19° Domingo do Tempo Comum

As três leituras oferecem muitas pistas de reflexão. Escolho como tema o convite a sermos “vigilantes”.

1a leitura: Israel lembrava sempre o passado para enfrentar as adversidades do presente. De maneira especial lembrava a noite da libertação, em que Deus passou e os tirou da terra da escravidão. Como os Israelitas, sejamos vigilantes, esperando a passagem do Senhor.

2a leitura: Abraão e Sara, modelos de fé. Ficaram atentos aos apelos do Senhor. Não viram a realização das promessas de Deus, mas acreditaram naquilo que Deus lhes tinha prometido. Como eles, sejamos atentos aos apelos do Senhor.

Evangelho
A parábola do patrão e dos servos.
Um patrão volta para casa nas altas horas da noite. É preciso estar preparados para recebê- lo. A parábola é rica de imagens.

  • “Estejam com os rins cingidos”, hoje diriamos “em traje de trabalho”. O Senhor quer encontrar os seus discípulos numa atitude permanente de trabalho, ocupados dia e noite em servir
  • “Com as lâmpadas acesas”: com uma fé viva no coração. Uma luz que ilumina nossos passos e faz de nós “luz do mundo”.
  • “Felizes os servos que o senhor encontrar acordados”: de prontidão, vigiando como as sentinelas, os guardas noturnos. Não dormindo. Dorme quem vive esquecido
    de Deus de seu destino eterno, fazendo o mal.
  • “Prontos a abrir a porta, quando o senhor bater”.
    É uma porta que só abre por dentro.
    Um pintor inglês, Holman Hunt (1800), pintou um quadro famoso…Mostra Jesus em frente de uma porta, segurando com a mão esquerda uma lâmpada acesa e, com a mao direita batendo, esperando uma resposta. O pintor cuidava, em suas obras , dos mínimos detalhes. Alguém, olhando o quadro, notou que havia um erro. “O senhor esqueceu de colocar fechadura e maçaneta”. O pintor: “Foi feito de propósito. Esta porta tem tranca por dentro”.
    Aquela porta era, na intenção do pintor, um símbolo do nosso “coração”. E o coração se pode abrir só por dentro. Deus não força a porta, só entra se a gente abrir. Só nós podemos abrir o coração a Deus e aos irmãos, ou deixá-lo trancado.

Tem mais um detalhe na parábola: “o senhor, passando, os servirá”.
A reação do patrão é inesperada: ele também se cinge, convida os criados a sentar na mesa e começa a serví-los. É uma referência ao banquete no Reino dos Céus e ao banquete da Eucaristia, em que Jesus oferece o seu corpo e sangue, como alimento espiritual, aos seus.

O padre Zezinho compôs uma música: “Quando Jesus passar, eu quero estar no meu lugar”. Quando Jesus passar, nos encontre, em qualquer momento, “vigilantes”, na espera dele, prontos a acolhê-lo.

Pe. Luiz Mandelli