CAPELA SÃO BENTO
(Três Figueiras)
Primeira celebração/inauguração: 21/06/1956
Localização: Três Figueiras (Às margens do Contorno Norte de Ibiporã – PR-862), próxima à direita com Londrina)
Festividades: dia 11 de julho – Festa em louvor a São Bento (padroeiro)
Horário de missas: todo 4º domingo do mês, às 10:00.
Tudo começou com as “três figueiras”
De acordo com o pioneiro José Maurício da Costa, 80 anos, da família Barroso, das mais antigas das Três Figueiras (chegou em 1941), os sitiantes dessa região do município frequentavam missas em fazendas, na Capela do Guarani (São Sebastião) ou na Matriz de Ibiporã, pois demorou para haver uma igreja no loca. No início da década de 1940, segundo ele, só havia as três figueiras, “enormes e pujantes”, embaixo das quais os moradores se reuniam aos finais de semana para piqueniques com a família. Havia ainda um campo de futebol e ao lado uma escola que pertencia a Londrina: Escola Municipal Miguel Blasi (a capela fica na divisa dos dois municípios).
Passados alguns anos, com a chegada de muitas famílias para trabalhar nas lavouras de café, o pároco de Ibiporã, padre Leone Gervasoni, propôs aos sitiantes construírem uma capela na localidade. E em 1955 celebrou uma missa campal de lançamento da campanha e foi colocado um cruzeiro nas terras do sr. Sebastião Carvalho, onde seria levantada a igreja – hoje o local é de propriedade do casal Koiti Minowa e Eurica Amano Minowa.
O cruzeiro foi colocado dia 4 de dezembro de 1955, conforme está registrado no Livro Tombo da Matriz de Ibiporã: “Na Gleba Três Figueiras, no terreno de Sebastião Carvalho, foi levantado um cruzeiro e rezada uma S. Missa campal com o fim de iniciar uma capela dedicada a São Bento.” (Livro tombo II, p. 27). Outro registro no mesmo livro, datado de fevereiro de 1956, afirma: “ Está se construindo a nova capela de São Bento, nas Três Figueiras. Os mais esforçados no assunto são João Mário Gobbo, João Pozzobom e Sebastião Carvalho.” (Livro Tombo II, p. 31).
Um dos pioneiros daquela época é Jaime Gobbo (entrevistado por nossa equipe em 2014, quando estava com 83 anos). Filho de João Mário Gobbo e Colomba Rui, chegou a Ibiporã em 1935 e foi um dos motoristas que viajou a Paranavaí em 1955 para buscar madeira para a construção da primeira igrejinha das Três Figueiras. “Lembro que fomos em três caminhões meio velhos e graças a Deus correu tudo bem na viagem”, relembra. “Depois começamos a levantar a igreja devagar, porque como era tudo gente da roça não tínhamos muito tempo de vir aqui. A construção levou uns meses ou um ano, não me lembro. O que lembro é de quando isso aqui não tinha nada, só café”, conta Jaime Gobbo.
Inauguração em 1956
Segundo José Maurício da Costa, a celebração de inauguração da Capela São Bento, nome escolhido pelo padre Leone, ocorreu dia 21 de março de 1956.
“Lembro-me perfeitamente da data em que foi inaugurada essa capela de madeira [ainda de pé], porque essa construção tem a idade da minha irmã”, afirma José Maurício. “A minha mãe estava de ‘dieta’ e por isso não pôde ir à missa de inauguração. Ela havia ganhado a minha irmã Vera uns dias antes, no dia 10 de março de 1956. E na semana seguinte aconteceu essa primeira missa”, relata ele.
No final de 1956 houve missões nas capelas e a das Três Figueiras era mencionada como a “caçula de Ibiporã”: “Embora nova em organização, em breve poderá figurar entre as melhores da paróquia”, escreveram os padres do PIME no relatório de 5 de janeiro de 1957 (Livro Tombo II, p. 33).
A partir de 1957 os moradores passaram a celebrar uma festa anual por ocasião do aniversário da capela. O pátio ficava cheio e vinha muita gente das fazenda ao redor e de outras localidades. Na fotografia a seguir – que segundo José Maurício, é do dia 21 de março de 1957 – aparece um político da região, o deputado estadual Renato Bueno. “Naquela época a gente não celebrava a festa do padroeiro no dia 11 de julho, que é o dia de São Bento. Fazíamos a festa de aniversário, em março”, recorda


Pioneiros em frente ao coreto da capela, dia 21/03/1957. Na foto, a partir da esquerda, Baltazar Quezada, Juquinha Barroso, Luiz Quezada, Ermino Porto, Sinval Mendes, Irineu Barroso, Ângelo Rodrigues, o deputado estadual Renato Bueno, Analberto Maurício, José Maurício da Costa (de perna levantada), o garoto Paulinho Paganelli, Juca Barroso, Moisés Perin e Vicente Quezada.