seu tempo. Cristo está interessado em fazer sentir a proximidade de Deus precisamente nos lugares e situações onde as pessoas vivem, lutam, esperam, às vezes colecionando nas suas mãos fracassos e insucessos, precisamente como aqueles pescadores que não tinham pescado nada durante a noite. Jesus olha com ternura para Simão e seus companheiros que, cansados e angustiados, lavam as suas redes, realizando um gesto repetitivo, automático, mas também cansado e resignado: não havia mais nada a fazer senão voltar para casa de mãos vazias.

Às vezes podemos sentir um cansaço semelhante no nosso caminho eclesial, um cansaço quando parece que nada mais temos nas mãos além das redes vazias. Trata-se dum sentimento bastante difundido nos países de antiga tradição cristã, atravessados por muitas mudanças sociais e culturais e cada vez mais marcados pelo secularismo, pela indiferença para com Deus, por um progressivo afastamento da prática da fé. É aqui que entra a mundanidade.

Aliás isto vê-se, com frequência, acentuado pela desilusão e a aversão que alguns nutrem face à Igreja, devido às vezes ao nosso mau testemunho e aos escândalos que desfiguraram o seu rosto e que nos chamam a uma humilde e constante purificação, partindo do grito de sofrimento das vítimas que sempre se devem acolher e escutar. O risco, porém, quando nos sentimos desanimados, cada um de vocês pensem quando sentiram desânimo, é descer do barco, acabando presos nas redes da resignação e do pessimismo.

Ao contrário, confiemos que Jesus continua a tomar pela mão e a levantar a sua Esposa amada. Por isso levemos ao Senhor as nossas canseiras e as nossas lágrimas, para poder enfrentar as situações pastorais e espirituais, dialogando entre nós com abertura de coração para experimentar novos caminhos a seguir.

Quando estamos desanimados, conscientes ou não, nos aposentamos, nos aposentamos do zelo apostólico o vamos perdendo. Transformamo-nos em funcionários do sagrado e é muito triste quando uma pessoa que consagrou a sua vida a Deus se transforma em um funcionário, mero administrador das coisas. É muito triste.

De fato, logo que os apóstolos descem para lavar as ferramentas usadas, Jesus sobe para o barco e depois convida a lançar de novo as redes. Momento do desânimo, momento de se aposentar, mas deixemos que Jesus suba à barca de novo. Essa ilusão que todos temos que deve ser revivida, reconquistada, reeditada.

Ele vem procurar-nos nas nossas solidões e crises para nos ajudar a recomeçar. A espiritualidade do recomeço. Não tenham medo. Assim é a vida. Cair e recomeçar. Aborrecer-se e receber de novo a alegria, receber das mãos de Jesus. E hoje continua a passar pelas margens da existência para despertar a esperança e dizer, também a nós, como a Simão e aos outros: «Faz-te ao largo; e vós lançai as redes para a pesca» (Lc 5, 4).

Quando se perde a ilusão, se encontra mil justificativas para não lançar as redes, tem toda essa resignação amarga, é algo que corrói a alma.

Irmãos e irmãs, vivemos certamente um tempo difícil, sabemos disso, mas a interpelação que o Senhor dirige hoje à Igreja é esta: «Queres descer do barco e afundar na desilusão, ou fazer-Me subir permitindo que seja mais uma vez a novidade da minha Palavra a tomar na mão o leme? A ti sacerdote, consagrado, bispo, queres apenas conservar o passado que ficou para trás ou lançar de novo e com entusiasmo as redes para a pesca?».

Eis o que nos pede o Senhor: despertar a ânsia pelo Evangelho. Se alguém vai se acostumando, e a missão se transforma em uma espécie de emprego é o momento de dar lugar a esse segundo chamado de Jesus, chama-nos para continuar a caminhar, para voltarmos a caminhar, não é uma ilusão esse segundo chamado de Jesus, é Ele quem bate à porta.

