LEITURA ORANTE – DEPOIS DA EPIFANIA – Sexta-feira 07/01/2022

Lc 5,12-16 = Cura de um leproso

Vinde, Espírito Santo, oração espontânea

Leitura: Pela Palavra inspirada Deus se manifesta a seus filhos.

12 Estando ele numa cidade, apareceu um homem cheio de lepra. Vendo  Jesus, lançou-se com o rosto por terra e lhe suplicou: Senhor, se queres, podes limpar-me.

13 Jesus estendeu a mão, tocou-o e disse: Eu quero; sê purificado! No mesmo instante desapareceu dele a lepra.

14 Ordenou-lhe Jesus que o não contasse a ninguém, dizendo-lhe, porém: Vai e mostra-te ao sacerdote, e oferece pela tua purificação o que Moisés prescreveu, para lhes servir de testemunho.*

15 Entretanto, espalhava-se mais e mais a sua fama e concorriam grandes multidões para o ouvir e ser curadas das suas enfermidades.

16 Mas ele costumava retirar-se a lugares solitários para orar. 

Meditação: Na leitura da Palavra o que chama minha atenção? Que sentimentos, apelos desperta em mim?

O leproso é marginalizado, deve viver fora da cidade, longe do convívio social por motivos higiênicos e religiosos, é proibido tocar um leproso.

Mas encontra Jesus, e com fé humilde se ajoelha até o rosto tocar no chão para pedir a cura.

Jesus é tomado pela compaixão, toca nele, cura e o livra de toda marginalização. Por isso, o homem curado deve apresentar-se ao sacerdote para dar testemunho da cura e receber a declaração que agora pode participar da vida social. 

O marginalizado agora se torna testemunha viva que Jesus liberta e purifica.

Jesus continua sua missão nos povoados da Galileia, e livra de toda escravidão, porém não se deixa embalar pelo sucesso, mas procura o que é mais importante, que é a intimidade com o Pai na oração.

O leproso simboliza o mais pobre e mais abjeto membro da sociedade. A lepra é uma doença física, mas o pecado é uma doença espiritual imensamente pior que a lepra. A doença física é repugnante, mas a maldade humana é muito mais repugnante aos olhos de Deus.

O Reino de Deus é amar a Deus e ao próximo. Mas quando eu me deixo levar por rancores e mágoas contra alguém não estou mais no Reino de Deus e o pecado reina em mim.

Então devo prostrar-me frente a Jesus como o leproso, pedir-lhe a cura de meus sentimentos e jogar fora todos os ressentimentos, que continuamente voltam à lembrança e perturbam o coração.

Jesus não despreza, mas se aproxima dos doentes e especialmente dos pecadores porque ama e sente compaixão. Quando encontra uma fé humilde, o seu poder liberta de toda escravidão.

Graças a Deus na história da Igreja milhares de cristãos se consagraram à cura dos leprosos. Um dos missionários mais conhecidos é Padre Damião que se entregou aos leprosos na Ilha de Molokai.

Oração: Eis-me aqui ao serviço do Senhor……. Louvar, amar, pedir, agradecer, pedir perdão, sorrir, chorar, prometer.

Jesus, você vê as nossas doenças, sente solidariedade conosco em nosso sofrimento, alivia o nosso coração e muitas vezes cura o nosso corpo. Porém você vê a nossa fraqueza moral, nosso orgulho, nosso pecado, e para nos libertar entrega todo si mesmo até a cruz.

Jesus, toca nosso coração para que tenhamos uma fé humilde como o leproso para pedir libertação de todo mal e nos converter ao Pai.

Contemplação: Deixar-me envolver pelas coisas de Deus. Em cada pessoa que encontro, em cada acontecimento é Jesus que vive, se alegra, sofre e necessita de mim.

Contemplamos Jesus que vai ao encontro de toda pessoa necessitada, porém não se deixa embalar pelo sucesso, porque a sua força interior vem da intimidade com o Pai na oração.

LIÇÕES DA EPIFANIA

A narração de Mateus parece um conto para crianças. Mas não é. É uma grande catequese, rica de ensinamentos. Há nos Evangelhos duas narrações paralelas. Uma de Lucas:  numa noite escura, uns pastores foram envolvidos numa grande luz e foram convidados a ver um menino recém-nascido. Os pastores não eram santos. Eram pessoas afastadas de Deus, com fama de ladrões. Viviam dia e noite com os animais, indivíduos então impuros, que não conheciam nem praticavam a Lei. Faziam parte da categoria dos “pecadores”, excluídos da vida religiosa, excluídos da salvação. Mas são os primeiros e os únicos a ver o Salvador, que nasceu para eles.

A outra narração é de Mateus:  ele não fala de pastores, mas de Magos. Numa noite escura viram uma estrela, uma grande luz. Quem eram esses magos? Pagãos, afastados da fé no verdadeiro Deus. Adoradores dos ídolos, desprezados pelos Hebreus porque idólatras, não dignos da salvação. Mas são esses Magos que são chamados a homenagear o recém-nascido Rei dos Judeus.

Qual é então o significado dessa festa? O amor de Deus é universal, para todos. Não há ninguém no mundo que deve se sentir excluído do amor de Deus. Nem você, meu irmão. Nem você, minha irmã. (Pe. Luiz)