18° Domingo do Tempo Comum

1a leitura: um trecho de um livro estranho do A.T., autor Coélet (Eclesiastes: aquele que fala na Assembléia).
É a amarga reflexão de Coélet sobre a vida. Ele não tinha uma idéia clara de uma vida após a morte. Afirma: ” A sorte de homens e animais é uma só” (Ecl 3,19). Então se pergunta: que adianta trabalhar, fatigar, sofrer, se temos, no final, deixar tudo a outro que nada fez?
“Tudo é vaidade, ilusão. É um correr atrás do vento”. Esforço inutil, não serve pra nada. O homem é incapaz de encontrar, por si só, um sentido para a vida.
Só o Evangelho dará uma resposta a essas questões:
o bem que a gente faz não é perdido, mas nos acompanha na vida eterna.

Evangelho:
Jesus não quer se meter na
briga de dois irmãos para a divisão da herança.
E conta a história de um fazendeiro que fica cada vez mais rico com sua lavoura, pensando que seus bens irão lhe proporcionar uma vida segura e feliz.
Mas Deus chama esse trabalhador honesto, previdente, como há muitos por aí, de “insensato”, louco infeliz. Onde ele está errado? No raciocínio que tem consigo mesmo.

a) “Tu estás com os celeiros cheios. Podes descansar, por muitos anos, sem te preocupar com nada”. É o que muitos pensam: “Tenho uma boa conta no banco. Posso viver tranqüilo”.
Os bens deste mundo ajudam, mas não vão nos proteger das adversidades, das doenças, da morte.
Quantas famílias ricas estão cheias de problemas.
Os fabricantes de armas, os que espalham toneladas de drogas, tem lucros fabulosos, mas são realmente felizes?.
Nossa segurança está em Deus. “Só há um bem: estar com Deus!” (Sl 73, 28).

b) “Tu tens muitos bens. Aproveita. Diverte-te”.
Onde está o erro? O rico quer desfrutar seus bens sozinho. Não se importa com os outros. Não pensa:
a quem posso ajudar?
Será que não tem empregados, suas famílias, esposas, filhos?.
Quanta gente trabalha a vida tóda para enriquecer os outros e enfrenta cada dia mil dificuldades?
Para que servem os bens produzidos? Para serem repartidos, para ajudar os pobres.

c) Por que o rico é censurado? Não porque produziu muitos bens, mas porque acumulou exclusivamente ” para si” e não enriqueceu aos olhos de Deus. Nos tornamos ricos diante de Deus, quando repartimos com os outros o muito ou o pouco que temos.
Vamos pensar nos outros, vamos nos preocupar com os outros, vamos nos doar aos outros. Pobres de bens materiais, mas ricos de amor.
“Feliz o homem que reparte com os pobres os seus bens! Permanece para sempre o bem que fez”
(Sl 112, 9).

Pe. Luiz Mandelli

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