E esta é a ânsia «boa» que vos comunica, a vós portugueses, a imensidão do oceano: fazer-se ao largo, não para conquistar o mundo, para pescar bacalhaus, mas para o alegrar com a consolação e a alegria do Evangelho. Sob este ponto de vista, podemos ler as palavras dum vosso grande missionário, o Padre Antônio Vieira, chamado «Paiaçu – pai grande».

Segundo ele, para nascer, Deus ter-vos-ia dado uma pequena terra, mas, ao fazer-vos debruçar sobre o oceano, deu-vos o mundo inteiro para morrer: “Para nascer, pequena terra; para morrer, toda a terra: para nascer, Portugal; para morrer, o mundo” (A. Vieira, “Sermão de Santo António”, Roma 1670, § IV, in: Homilias, vol. III, tomo VII, Porto 1959, p. 69).

Somos chamados a lançar de novo as redes e a abraçar o mundo com a esperança do Evangelho. A isso somos chamados. Não é momento de parar e desistir, de atracar o barco à margem nem de olhar para trás; não devemos escapar deste tempo, só porque nos mete medo, para nos refugiarmos em formas e estilos do passado. Não! Este é o tempo da graça que o Senhor nos concede para nos aventurarmos no mar da evangelização e da missão. Mas, para o conseguir, precisamos também de fazer opções. Quero indicar três decisões, inspiradas no Evangelho.

A primeira opção: navegar mar adentro. Não ser pusilânimes. Fazer-se ao largo para lançar novamente as redes ao mar, é preciso sair da margem das desilusões e do imobilismo, afastar-se daquela tristeza melosa e daquele cinismo irônico que nos assaltam à vista das dificuldades.

Tristeza melosa e cinismo irônico, examinemos a consciência sobre isso. Recuperar a ilusão, a segunda chamada com uma ilusão madura, que vem dos fracassos, não é fácil recuperar essa ilusão adulta.  

Temos de o fazer para passar do derrotismo à fé, como Simão que, apesar de ter trabalhado em vão toda a noite, conclui: “Porque Tu o dizes, lançarei as redes” (Lc 5, 5). Mas, para nos fiarmos dia a dia no Senhor e na sua Palavra, não bastam palavras, é necessário muita oração.

Gostaria aqui de fazer uma pergunta, mas cada um a responde dentro de si. Como eu rezo? Como um loro bla bla bla bla, ou dormindo, fazendo a sesta na frente do sacrário porque não sei como falar com o Senhor? Rezo? Como eu rezo?

Apenas na adoração, só diante do Senhor, é que encontramos o gosto e a paixão pela evangelização. Curiosamente, a oração de adoração. Perdemos isso. Todos, sacerdotes, bispos, consagradas, consagrados, leigos, têm que recuperar isso, esse estar em silêncio diante do Senhor. A Madre Teresa envolvida em tantas coisas da vida nunca deixou a adoração.

Tinha alguns momentos em que a sua fé cambaleava e ela se perguntava se era tudo verdade ou não.

Então na oração vencemos a tentação de continuar com uma «pastoral nostálgica feita de lamentações».

Comentava uma freira que ela se lamentava de tudo e não sei que nome tinha, porque mudaram o nome da freira, porque chamavam ela de Irmã Lamentação. Quantas vezes as nossas impotências, as desilusões, as transformamos em lamentações.

E deixando essas lamentações ganhamos coragem novamente para navegar mar adentro, sem ideologias nem mundanismos, mundanismo espiritual, o clericalismo não só dos padres. Esse clericalismo que nos arruína. Como dizia um grande maestro espiritual, essa mundanidade espiritual que provoca esse clericalismo é um dos males mais graves que pode acontecer na Igreja.

Superar essas dificuldades sem ideologias nem mundanismos animados por um único desejo: que chegue a todos o Evangelho.

