Imaculado Coração de Maria
Nossa Senhora é uma Mãe, e nos foi dada por Jesus do alto da Cruz (cf. Jo 19,26). Ela é a intercessora e medianeira das graças para a humanidade.
A consagração dos sábados à Virgem Maria é uma tradição muito antiga da Igreja. O missal romano de São Pio V, de 1570, contém a Missa de Nossa Senhora nos Sábados para honrar especialmente a Santa Mãe de Deus nesse dia da semana” São João Eudes foi o maior apóstolo da devoção ao Coração de Maria. Em 1648, conseguiu do bispo de Autun, na França a aprovação da celebração da festa, e pela primeira vez celebrou a Missa do Imaculado Coração de Maria.
Em 1805, o Papa Pio VII concedeu autorização para a celebração da festa às dioceses e às congregações religiosas que lhe pediam. Em 1855, o Papa Pio IX aprovou a Missa e o Ofício próprios do Imaculado Coração de Maria. Em 1912, o papa Pio X concedeu indulgência plenária, aplicável também às almas dos fiéis defuntos, a quem fizesse a consagração do primeiro sábado de cada mês a Virgem Maria.
A partir das Aparições em Fátima nossa Senhora veio trazer um apelo à conversão através da consagração ao seu Imaculado Coração . Em 13 de maio de 1917 Nossa Senhora apareceu a três crianças Francisco, Jacinta e Lúcia, que pastoreavam animais no pequeno povoado de Fátima, em Portugal. Uma mulher, vestida de branco, que apareceu em uma nuvem sobre uma azinheira, carregava o terço em suas mãos e irradiava muita luz. Foram seis as aparições, sempre no dia 13 do mês.
Na primeira aparição, a Mãe de Deus perguntou às crianças se aceitariam sofrer tudo o que Deus lhes impusesse em reparação dos pecados e das ofensas praticados contra Deus. Elas responderam que aceitavam. Com a resposta afirmativa delas, a Virgem Mãe lhes disse: “Ides, pois, ter muito que sofrer, mas a graça de Deus será o vosso conforto”. As crianças relataram que Nossa Senhora abriu as mãos e saiu uma luz que transpassou o coração e a alma delas e elas puderam se enxergar no mais íntimo possível. Após isso, a Virgem pediu: “Rezem o Terço todos os dias para alcançarem a paz para o mundo e o fim da guerra”. Na terceira aparição, em 13 de julho de 1917, Nossa Senhora deu aos pastorinhos a visão do inferno e o sofrimento das almas que são condenadas.
Nas aparições, Maria apresentou-lhes seu coração transpassado de espinhos e disse aos pastores que aqueles espinhos eram as ofensas do homem contra Deus, era o pecado. Ela pediu que rezassem o terço em desagravo à estas chagas. Em seguida, anunciou o castigo pelo qual a humanidade estava ameaçada e os meios de evitá-lo. Nossa Senhora pediu que se consagrasse a Rússia ao seu Imaculado Coração e pediu também que se praticasse a devoção dos cinco primeiros sábados. Durante as aparições da Virgem de Fátima aos três pastorinhos em 1917, Nossa Senhora disse a Lúcia: “Jesus quer servir-Se de ti para Me fazer conhecer e amar. Ele quer estabelecer no mundo a devoção ao Meu Imaculado Coração”. “A quem a abraçar, prometo a salvação; e serão queridas de Deus estas almas, como flores postas por Mim a adornar o Seu Trono”.
Irmã Lucia testemunhou o que Jesus lhe dizia: ‘Desejo ardentemente a propagação do culto e da devoção ao Coração de Maria, porque este Coração é o ímã que atrai as almas para mim, é a fornalha que irradia na terra os raios de minha luz e de meu amor, fonte inesgotável de onde brota na terra a água viva de minha misericórdia‘.
Na aparição do dia 13 de julho de 1917 Nossa Senhora disse aos três pastorzinhos de Fátima: “Por fim, o meu Imaculado Coração triunfará”.
Atendendo o pedido de Nossa Senhora em 8 de dezembro 1942, em plena Segunda Guerra Mundial, o papa Pio XII, consagrou a Igreja e todo gênero humano ao Coração Imaculado de Maria. O papa rezou: “A vós, ao vosso Imaculado Coração, nesta hora trágica da história humana, nos confiamos e nos consagramos, não só em união com a Santa Igreja, o corpo místico de vosso Jesus, (…) mas também com o mundo todo dilacerado por discórdias ferozes, queimado pelo ódio, vítima de sua própria iniquidade”.
Em Fátima, Nossa Senhora pediu a comunhão reparadora dos cinco primeiros sábados do mês em reparação dos nossos próprios pecados e os da humanidade inteira contra o Coração de Maria e Confessar-se no primeiro sábado ou nos oito dias que antecedem o sábado, com a intenção de reparar as ofensas e blasfêmias contra o Imaculado Coração de Maria.
- As blasfêmias contra a Imaculada Conceição;
- Contra a Sua Virgindade;
- Contra a Maternidade Divina, recusando, ao mesmo tempo, recebê-La como Mãe dos homens;
- Os que procuram publicamente infundir, nos corações das crianças, a indiferença, o desprezo e até o ódio para com esta Imaculada Mãe;
- Os que a ultrajam diretamente nas suas sagradas imagens.
A Igreja celebra a memória do Imaculado Coração de Maria no dia após a Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, a fim de mostrar que estes dois corações são inseparáveis e que Maria sempre leva a Jesus. Esta celebração foi criada pelo Papa Pio XII, em 1944, para que, por intercessão de Maria se obtenha “a paz entre as nações, liberdade para a Igreja, a conversão dos pecadores, amor à pureza e a prática da virtude”. São João Paulo II declarou que esta festividade em honra à Mãe de Deus é obrigatória e não opcional, e deve ser realizada em todo o mundo católico.