LEITURA ORANTE – 16/07/2021
Sexta f. 16 de julho
N. Sra. do Carmo
Mt 12,46-50
Mãe e “irmãos” de Jesus.
ORAÇÃO INICIAL para sentir-se à presença de Deus
1º LER: Escuta a Palavra de Deus!
46 Jesus falava ainda à multidão, quando veio sua mãe e seus irmãos e esperavam do lado de fora a ocasião de lhe falar. 47 Disse-lhe alguém: Tua mãe e teus irmãos estão aí fora, e querem falar-te.* 48 Jesus respondeu-lhe: Quem é minha mãe e quem são meus irmãos? 49 E, apontando com a mão para os seus discípulos, acrescentou: Eis aqui minha mãe e meus irmãos. 50 Todo aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe.
2º MEDITAR: Refletir sobre esta Palavra
Na cultura judaica havia muito respeito para os chefes da comunidade: os anciãos da comunidade eram obedecidos e protegiam seus dependentes.
Também Jesus até os trinta anos de idade, enquanto morava em Nazaré, era obediente à mãe, e naturalmente obediente a seus irmãos (parentes) mais velhos. Mas quando o Pai o chama para evangelizar, começa a formar a nova família com aqueles que querem fazer a vontade do Pai. Esta comunidade não está mais ligada pelos vínculos da carne e do sangue.
Os irmãos (parentes de Nazaré) acham que tem ainda alguma responsabilidade ou direito sobre Jesus e querem conversar com ele levando a mãe junto com eles até Cafarnaum. Mas Jesus mostra-lhes a nova família que não procede dos laços de sangue, mas é formada pelos discípulos que vivem na fé e na caridade. Depois do casamento em Caná, Maria e mais algum desses irmãos acompanharam Jesus (Jo 2,12), se tornaram membros dessa nova família do Reino de Deus, vivendo a caridade. Maria foi a primeira que pela fé alcançou que Jesus fizesse aquele milagre em Caná da Galiléia e que os discípulos cressem em Jesus. Maria estava junto com discípulos no cenáculo em Pentecostes recebendo o Espírito Santo para o início da Igreja. É grande alegria saber que neste mundo a família de Jesus é muito grande porque depende de fazer a vontade do Pai. A fraternidade cristã não procede dos laços de parentesco ou de ritos religiosos, mas da conduta cristã, da misericórdia, serviço e amor fraterno.
3º ORAR: Dialogar com Deus para dar-lhe minha resposta: Deus escuta não as palavras, mas o desejo do coração.
Jesus, você nos ensinou a fazer a vontade do Pai para participar da nova família que você formou sobre a terra e durará para a eternidade. Maria, desde pequena é cheia de graça sentiu a voz do Pai em seu coração, e se consagrou com toda a espontaneidade de uma criança inocente. Que Nossa Senhora nos ajude a sermos fieis à nossa consagração que aconteceu especialmente pelo nosso batismo, e cumprir sempre a vontade do Pai.
4º CONTEMPLAR: O que mais tocou meu coração?
As palavras e a reflexão deixam lugar ao silêncio para olhar com amor a Deus e ao próximo. Contemplar com amor o que senti no coração durante este encontro com Deus.
ORAÇÃO FINAL em agradecimento
A palavra ‘Carmelo’ vem do hebraico: ‘carmo’ significa ‘vinha’, e ‘el’ significa ‘Senhor’; portanto, “Vinha do Senhor”. O Monte Carmelo, na Palestina, é o lugar sagrado do Antigo e do Novo Testamento. É o monte em que o Profeta Elias evidencia a existência e a presença do Deus verdadeiro, em oposição aos 450 sacerdotes pagãos do Baal, fazendo descer do céu o fogo devorador. (I Reis, 18, 19ss). É, ainda, o Profeta Elias que implora ao Senhor chuva benfazeja, depois de uma seca de três anos e três meses. (1Re, 18, 45). Conta a tradição que o profeta Elias se estabeleceu numa gruta, em pleno Monte Carmelo, seguindo uma vida eremítica de oração e silêncio.
Nele, e no seu modo de vida, se inspiraram os primeiros religiosos eremitas que viviam no Monte Carmelo, na Terra Santa, entre o final do século XII e meados do século XIII. Eles construíram, no meio de seus eremitérios, uma capela que dedicaram à Santíssima Virgem Mais tarde, uma Regra para a Ordem do Carmo foi sistematizada e proposta por Santo Alberto, Patriarca de Jerusalém, e aprovada pelo papa Honório III em 1226.
No século XIII Devido a perseguições aos cristãos na Terra Santa, o grupo de eremitas do Monte Carmelo acabou vindo para a Europa, se estabelecendo na Inglaterra. Encontraram Simão, um eremita penitente porque vivia na floresta, abrigado na convexidade de uma árvore. Simão se uniu a eles. Vivendo com os eremitas do Carmelo Ele suplicava com maior empenho à Mãe do Carmelo sua proteção, recitando a bela oração por ele composta: “Flor do Carmelo, vinha florífera, Esplendor do céu, Virgem fecunda, singular. Ó Mãe benigna, sem conhecer varão, aos Carmelitas dá privilégio, Estrela do Mar”! Em 16 de julho vê a cela encher-se, subitamente, de luz. Rodeada de anjos, em grande cortejo, apareceu-lhe a Virgem Santíssima, revestida de esplendor, trazendo nas mãos o escapulário, dizendo a São Simão Stock, com inexprimível ternura maternal: “Recebe, diletíssimo filho, este escapulário de tua Ordem como sinal distintivo e a marca do privilégio que eu obtive para ti e para todos os filhos do Carmelo; é um sinal de salvação, uma salvaguarda nos perigos, aliança de paz e de uma proteção sempiterna. Quem morrer revestido com ele será preservado do fogo eterno”.
O escapulário é uma forma de devoção a Maria Santíssima. O uso do escapulário é um sinal de confiança em Nossa Senhora do Carmo. A pessoa que o usa, é coberta com a proteção e as graças da Virgem Do Carmo. O escapulário, segundo o Concilio do Vaticano II é um Sacramental, um sinal sagrado, Vários Papas promoveram o uso do escapulário
Peçamos a Nossa Senhora do Carmo que nos ajude a caminhar na misericórdia, no amor, na paz e na fraternidade. E esta devoção espalhou-se por todo o mundo cristão, especialmente entre aqueles que usam o escapulário. A Festa do Carmo recorda a herança espiritual do profeta Elias, como contemplativo e incansável no cumprimento de sua missão de manter o povo de Israel fiel à fé no único Deus.
Pe. Giovanni Pontarolo