Vocês têm muitos exemplos. Neste caminho, não vos faltam exemplos! E, dado que nos encontramos no meio dos jovens, apraz-me recordar um jovem lisboeta, São João de Brito, que há séculos, no meio de muitas dificuldades, partiu para a Índia e lá não desdenhava falar e vestir-se à maneira das pessoas locais contanto que lhes pudesse anunciar Jesus. Também nós somos chamados a mergulhar as nossas redes no tempo em que vivemos, a dialogar com todos, a tornar compreensível o Evangelho, mesmo que para isso tenhamos de correr o risco dalguma tempestade. Como os jovens que aqui vêm de todo o mundo para desafiar as ondas gigantes da Nazaré, façamo-nos ao largo também nós sem medo. Sim! Não temamos enfrentar o mar aberto, o alto mar, porque no meio da tempestade e dos ventos contrários, Jesus vem ao nosso encontro e diz: «Coragem, sou Eu, não temais!» (Mt 14, 27).

Quantas vezes tivemos essa experiência? Cada um pergunta para si mesmo. E se não tivemos essa experiência é porque alguma coisa não funcionou.

Como segunda decisão, levar juntos por diante a pastoral. No texto, Jesus confia a Pedro a tarefa de fazer-se ao largo, mas depois fala no plural, dizendo «e vós lançai as redes» (Lc 5, 4): Pedro guia o barco, mas todos estão no barco e todos são chamados a fazer descer as redes. Todos.

E, quando apanham uma grande quantidade de peixes, não pensam conseguir arranjar-se sozinhos, nem gerem a dádiva como posse e propriedade privada, mas «fizeram sinal – diz o Evangelho – aos companheiros que estavam no outro barco, para que os viessem ajudar» (Lc 5, 7).

Assim encheram, não um, mas dois barcos: um significa solidão, fechamento, pretensão de autossuficiência; dois significa relação. A Igreja é sinodal, é comunhão, ajuda mútua, caminho comum. E a isto tende o Sínodo em curso, que terá o seu primeiro período de assembleia geral no próximo mês de outubro. Na barca da Igreja, deve haver lugar para todos: todos os batizados são chamados a subir nela e lançar as redes, empenhando-se pessoalmente no anúncio do Evangelho. Vem-me essa palavra: todos, todos, todos. Toca muito o meu coração abrir perspectivas apostólicas, aquela passagem evangélica à que não vão à festa das bodas do filho que está toda preparada. E o senhor da festa diz: Vá aos confins e traga a todos, todos, doentes, bons, pequenos, grandes, bons e pecadores, todos, todos. Que a Igreja não seja uma aduana que seleciona, mas todos, com seus pecados, mas está diante de Deus como diante da vida. Não transformar a Igreja numa aduana. Todos.

É um grande desafio, especialmente em contextos onde os sacerdotes e os consagrados estão cansados porque, enquanto as necessidades pastorais vão aumentando sempre mais, eles são cada vez menos. Mas podemos olhar para esta situação como uma ocasião para, com fraterno entusiasmo e sã criatividade pastoral, envolver os leigos. Assim as redes dos primeiros discípulos tornam-se uma imagem da Igreja, que é uma «rede de relações» humanas, espirituais e pastorais. Se não houver diálogo, corresponsabilidade e participação, a Igreja envelhece. Então temos esses agentes pastorais que parecem mais patrões de estância e não coordenadores de grupo de Igreja. A Igreja envelhece.  

Permiti que o exprima assim: nunca um Bispo sem o próprio presbitério e o Povo de Deus; nunca um padre sem os seus irmãos sacerdotes; e todos juntos – sacerdotes, religiosas, religiosos e fiéis leigos – como Igreja, nunca sem os outros, sem o mundo. Sem mundanismo, mas não sem o mundo. Sem o espírito do mundo, mas não sem o mundo.

Na Igreja, ajudamo-nos, apoiamo-nos reciprocamente e somos chamados a difundir, também fora dela, um clima de fraternidade construtiva. Aliás, como escreve São Pedro, nós somos as pedras vivas usadas para a construção dum edifício espiritual (cf. 1 Ped 2, 5). E poderia acrescentar numa linguagem que vos é familiar: vós, fiéis portugueses, formais uma «calçada», sois os ladrilhos preciosos que compõem um tal pavimento acolhedor e brilhante que o Evangelho há de pisar; e não pode faltar uma pedrinha sequer, senão imediatamente se dá conta. Tal é a Igreja que, com a ajuda de Deus, somos chamados a construir!

 Enfim a terceira opção: tornar-se pescadores de homens. Não ter medo. Isso não é fazer proselitismo, é anunciar o Evangelho que provoca. Nessa imagem tão linda de Jesus que confia aos discípulos a missão de se fazerem ao largo no mar do mundo. Muitas vezes, na Sagrada Escritura, o mar simboliza o lugar do mal e das forças adversas que os homens não conseguem dominar. Por isso pescar as pessoas e tirá-las para fora da água significa ajudá-las a voltar a subir de onde afundaram, salvá-las do mal que ameaça afogá-las, ressuscitá-las de todas as formas de morte. Porém, sem proselitismo, mas com amor. E um dos sinais de alguns movimentos eclesiais que estão dando errado é o proselitismo. Quando um movimento eclesial, ou uma diocese, um bispo, um presbítero, uma freira, um leigo, faz proselitismo, isso não é cristão. Cristão é convidar, acolher, ajudar, porém, sem proselitismo.  

Com efeito, o Evangelho é um anúncio de vida no mar da morte, de liberdade nas voragens da escravidão, de luz no abismo das trevas. Como afirma Santo Ambrósio, “os instrumentos da pesca apostólica são como as redes: de fato, as redes não fazem morrer quem fica preso nelas, mas conserva-o em vida, arrasta-o dos abismos para a luz” (Exp. Luc. IV, 68-79).

Não faltam trevas na sociedade atual, inclusive aqui em Portugal. Prova-se a sensação de que tenha diminuído o entusiasmo, a coragem de sonhar, a força para enfrentar os desafios, a confiança no futuro; entretanto, vamos navegando nas incertezas, na precariedade econômica, na pobreza de amizade social, na falta de esperança.

A nós, como Igreja, cabe a tarefa de nos fazermos ao largo nas águas deste mar, lançando a rede do Evangelho, sem acusar ninguém, sem apontar o dedo, mas levando às pessoas do nosso tempo uma proposta de vida nova, que é a de Jesus: levar o acolhimento do Evangelho a uma sociedade multicultural; convidá-las à festa.

Levar a proximidade do Pai às situações de precariedade e pobreza, que crescem sobretudo entre os jovens; levar o amor de Cristo onde é frágil a família e se encontram feridas as relações; transmitir a alegria do Espírito onde reinam o desânimo e o fatalismo.

Assim se exprime um escritor vosso: “Para se chegar ao infinito, e julgo que se pode lá chegar, é preciso termos um porto, um só, firme, e partir dali para Indefinido” (Fernando Pessoa, Livro do Desassossego, Lisboa 1998, 247). Sonhamos a Igreja Portuguesa como um «porto seguro» para quem enfrenta as travessias, os naufrágios e as tempestades da vida.

Queridos irmãos e irmãs, a todos, leigos, religiosos, religiosas, sacerdotes, bispos, a todos, todos. Não tenham medo. Lancem as redes. Não vivam acusando, isso é pecado, isso não é pecado, que sintam primeiro o convite de Jesus, e depois vem o arrependimento, e depois vem a proximidade de Jesus. Por favor, não convertam a Igreja numa aduana. Aqui entram os justos, os que estão bem casados. E fora todos os outros. Justos e pecadores, bons e maus, todos, todos, todos. E depois que o Senhor nos ajude a arrumar tudo isso, mas todos.

De coração vos agradeço irmãos e irmãs a atenção prestada, tudo o que fazeis, o vosso exemplo, sobretudo o vosso exemplo escondido e a constância. Esse levantar-se todos os dias para começar de novo, ou para continuar aquilo que se começou. Como dizem vocês: Muito obrigado! Muito obrigado por aquilo que fazem. E confio-vos a Nossa Senhora de Fátima, à guarda do Anjo de Portugal e à proteção dos vossos grandes Santos e, aqui em Lisboa, de modo especial a Santo Antônio, apóstolo incansável, Santo Antônio de Pádua, pregador inspirado, discípulo do Evangelho atento aos males da sociedade e cheio de compaixão pelos pobres. Que ele interceda por vós e vos dê a alegria duma nova pesca milagrosa. E, por favor, não vos esqueçais de rezar por mim.

Pe. Giovanni Pontarolo

LEITURA ORANTE – “Martírio de João Batista.” – Sábado – 05/08/2023

ORAÇÃO INICIAL para sentir-se à presença de Deus

1º LER Escuta a Palavra de Deus!

2º MEDITAR. Refletir sobre esta Palavra

1 Por aquela mesma época, o tetrarca Herodes ouviu falar de Jesus.*

2 E disse aos seus cortesãos: É João Batista que ressuscitou. É por isso que ele faz tantos milagres.

3 Com efeito, Herodes havia mandado prender e acorrentar João, e o tinha mandado meter na prisão por causa de Herodíades, esposa de seu irmão Filipe.

4 João lhe tinha dito: Não te é permitido tomá-la por mulher!

5 De boa mente o mandaria matar; temia, porém, o povo que considerava João um profeta.

6 Mas, na festa de aniversário de nascimento de Herodes, a filha de Herodíades dançou no meio dos convidados e agradou a Herodes.

7 Por isso, ele prometeu com juramento dar-lhe tudo o que lhe pedisse.

8 Por instigação de sua mãe, ela respondeu: Dá-me aqui, neste prato, a cabeça de João Batista.

9 O rei entristeceu-se, mas como havia jurado diante dos convidados, ordenou que lha dessem;

10 e mandou decapitar João na sua prisão.

11 A cabeça foi trazida num prato e dada à moça, que a entregou à sua mãe.

12 Vieram, então, os discípulos de João transladar seu corpo, e o enterraram. Depois foram dar a notícia a Jesus.

17 Comum Sábado = Mt 14,1-12 = Martírio de João Batista.

João Batista é o profeta que prepara o caminho do Senhor, ele está a serviço do Reino de Deus para o qual entrega a sua vida.

Ele chama a atenção do rei Herodes que escandalizando o povo, porque vive junto com a mulher de seu irmão: “Você, que está à frente de toda a nação, está desencaminhando o povo. Não te é permitido viver em adultério”. Então o rei manda prender e matar o profeta para não escutar a voz que constantemente o corrige.

A vida do Batista está vinculada à de Jesus, sua morte violenta anuncia a morte violenta de Jesus.

Alguns profetas, como João Batista, foram fiéis à sua missão até ao martírio. Com isto, eles nos ensinam o radicalismo das testemunhas cristãs. Todo cristão, que quer testemunhar sua fé, tem de participar, em alguma forma, do sofrimento do seu Mestre.

Também hoje quantas pessoas são perseguidas por causa de sua fidelidade a Jesus, são vítimas da violência de algum ditador porque defendem os valores humanos da verdade e da convivência pacífica.

Porém é necessário também examinar nossos sentimentos para não fazer como Herodes: de fato gostamos de sucesso, ser elogiados, e quando alguém nos chama a atenção por causa de nossos erros, ficamos contrariados, e facilmente respondemos com violência.

3º ORAR. Dialogar com Deus

Senhor Jesus, você proclamou “a Boa Notícia, o Reino de Deus, a Verdade de Deus”, chamou para a conversão e defendeu o povo das autoridades que dominavam naquele tempo. A violência contra os mais fracos sempre fez vítimas, e também Você, o Filho de Deus, foi perseguido e ofereceu sua vida para nossa salvação.

Quero adorar você em seu humilhante sofrimento, e ter solidariedade com todos aqueles que hoje sofrem perseguição por causa da justiça e da fé.

4º CONTEMPLAR. Qual é a Palavra que mais tocou meu coração?

Silêncio para olhar com amor a Deus e ao próximo.ORAÇÃO FINAL em agradecimento

LEITURA ORANTE – “Jesus desprezado em Nazaré.” – Sexta-feira – 04/08/2023

Mt 13,54-58 = Jesus desprezado em Nazaré.

ORAÇÃO INICIAL para sentir-se à presença de Deus

1º Ler a Palavra de Deus, consciente que Deus se manifesta a seu povo. Ler duas ou três vezes a passagem bíblica. Ler a explicação para entender melhor.

54 Foi para a sua cidade e ensinava na sinagoga, de modo que todos diziam admirados: Donde lhe vem esta sabedoria e esta força miraculosa?

55 Não é este o filho do carpinteiro? Não é Maria sua mãe? Não são seus irmãos Tiago, José, Simão e Judas?

56 E suas irmãs, não vivem todas entre nós? Donde lhe vem, pois, tudo isso?

57 E não sabiam o que dizer dele. Disse-lhes, porém, Jesus: É só em sua pátria e em sua família que um profeta é menosprezado.

58 E, por causa da falta de confiança deles, operou ali poucos milagres.

2º Meditação: Que Palavra de Deus chamou minha atenção? Não devo ter pressa, mas me deter com docilidade, para refletir e perceber onde Deus quer me levar. Repetir esta palavra algumas vezes com calma para que inflame meu coração.

Foi para a sua cidade e ensinava na sinagoga, de modo que todos diziam admirados: Donde lhe vem esta sabedoria?

Em Nazaré os parentes e os concidadãos conhecem Jesus desde a infância: ele é o “filho do carpinteiro”. Os judeus esperam um Messias glorioso, triunfador; é impossível que Jesus, que sempre viveu com eles, seja um profeta, seja o Messias. O desprezam porque se apresenta humilde.

Recusam Jesus como profeta, eles não têm humildade para reconhecer a manifestação divina dele, porque não tem fé. Só a fé humilde alcança o milagre, porque abre o coração à ação de Deus, por isso Jesus não pode operar muitos milagres em Nazaré porque eles não tinham fé.

Deus vem a nós em Jesus de Nazaré, que nasceu de Maria, e viveu numa família como a nossa. Somente através desse homem Jesus conseguimos encontrar Deus. E nós necessitamos da fé humilde para adorar Deus que se fez humano em Jesus.

Os parentes ficam admirados e não acolhem Jesus quando inicia a evangelização.

Porém a tradição da Igreja na Palestina nos informa que ainda nos primeiros anos da Igreja alguns desses parentes de Nazaré tornaram-se discípulos dele e formaram uma comunidade cristã de agricultores.

3º Oração:

Conversar com Deus. Diálogo de amigos: conversar e especialmente escutar com o coração aberto à moção do Espírito Santo.

Jesus, também nós às vezes ficamos surpreendidos pela humildade das coisas de Deus. Gostaríamos que ele se mostrasse com um milagre, algo que prova a presença do poder divino. E esquecemos que Deus é amor tão humilde que tolera que seu Filho Jesus seja desprezado, e que seus discípulos sejam perseguidos pelos maus.

Dá-me fé para ver os pequenos sinais de sua presença nos acontecimentos simples do dia a dia.

4º Contemplação: Deixar-me envolver pelas coisas de Deus, olhar os acontecimentos com os olhos de Deus, assumir minha missão. sentir-me amado, perdoado. Reconhecer que tudo está envolvido pela ação de Deus.

São João Maria Vianney - Cura D'Ars 80cm - Artesanato Costa

Hoje a liturgia celebra o dia de São João Vianney, o padroeiro dos padres.

Ele em sua juventude era um simples camponês, muito trabalhador, e de muita oração, mas sem estudos.

Sentiu a vocação par ser padre, entrou no seminário, mas não conseguia progredir nos estudos. Ficou firme em sua fé e vocação. O Bispo o ordenou padre e o destinou pároco para Ars, uma pequena paróquia do interior.

Em poucos anos  Ars ficou uma paróquia de grande fé, e as pessoas vinham de longe para escutar e se confessar com o Padre João Vianney.ORAÇÃO FINAL em agradecimento